Lorena 23/09/2021
É impossível não se apaixonar logo nos primeiros capítulos com as mirabolantes batalhas travadas pelo cavaleiro. Como também é inconcebível não gargalhar com os desfechos de cada uma dessas batalhas (Ah se os famosos moinhos de vento falassem...) e com os "sem fim" rifões de Sancho Pança, fiel escudeiro de Dom Quixote com sua língua falante e que troca letras mas não se importa pois o que vale mesmo não é ser letrado mas sim ser entendido. E, não pode o leitor passar batido por Rocinante e Ruço, cavalo e asno que levam os bravos personagens para os campos de "guerra"
Já os os leitores mais românticos irão suspirar de amores junto com D. Quixote por sua estimável Dulcinéia del Toboso. A encantada "sem par" que reina nos pensamentos delirantes do cavaleiro e por quem ele, não só travas as batalhas mais inimagináveis e "perigosas" como "encomenda" sua alma à amada antes delas acontecerem. Pois, segundo ele mesmo, não há notícia no mundo de um cavaleiro andante que seja, sem sua donzela a lhe nortear a vida. Os mais filosóficos irão traças refletir sobre a dimensão do amor, ainda que ele seja nutrido por um só. E os mais jocosos irão se divertir com as situações vivenciadas pelo eterno enamorado e galanteador D. Quixote.
Contudo, Dom Quixote não um livro de uma leitura só. Serão necessárias umas tantas e quantas vezes para que o leitor tenha melhor compreensão de cada personagem e do contexto histórico que inspirou Miguel de Cervantes, pois para além de todo realismo fantástico, há uma ridicularização impecável dos livros de cavaleiros andantes que sucesso na Idade Média. Quando escrito no ano de 1605 a glória da obra foi tamanha que Cervantes escreveu uma segunda parte dez anos depois da primeira ser lançada, completando assim a história do mais famoso cavaleiro que lutou contra gigantes, nigromantes e contra si mesmo em nome da fantasia e do Amor.