spoiler visualizarvevê 21/09/2020
Para mim, sempre resta o vidro de cocaína - Sherlock Holmes
Seguindo com as aventuras de Sherlock Holmes por esse volume que, como marca registrada do autor, é capaz de nos aproximar mais e mais, a cada linha, da personalidade e particularidades do notável, mas não reconhecido detetive. O Signo dos Quatro, assim como Um Estudo em Vermelho e, creio eu, todas as obras referentes a Sherlock, é narrado pelo Dr. Watson, com base em seu diário e anotações. A narrativa, em primeira pessoa, me faz enxergar o detetive pelos olhos do fiel companheiro, com boas doses de excitação e condescendência. Sobre a trama em si, recheada de detalhes e acontecimentos, apenas não me agradou o fato de referências muito explicativas, talvez didáticas demais, fazendo alusão ao primeiro volume (Um Estudo em Vermelho). Creio que seja do interesse do leitor estar a par da aventura anterior. Fora isso, o livro é magnífico. A escrita é simples, mas está longe de ser um mero romance policial. As várias nuances da personalidade particular do protagonista são mais abordadas nesse livro, o que me fez sentir mais próxima do até então intocável Sherlock Holmes. O autor teve o cuidado de humanizar o detetive, principalmente no que diz respeito às fraquezas do mesmo. Os episódios de uso de cocaína e morfina por parte do protagonista são fundamentais na formação de sua personalidade tão profunda e peculiar. Já estou ansiosa pelos próximos volumes.