Claudia.livros 04/08/2024
Não, não há como resenhar essa obra, nem me atrevo. Neste momento quero só expressar minha admiração e amor por essa preciosidade e por seu genial autor, Dante Alighieri. Terminei a leitura ontem com lágrimas nos olhos e um sentimento de gratidão tão grande, que até este momento, escrevendo sobre, já estou com os olhos úmidos novamente.
Dante-personagem começa a jornada numa quinta-feira santa, na noite de 4 para 5 de março de 1300, sendo guiado por Virgílio, seu ídolo pagão, do limbo (antessala do Inferno) ao Paraíso, donde segue com Beatriz e continua com São Bernardo. Termina a viagem uma semana depois, após conhecer todo o Inferno, Purgatório e Paraíso. Há uma circularidade interessante do último canto do Paraíso com o primeiro do Inferno. Quem for ler prepare-se para um banho de mitologia, teologia, filosofia e ciência (incluindo astronomia medieval).
Com ele seguimos, deixando que Dante-escritor nos mostre personagens que são seus desafetos (e são muitos, rs), mas também aqueles a quem admira. O Dante-escritor cria situações embaraçosas para seu duplo, fazendo-nos rir até mesmo no Inferno (que Deus no perdoe hahaha). Ele é medroso, inseguro e ninguém se segura quando ele foge dos perigos se escondendo atrás de Virgílio :)
Ahhhh são tantas histórias nesses cem cantos... tantas aventuras. Conforme escrevo vou me lembrando de passagens icônicas, como no encontro com os amantes Paolo e Francesca (o famoso canto V do Inferno) que nos corta o coração e muitas, muitas histórias mais. A cena dele e Virgílio tentando sair do Inferno, mas tendo que enfrentar Lúcifer cara a cara são impagáveis hahaha... e a gente fica nessa apreensão, temendo pela segurança de dois personagens criados por um gênio no século XIV. Pode? ?