Jott@ 21/12/2022Uma egocêntrica comedia!Não conhecia Molière até ter adquirido e começado a ler o seu livro. Confesso que ao pegar para le-lo fiquei com o pé atrás ao saber que se tratava de uma leitura francesa (pois já havia me decepcionado com a literatura francesa antes e não queria ter mais uma decepção rsrs ). Eu havia adquirido o livro unicamente pelo titulo e sua sinopse que chamaram-me atenção. Porém, ao pesquisar descobri muito do autor, até o próprio livro apresenta um pouco da sua história, que me deixou animado para seguir na leitura. Acontece que no principio da leitura, recorrendo-se ao primeiro ato, bobo me pareceu ser( claro, é uma comedia, das bem bobas) porém, ignorei o meu julgamento e deixe-me levar. Demorou para de fato, a peça me chamar atenção, somente na pagina 112 em diante que o assunto começou a ficar interessante com o personagem, irmão de Argan, Béralde, que de maneira espontânea aparece na cena, imagino que já havia conversado com a empregada, Toinete sobre o que planejariam fazer para que o velho saísse de suas fantasias.
E em conversa vai e vem temas interessantes, com notas de roda pé (para ficar mais interessante ainda) surgem, quando o tema que esperava desde o principio do livro entra em cena e vem-se uma discursão sobre o que seria a medicina no ponto de vista do sr. Molière, através de seu personagem Béralde, apresentando sua filosofia, o que concordo em partes porque é nítido o exagero/ extremismo do seu ponto de vista.
Mas convenhamos que o sr. Béralde estejas certo se compararmos com os tipos de profissionais que estava reapresentando os doutores da medicina na peça e sem contar que a história nos mostra exatamente como funcionava certos tipos de tratamentos como o sr. Béralde bem colocava "purgantes e sangria e nada mais imaginado além". rsrsr(você rir de semblante em negativa quando se depara com umas verdades).
"É a nossa iniquidade, a nossa impaciência, que tudo estraga, e quase todos os homens morrem dos seus remédios, e não da sua doença".
Se refletirmos o quão profundo e cheio de significados verdadeiros têm essa frase...
Não direi que foi um baita livro porque não foi, mas gostei por ter feito mudar de opinião e gosto enquanto a ele, fazendo-me assim, quem sabe, dar mais chances a literatura francesa. Gostei! Uma egocêntrica comedia!
"Quando se dá importância à verdade e à experiência, não se encontra nada disto tudo, e ficamos como nestes belos sonhos que deixam, ao despertar, a saudade de havermos acreditado."
Ps: Argan é desligado demais para ser enganado, mas é o ego e a fantasia, o ego e a fantasia...