Andresa 05/04/2020O que poderia ter ocorrido com a humanidade? E se a crueldade se tivesse transformado em uma paixão por todos adotada?Trata-se de um livro escrito em 1985, considerado um dos primeiros livros de romance / ficção científica onde aparece o subgênero viagem no tempo, sendo essa a quarta dimensão. É o primeiro escrito do autor, cujo popularidade ficou tão em alta que o consagrou como pai da ficção científica.
A sinopse sucinta do livro já resume bem o que vamos encontrar ao longo da leitura. Nosso protagonista, o Viajante do Tempo, não possui nome e o conhecemos apenas por essa alcunha. Ele, que se reúne todas as quintas com seus amigos para o jantar, revela em um desses encontros que estava trabalhando em um máquina capaz de percorrer a quarta dimensão: o tempo!
Por julgarem tal fato impossível, os amigos do Viajante acabam achando que ele os está enganando. Assim como nosso personagem principal, muitos dos personagens também não tem seus nomes revelados, mas são designados por suas profissões. Um ou outro personagem é finalmente nomeado, mas nada que atrapalhe ou incomode durante a leitura.
Os primeiros capítulos, onde ocorre a explanação sobre a viagem no tempo e sua possibilidade, são bem mais densos que o restante do livro. Existe realmente uma explicação mais intensa envolvendo física e a análise das dimensões, se valendo de fato do gênero ficção científica, mas, para mim, essa parte complicada para por aí.
A seguir, em um próximo jantar, o Viajante revela detalhes de seu primeiro contato com o futuro, o qual o frustra por não corresponder às suas expectativas - e, de certa forma, às nossas também. Geralmente quando pensamos no futuro, temos aquela visão onde a tecnologia impera e o conhecimento sobre tudo é muito mais elevado. Porém, o autor trabalhou uma comunidade ontem quase todos as espécies que conhecemos entraram em extinção, restando apenas uma evolução dos humanos em dois tipos de criaturas: os Elóis e os Morlocks.
Essa divisão, no entanto, é demasiada simples, e não há muitos detalhes sobre como esse universo surgiu nem porque as coisas são como são. O Viajante traça suas teses sobre a estrutura do lugar, mas, a medida que convive com eles, vê que quase todas as suas percepções são equivocadas.
Começa, então, uma análise mais política, social e biológica do que científica desse mundo futurístico, sem qualquer aprofundamento baseado em ideias realísticas da ciência, como uma fantasia. Embora o livro tenha me prendido, não achei nada de verossímil. Soa bastante como um devaneio do personagem.
Há, ainda, um romance do Viajante com uma Elói que, confesso, achei deveras estranho, uma vez que se frisa bastante durante o livro que a aparência dessa espécie é como a de uma criança, tanto em suas características físicas quanto mentais, o que me pareceu levemente incestuoso, mas que acaba por trazer um elemento diferente à leitura.
Em suma, foi um livro que me agradou bastante, mesmo com os pontos levemente negativos apontados aqui. Por ser de fácil compreensão, sem uso de linguagem própria, recomendo bastante para quem não lê ficção científica e quer se aventurar pelo gênero! Além disso, é um livro curtinho e bem fluido, perfeito pra ser lido em um ou dois dias!
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