Fernanda 07/12/2016Enigmaticamente maravilhoso “Tentamos tocar as estrelas, mas sempre caímos de volta à Terra.”
Assim que tive conhecimento da nova série escrita por Sylvain Reynard, fiquei extasiada de alegria e extremamente ansiosa. Ao finalizar a trilogia O Inferno de Gabriel, senti-me um pouco órfã. Ansiava por mais da escrita de Sylvain, escrita essa que sempre me encanta, que sempre me deixa sedenta por mais, que sempre me enriquece.
Assim que o primeiro livro da série foi lançado, ainda em inglês, não pude conter o ímpeto de mergulhar nele o mais rápido possível; e que grata surpresa tive com o universo criado por Sylvain e sua mente brilhante, repleta de conhecimento dos mais diversos mundos e assuntos.
Assim como na trilogia O Inferno de Gabriel, a riqueza de informações, de referências, de cultura, de história, de conhecimento tomava conta de cada página de O Príncipe das Sombras e, mais tarde, de A Transformação de Raven, sendo apresentadas na narrativa de cadência tão peculiar que apenas Sylvain é capaz de produzir. Não sei bem como explicar, mas sempre que leio um livro escrito por Sylvain Reynard sinto como se a disposição de palavras fosse intencionalmente pensada para que possam acariciar seus leitores. É quase uma sensação palpável. A narrativa de Sylvain seguiu seu ritmo mágico, poético, acariciador da primeira palavra de O Príncipe das Sombras até a última palavra em The Roman. Um ritmo fluido e pensado para cada momento da narrativa; doce e suave nos momentos certos, ágil e eletrizantes nos momentos precisos.
O submundo criado pelo(a) autor(a) foi de tirar o fôlego. Complexo, hipnotizante, interessantíssimo. Cada personagem apresentado trouxe consigo uma história e uma descrição mais interessante que a outra, com suas características próprias que sempre nos presenteiam com lições valiosas, e seu conjunto construiu um dos submundos no gênero paranormal mais interessantes que já li. Como fã do gênero paranormal, em especial dos livros que abordam os vampiros, posso dizer que em nenhum momento senti um déjà vu. A cada revelação sobre o submundo criado por Sylvain Reynard, uma expressão de surpresa e admiração tomavam conta do meu rosto. E, como sempre, a infinidade de referências incluídas no enredo deixaram-no ainda mais rico. Não tem como não ficar admirada, mais uma vez, com a capacidade que Sylvain possui de trabalhar uma gama de temas e referências de forma tão habilidosa, coesa e coerente.
“Eu sou a escuridão tornada visível.”
Em O Príncipe das Sombras e A Transformação de Raven, Sylvain introduziu seu submundo, apresentando seus personagens e os grupos que compõe essa nova realidade, e introduzindo os pontos de partida para seu enredo principal e adjacentes. Com uma ligação magnificamente inteligente, Sylvain linkou o mundo que conhecemos na trilogia O Inferno de Gabriel ao submundo de Noite em Florença. Com uma narrativa equilibrada e descritiva, Sylvain tirou nossas vendas e abriu nossos horizontes para o mundo sobrenatural.
Em A Sombra do Passado, o(a) autor(a) deu seguimento a história, apresentando temas sempre atuais, independentemente de em que século possam ocorrer, e trabalhando magnificamente, como sempre, temas inerentes ao ser humano como perdão, misericórdia, esperança e amor. Desespero versus esperança seguiram sua incansável batalha mais uma vez, e me fez refletir sobre nossas próprias ações. A narrativa prosseguiu, levando-nos a um desfecho eletrizante, repleto de ação que fizeram meu coração acelerar e a adrenalina pulsar.
Em The Roman, Sylvain trouxe, mais uma vez, um desfecho não apenas eletrizante, mas poético a sua série. No último livro da série, o(a) autor(a) desvendou os últimos segredos desse mundo, travou as últimas batalhas. Sob o risco de soar repetitiva, mais uma vez trouxe uma narrativa pensada para cada momento. Em certos capítulos, o coração acelerou tanto que podia sentir as batidas, o frio no estômago também tomou conta e a respiração tornou-se difícil. Em outros, os olhos ficaram marejados, até mesmo em momentos em que um sorriso tomou conta do meu rosto. No final, as palavras de Sylvain tocaram e reconfortaram. Somente Sylvain Reynard é capaz de trazer uma narrativa com um ritmo abrasador e reconfortante ao mesmo tempo.
“Você é minha escolha, meu destino, minha bênção e minha maldição. Se eu chegasse a perder você, minha vida chegaria ao fim.”
É necessário destacar o toque sarcástico também peculiar do(a) autor(a). A forma como o Príncipe referia-se ao nosso querido Gabriel, fez-me rir muitas vezes. Sylvain não possui um humor artificial e forçado, mas um humor sarcástico, irônico, aplicado nas horas certas e que sempre me agradam.
Falando em Gabriel, foi nostálgico ver nossos queridos personagens mais uma vez e aplacar um pouco da saudade que sentimos dessa trilogia tão marcante.
A série Noites em Florença é sem dúvida uma leitura altamente recomendada, tanto para aqueles que são afeiçoados ao gênero paranormal e a temática dos vampiros, e que desejam algo novo e diferente, como para aqueles que não estão familiarizados com o gênero, porque, no que concerne aos livros escritos por Sylvain Reynard, o enredo é sempre apenas um pano de fundo para reflexões e lições muito mais profundas e valiosas, além da infinita fonte de conhecimento que ele(a) sempre nos presenteia.
Apenas ressalto que fiquei com um gosto de quero mais. Ao final do último livro, fiquei curiosa sobre o destinado de certos personagens e grupos. Será que podemos esperar mais sobre eles? Como uma boa curiosa, não posso evitar ter esperanças de algo ainda possa estar por vir.
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https://cincogarotasexemplares.com.br/2016/12/06/resenha-serie-noites-em-florenca-de-sylvain-reynard/