Sobre a Liberdade

Sobre a Liberdade John Stuart Mill




Resenhas - SOBRE A LIBERDADE


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Jamile.Almeida 10/05/2020

?Sobre si mesmo, sobre seu próprio corpo e mente...
... o individuo é soberano?. Um livro filosófico, com leitura densa e que requer muita atenção, uma forma de escrever por vezes técnica e rebuscada (pelo próprio ano da obra)... mas que traz questões que nunca foram tão atuais em tempo de pandemia, envolvendo a liberdade não só no sentido econômico, mas também social... até onde a liberdade individual pode por ou não em risco a vida do outro.
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Aline 24/01/2022

Se puder, leia!
Um livro do Sec. XIX sobre ideias de liberdade. É claro que acepção do termo “liberdade” variou bastante ao longo da história. Alguns, submetidos à tirania de um monarca, entendiam como liberdade ser tirado do poderio infindável a quem deviam obediência, ainda que o instrumento desta mudança fosse o Estado. Para outros, entretanto, o Estado jamais deveria deter tal poder, pois ele se retroalimentaria e cresceria cada vez mais, até chegar um dirigente tirano que se assemelharia bastante com aquele monarca absolutista.

Foi a partir desta visão história que iniciei a leitura da obra mais famosa de John Stuart Mill, cujas ideias poderiam ser diretamente aplicadas à atualidade. A introdução confunde-se com o primeiro capítulo e é onde o autor trata da liberdade, colocando o indivíduo em seu centro:

“[...] o único fim pelo qual a humanidade está autorizada, individual ou coletivamente, a interferir na liberdade de ação de qualquer um de seus integrantes é a autodefesa. Pois o único propósito para o qual o poder pode ser legitimamente exercido sobre qualquer membro de uma comunidade civilizada, contra sua vontade, é evitar dano aos outros. [...] O indivíduo não pode ser legitimamente obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa porque assim seria melhor pra ele [...]. [Pg. 22/23]

De acordo com o autor, a conduta individual deve ser deliberadamente destinada a causar mal a outrem para justificar uma intervenção. Entretanto, excetuam-se desta regra obviamente, aqueles que dependem de cuidados de outras pessoas.

No capítulo 2, denominado “Da liberdade de pensamento e discussão”, embora o autor afirme no início que “já se foi o tempo, espera-se, quando era preciso defender a liberdade da imprensa como uma das garantias contra um governo corrupto ou tirânico” [Pg. 31], percebi que a ideia ali tratada é exatamente o que se discute hoje, notadamente em função da facilidade de disseminação de qualquer informação em razão da internet. O autor defende ali o debate e a impossibilidade de se calar qualquer ideia:

“Nunca podemos ter certeza se a opinião que tentamos sufocar é uma opinião falsa; e, mesmo que tivéssemos certeza, ainda assim seria um mal sufocá-la.”
Mill defende o debate como forma de evolução. Confesso que, para mim, é um dos melhores capítulos do livro em devido à sua aplicabilidade aos tempos em que vivemos.

No capítulo 3, o autor foca a discussão na individualidade e o respeito ao indivíduo. Entretanto, ele alerta: “Ninguém pretende que as ações sejam livres como as opiniões.” Isto é, o indivíduo deve poder ter suas opiniões e viver como quiser, mas será sempre responsável pelas consequências oriundas de seus atos.

“Não é reduzindo à uniformidade tudo o que há de individual nos seres humanos, mas sim cultivando e incentivando, dentro dos limites impostos pelos direitos e interesses dos outros, que a humanidade se torna um nobre e belo objeto de contemplação; [...]. É na proporção do desenvolvimento de sua individualidade que cada pessoa se torna mais valiosa para si mesma e, portanto, capaz de ser mais valiosa para os outros.” [Pg. 97]

No capítulo 4, o autor questiona: “Onde começa a autoridade da sociedade?” Quais são os limites da sociedade sobre o indivíduo? Mill afirma desde logo que a sociedade não se funda em um contrato, porém reconhece que “todo aquele que recebe a proteção da sociedade deve retribuição pelo benefício”. Assim, “o fato de viver em sociedade torna indispensável que cada qual se obrigue a observar uma determinada linha de conduta em relação aos demais.”

De fato, o capítulo me surpreendeu. Em resumo, o autor defende que o indivíduo está vedado de lesar outros e dever arcar com sua parte. Todavia, vai além; é a partir daqui que ele reconhece diversas condutas a que a sociedade está apta perante o indivíduo: “A sociedade está justificada em impor a qualquer custo tais condições àqueles que tentam se esquivar a cumpri-las.”

Sintetiza, então, “quando a há claro prejuízo ou risco de claro prejuízo, seja ao indivíduo ou ao público, o caso sai do campo da liberdade e ingressa no campo da moralidade ou da lei.” [Pg. 125]

Por fim, o último capítulo da obra foi denominado “Aplicações” e é quando o autor demonstra a aplicação real do que foi anteriormente afirmado. Confesso que me surpreendi com as possibilidades de interferência estatal admitidas pelo autor, seja para controle (por exemplo, armas) seja na exigência de educação (embora não deva caber ao Estado fornecê-la). E, ainda assim, ele cita expressamente três razões para restringir a interferência governamental: (i) a coisa a ser feita provavelmente seria mais bem feita pelos indivíduos do que pelo governo; (ii) é desejável que os indivíduos ajam, ao invés do governo, por sua própria educação mental; (iii) aumentar desnecessariamente seu poder.

Uma mensagem final: “O valor de um Estado, no longo prazo, é o valor dos indivíduos que o compõem; [...]”

Trata-se de uma obra curtinha, escrita no Sec. XIX, cujas ideias são aplicáveis na atualidade. Por isso, vale a pena lê-lo. Provavelmente, você se surpreenderá (assim como eu).
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Manu 14/06/2020

Uma discussão sobre liberdade, autoridade, liberalismo econômico e individualismo.
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Ale Rodrigues 23/02/2019

Atual
Esse livro poderia ser lido por todos aqueles aspirantes ou ingressos a política, ele traz uma visão equilibrada e pertinente do que seria o liberalismo político, passando desde costumes de uma sociedade quanto a influência do estado na vida dos cidadãos.
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paulom 21/09/2019

Voltando às origens
Embora seja uma obra antiga, publicada em 1859, Sobre a Liberdade, de John Stuart Mill, fala sobre fundamentos e princípios. E esses geralmente são atemporais e, portanto, muito aplicáveis aos dias de hoje. Mill faz uma correlação entre Liberdade e Autoridade do Estado.
Ele conceitua Liberdade como a livre ação de qualquer indivíduo em qualquer sociedade, desde que tal ação não prejudique outros. E a Autoridade do Estado, por sua vez, deve ser aplicada sempre que, e somente quando, a ação de um cidadão traga algum perigo a outros. Ou seja, ele analisa até que ponto a sociedade deve aceitar a ação do Estado sobre os cidadãos, até onde o Estado tem o direito de interferir na liberdade individual. E Mill vai além quando aponta a mudança gradual do papel do Governante no decorrer da História, alterando seu status de ?aquele que manda? para ?aquele que serve?. A partir dessa mudança no papel do governante, a própria sociedade passou a desempenhar um papel similar ao dos tiranos. Assim desenvolveu-se o que ele chama de ?tirania da maioria?, onde a própria liberdade de pensamento fica ameaçada. E nesse aspecto Mill é muito contundente em defender as diferenças de opinião, pois só assim é possível que as sociedades se aproximem cada vez mais da verdade inquestionável, apenas se aproximem, afinal de contas, ninguém a conhece de fato. Num século 21 conturbado, confuso, cheio de grupos de identidade, todos defendendo suas bandeiras e direitos, alguns legítimos, porém, muitas vezes invadindo direitos alheios, é sempre bom voltarmos às origens, e reanalisarmos os princípios basilares que regem as relações entre cidadãos e entre esses e o Estado, tão bem descritos por esse grande filósofo britânico do século 19.
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Luana.Rayalla 30/04/2020

Amei
Nem tenho palavras para definir esse livro, maravilhoso. Queria dar um destaque para introdução do livro, sintetiza muito bem o que o todo livro fala, mas claro ler a obra toda faz toda diferença até porque o autor vem com umas frases muito boas. Uma de suas frases que resume bem sua filosofia é:
"A única liberdade que merece o nome é a liberdade de procurar o nosso próprio bem à nossa própria maneira, desde que não tentemos privar os outros do seu bem, ou colocar
obstáculos aos seus esforços para o alcançar."

Agora politicamente falando, esse livro é muito bom para desmitificar a ideia de que não existe um centro político e que o mesmo não tem um ideal. O liberalismo social é claramente um ideal de um centro político. As partes que ele fala sobre liberdade de opinião, assim como expressa-las, é a melhor parte para mim.
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Fagundes 21/02/2021

Stuart Mill se mantém atual
John Stuart Mill, com este livro de 1859, consegue ainda ser muito conteporâneo.
Parece muito óbvio o que ele escreve sobre as liberdades individuais, mas hoje em dia a liverdade individual não é completamente
respeitado em detrimento de grupos genéricos que visam te incluir, queira você ou não, em alguma classificação social, sem levar em consideração
o indivíduo único que você é. "A única liberdade que merece esse nome é a de buscarmos nosso próprio bem à nossa maneira, desde que não tentemos privar os outros
de seu bem nem tolhamos seus esforços de obtê-lo".Você tem seus sonhos, suas metas, suas alegrias, prazeres e tristezas e nenhum governo ou entidade pode dizer o que você é, o que você quer e sonha, apenas você mesmo.
Mill também fala da importância do debate, de ouvir e estudar diferentes lados e versões, além da importância da moral e da ética.
Um livro fundamental para qualquer pessoa que preza pela liberdade individual.
O indivíduo continua sendo a menor minoria que existe, e isso é maravilhoso.
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