Clara.gianna 15/05/2024
Maravilhoso e encantador!
Uma das características mais marcantes da escrita da Jennifer Niven é que seus livros sempre geram valiosas reflexões, principalmente quando o assunto é bullying e aceitação. Os personagens criados pela autora não são comuns...
Libby estava afastada da escola há anos, mas agora finalmente está pronta para encarar os desafios do ensino médio. Tudo o que ela quer é encontrar amigos e até mesmo um possível namorado, mostrar seu talento ao entrar para o grupo de dança da escola e, principalmente, construir uma nova imagem e abandonar de vez a garota que foi no passado. O problema é que logo nos primeiros dias de aula ela vira alvo dos valentões da escola. Nesse ponto Libby percebe que sempre será conhecida como a garota gorda, aquela que não pode ser feliz, que nunca é chamada de bonita, e retornar a estaca zero do passado.
E ainda a questão de não gostar da sua aparência, mostra do porque do seu gatilho inicial, ela comia muito pela sua ansiedade e algumas vezes o mundo faz com que ela se sinta insegura e feia, mas esses momentos são superados por anos de terapia que a ajudaram a entender que o problema está nas pessoas, e não nela. Libby é um exemplo de amor próprio e de coração bom. Foi incrível a mensagem que a personagem quis passar: você é linda, independente do que digam, dos olhares intimidadores, das piadinhas, e dos padrões ridículos impostos pela indústria da moda. Libby é encantadora, bela por dentro e por fora, e a cada vitória me fez torcer enlouquecidamente por seu final feliz.
Um trecho do livro muito fofo...
"? Por que as pessoas se preocupam tanto com meu tamanho? Ela não responde, só pega minha mão e segura. Bailey não precisa responder, porque não existe resposta. Só que apenas as pessoas pequenas ? pequenas por dentro ? não aguentam o fato de alguém ser grande.?
Por outro lado dessa história temos Jack, um dos garotos mais populares do colégio. Ele é bonito, carismático, namorado da garota mais temida e linda da escola, e um dos maiores praticantes de bullying do pedaço. Ele é o maioral, e para isso vai na onda de amigos e faz de tudo para manter sua imagem de popular,nem que isso signifique magoar e excluir pessoas. O único problema dessa história é que Jack tem prosopagnosia, uma doença que não deixa que ele reconheça rostos (de ninguém, nem mesmo o dele). Para fingir que é normal e não deixar descobrirem sobre a doença, Jack age como um babaca. Tanto é que é através do bullying que ele e Libby irão se aproximar. E o que começa com preconceito e exclusão, vira uma linda história de perdão, amadurecimento e amizade.
Da mesma forma que amei conhecer Jack, suas inseguranças, seus problemas familiares, e as pequenas coincidências que unem sua história com a de Libby.
Ambos maltratados pela vida, Juntando os Pedaços é uma história fofa e divertida sobre o amor, tanto o amor por si mesmo, quanto o amor doce e jovem que começa no ensino médio. Quem já conhece a escrita da autora pode acabar esperando que esse livro seja tão obscuro e dramático quanto Por Lugares Incríveis. Contudo, este é um livro que fala de preconceitos, diversidade cultural e amor próprio. Em como as minorias são oprimidas e que devemos lidar com o diferente porque causa motivo de exclusão e desconforto. E um livro necessário e recomendo ler, vale a pena