Rabo de Foguete

Rabo de Foguete Ferreira Gullar




Resenhas - Rabo de Foguete


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Paulo 24/11/2020

O início da leitura foi imediatamente instigante. Queria saber os desfechos (embora soubesse, claro, do retorno em vida de Gullar ao Brasil em algum momento) dessa história autobiográfica narrada por Gullar a partir de suas memórias de seus anos exilados durante as ditaduras latino-americanas. Uma cicatriz já possível de ser tocada: no prefácio diz que negou uma primeira solicitação dessas memórias, tanto pelas dores vividas quanto pela exposição perigosa das tantas pessoas envolvidas (entre elas, muitas de renome, como Vinicius de Moraes, Darcy Ribeiro, Toquinho, a filha de Drummond e muitos outros).
As lembranças são narradas em capítulos muito curtos em prosa crua, fáceis de ler mas extremamente instigantes, tanto pelo interesse nessa história pessoal quanto pelo interesse na história desses períodos na América Latina e na União Soviética, onde Gullar foge à princípio a Moscou, depois de receber a informação de que seu nome havia sido delatado por um militante torturado, mas não antes de viver exaustivamente de forma clandestina no Brasil.
Gullar se sente injustiçado pelas consequências, porque, afinal, contra sua vontade o colocaram como dirigente estadual do Partido.
Há ainda, claro, os relatos de sua vida pessoal e familiar, um filho esquizofrênico que fugiu algumas vezes enquanto moravam na Argentina e outro internado por drogas.
É curioso ver sua percepção da esquerda radical, seus conflitos com ela, e saber hoje em dia que na década de 2010 apoiava Aécio Neves contra Dilma. Depois de presenciar 3 golpes militares, a incapacidade da esquerda de impedir essas ditaduras e de ver e sofrer tudo que se passou nesses países, o que concluiu durante esse processo foi a tranquilidade do conformismo e do reformismo. Quem sou eu pra julgar?
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Arsenio Meira 26/08/2012

Um combatente. Um Poeta Gigante. Um Pai de Família. Um homem que, ao contrário de tantos outros (parasitas e demagógicos), não ficou só na conversa e arriscou a vida por um ideal. Ao fim, a tristeza da constatação de que ideais políticos não podem ser levados a ferro e fogo.
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