Bruno 19/07/2012
Dos artigos que compõe o livro, apenas o último foi, pra mim, uma análise lúcida. Os outros artigos se esquecem, pelo visto, que Marx é um homem de seu tempo. É demasiado fácil acusá-lo de cientificismo ou criticar sua relação familiar como olhos dos anos 80, do século XX. Foi bastante engraçado o julgamento: exige-se que o pensador seja Jesus Cristo, ou seja, perfeito, isento de contradições e atitudes humanas. Os artigos seguem uma crítica quase que idêntica: ou Marx é o grande usurpador das ideias anarquistas ou o problema de sua obra é a "ditadura do proletariado"! Melhor são os argumentos dos anarquistas: Bakunin fala pra Marx em "natureza humana"!!!! Outro argumento no mínimo curioso, é a proposta democrática de Bakunin, se não me engano, sobre a guerra. O artigo diz: "é um argumento utópico, mas razoável!" Ah, me poupe! É fácil se proteger assim de contradições. Enfim, o livro é válido pela quantidade de informações históricas e algumas argumentações realmente interessantes, que suscitam reflexão, - insisto: momentos esses raros no livro! - e vontade de saber mais. É um livro que vale a pena ser lido, me diverti na leitura.