Beatriz2871 05/07/2020Resenha do blog "Oásis Literário"Livros como "Soldado Desarmado" lembram-me de que altas expectativas literárias podem ser a melhor e a pior das coisas na vida de um leitor. A melhor quando são superadas, e a pior quando são frustradas. Mas, talvez, dizer que essa biografia tenha me frustrado seja usar um termo excessivamente pesado para descrever minha experiência, porém, infelizmente, eu esperava mais. Em parte isso certamente deve-se à crença de que livros são sempre melhores do que suas adaptações literárias; entretanto, "Até o Último Homem" merece aplausos, pois conseguiu superar o livro que o inspirou.
A primeira das coisas a se salientar sobre essa obra é que "Soldado Desarmado" não é a junção dos episódios vividos por um soldado cristão numa guerra, mas sim a compilação biográfica dos diversos fatos que compõem a história de um homem cristão. Portanto, até o meio do livro Desmond T. Doss sequer sentiu as emoções duma guerra.
Os primeiros capítulos do livro são referentes às memórias de Desmon T. Doss sobre sua infância. As vivências são narradas em terceira pessoa e se apresentam ao leitor sob a forma de flashbacks, pois ocorrem durante devaneios do soldado no convés do navio americano. Os relatos são marcados pela proteção divina, dramas familiares e crescimento físico, emocional e espiritual do protagonista. Assim, romance e experiências profissionais são compartilhadas. Sequencialmente, por volta do nono capítulo, surge o soldado desarmado, determinado, íntegro, honesto e cristão, embora só tivesse 23 anos quando foi recrutado. Tudo isso confere a leitura um caráter leve e fluido; logo, o livro é fácil e rápido de ser lido.
“Ao ver situações impossíveis serem resolvidas a seu favor. Desmond reconheceu que Deus estava operando. E sempre se lembrava de agradecer ao Senhor por cuidar dele de maneiras tão maravilhosas”.
Diversas dificuldades para obedecer a Deus foram enfrentadas por ele. Entre elas está a guarda do sábado como o dia do Senhor e a obstinação em não matar, ou melhor, nem mesmo tocar em armas. Entretanto, o clímax da leitura para mim encontra-se bem depois de Doss ser recrutado, pois grande parte da sua experiência no exército foi narrada de modo muito superficial e despida de emoção. Outra crítica, talvez minha maior crítica, seja a maneira como o relacionamento de Doss com Deus foi relatada. Momentos de oração fervorosa, de súplicas desesperadas a Deus e de clamor ao Senhor perante as dificuldades certamente foram omitidas (digo omitidas porque creio que existiram) e em seu lugar o que foi escrito algumas vezes foi: Doss fez uma rápida oração.
Mas, em linhas gerais, embora eu esperasse mais, "Soldado Desarmado" é uma história inspiradora que prova, através de uma vida, que Deus não decepciona seus filhos. Além disso, a frase “vale a pena ser fiel” está escrito em cada entrelinha. Não tenho dúvida de que livros assim, ou seja, pobre em detalhes, possam pecar no quesito entretenimento, mas com certeza são edificantes. Queridos, a conclusão a que cheguei ao fim da leitura foi: Desmon T. Doss é muito mais que um soldado desarmado agraciado com uma medalha de honra por um presidente americano, Doss é um testemunho vivo, um arauto do Rei.
“Senhor, ajuda-me a salvar só um”.
Portanto, a despeito das minhas críticas eu ainda vejo "Soldado Desarmado" como uma dica de leitura interessante, tendo em vista que se trata da biografia de um Medalhista de Honra do Congresso Norte-Americano e de um cristão exemplar. Mas, principalmente o indico aos familiarizados com biografias.
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