Sheila 28/02/2018Resenha: "Medo de Palhaço" (Marcelo Milici e vários autores)Por Sheila: Oi pessoas! Como estão??? Eu estava mega, super, hiper ansiosa com a leitura desse livro! Sim, eu sou meio macabra, eu sei. Mas quando se passa o dia todo tendo de lidar com a sombra do Outro, as vezes essa é a única forma de lidar com toda essa escuridão: transformar o horror em arte. Para aliviar a pressão imposta pelo Real, as vezes é preciso fugir para a fantasia.
E, sendo eu uma aficionada por tudo que diz respeito ao terror e seus subgêneros - do sobrenatural ao psicológico (principalmente esse!) - claaaaro que eu fiquei M-A-L-U-Q-U-I-N-H-A para ler este livro. Afinal, quer personagem mais icônico deste gênero que o palhaço?
Para quem tem caulrofobia (medo de palhaços) ATENÇÃO!!!! Melhor deixar de ler a resenha por aqui. Aos que quiserem prosseguir, sigam por sua conta e risco HUAHUAHAUAHU (risada maléfica).
Você sabia?: Daniel Radcliffe, ator de Harry Potter, e Johnny Depp são coulrofóbicos.
O livro começa dissecando as origens dos palhaços, tanto na própria etimologia da palavra, como nas suas primeiras aparições. Com variantes, podemos ver os primeiros palhaços já no teatro grego, passando pela idade média como os famosos bobos da corte para, só recentemente, se transformarem no palhaço que conhecemos hoje: rosto pintado, nariz vermelho, roupas largas e coloridas.
Mas quando foi que o palhaço, figura que deveria entreter e divertir, torna-se terrorífico? O livro passa então a narrar as histórias, algumas lendas urbanas, outras verdadeiras, que talvez tenham contribuído para enxergarmos essa figura de forma diferente. A primeira delas, diz respeito a história que teve origem em Osasco, São Paulo, onde na década de 90 um palhaço estaria matando e roubando órgãos de crianças.
Outra história, essa totalmente verídica, seria a do Serial Killer John Wayne Gacy, conhecido como o Palhaço Assassino. Ele matou cerca de 33 jovens ao longo de três décadas e, apesar de nenhuma dessas mortes envolver diretamente suas apresentações como palhaço - Gacy era como nosso querido Dexter para quem acompanhava a série, fazia todo o possível para parecer um cidadão modelo - a associação feita pela imprensa americana se popularizou rapidamente. Gacy foi preso e condenado à morte por injeção letal. Muitos filmes foram produzidos recontando essa história, tanto em estilo documentário como ficcionais.
No restante das páginas - 288 em seu total - iremos nos deparar com mais de cem análises de filmes, séries, desenhos, programas de televisão e afins que trazem em sua temática estes palhaços terroríficos. É claro que separei algumas delas para vocês, de forma totalmente aleatória (mentira, escolhi os que eu gosto/vi).
Falando especificamente de filmes, nossa eles são muitos. Dos clássicos ao toscos - deliciosamente toscos - os filmes de palhaços não-tão-legais-assim conquistaram milhares de fãs nas últimas décadas. E é claro que euzinha estou la, na primeira fila, erguendo a mão o máximo possível para ajudar a engordar essas estatísticas!
Um desses filmes é o "Palhaços Assassinos do Espaço Sideral". Considerado uma comédia de terror, foi lançado em 1988, e trata da queda de uma nave-circo na cidade de Crecente Cove, nos Estados Unidos. Com armas como pistolas de algodão doce e tortas de ácido, os palhaços aterrorizam a pequena cidade, ate serem expulsos, apesar de ficar ambíguo se há possibilidade de retornarem ou não.
Agora, um palhaço icônico para o gênero, e que talvez tenha ajudado a engrossar as estatísticas de pessoas caulrofóbicas foi Pennywise, de IT. Baseado em livro homônimo escrito por Stephen King, It foi considerado uma obra prima do horror e do medo, sendo lançado em 1971 e dirigido por George Lucas.
Pennywise: Venham ver senhoras e senhores! Metade palhaço, metade monstro, sua origem é desconhecida, sua fome é incontrolável. Ele atrai suas presas com sua aparência agradável, e as conduz ao esgoto para se alimentar delas. Não fiquem muito próximos, de sua jaula ... ele é muito rápido e esperto. E estará eternamente em seus pesadelos.
Envolvendo um grupo de amigos, muitas mortes e cenas de puro terror, It é considerado um dos melhores livros de Stephen King, e ganhará um remake a ser lançado ainda agora em 2017. Dividido em duas partes, os longas contarão a história do grupo de garotos na infância na primeira parte, e seu desfecho com eles já adultos na segunda. Confesso que eu estou ansiosíssima por este filme e pretendo estar lá na pré-estreia!
Outro clássico de terror envolvendo palhaços, desta vez incorporado na pele de um nada convidativo boneco de brinquedo foi o filme Poltergeist: o fenômeno. Neste, o palhaço pode não ser a figura central utilizada para causar medo e terror, mesmo assim sua utilização foi marcante.
Uma das diversas aparições sobrenaturais que atormentam a casa dos Freeling, este sinistro boneco costumava ficar ao lado da cama do pequeno Robbie, e mesmo antes de ser possuído pela Besta, já causava desconfiança no garoto.
Assim como It, Poltergeist também teve um remake lançado em 2015 que, infelizmente não agradou o público. Apesar da trama ser praticamente mesma - família em dificuldades financeiras muda-se para casa mal assombrada, com a caçula sendo sequestrada pelas entidades terroríficas - enquanto a obra original consegue trazer o suspense em um crescente, gerando tensão e medo, o remake fica parecendo quase uma comédia de terror. Virou quase um trash estilo "zé do caixão".
Essa é uma pequena amostra da análise realizada nesta enciclopédia de 288 páginas, que contém um número ainda muito maior de obras, análises e, até mesmo, discussões científicas e psicológicas a respeito deste tipo de fobia e formas de superá-la.
Uma questão não abordada pelo autores e que trago a título de curiosidade foi a aparente "onda" de creepy clows (palhaços assustadores) que surgiram nos EUA agora em 2016. Imagine você estar a rua e um palhaço assustador como esse aqui da esquerda ficar encarando você? Bizarro não?
Algumas pessoas dizem que foi uma reação de fãs ao remake do filme It, e que não havia motivos para alarde. outras, que a grande maioria dos relatos nada mais era do que boatos e sensacionalismo da mídia já que nenhum ataque propriamente dito foi notificado. Pelo sim, pelo não, evite os estados da Carolina do Norte e do Sul!
E, ainda sobre o livro, o que dizer? Foi uma leitura fascinante, com um conteúdo em que transparece o compromisso dos autores com a fidedignidade da informação e o comprometimento em criar de fato uma enciclopédia completa e de qualidade. A diagramação é perfeita, o acabamento lindo, uma verdadeira obra de arte.
E vocês, já leram "Medo de Palhaço"? O que acharam? Não deixem de comentar, e mais risada maléfica para vocês pelo nosso querido Pennywise! Até a próxima!
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