Rose 15/08/2014Emma tinha três anos e já sabia o que era viver com medo. Era espancada e maltratada pela própria mãe, que ou estava drogada, ou estava bêbada. Isso quando não eram as duas coisas.
Este inferno durou até o dia em que sua mãe resolveu contar para seu pai sobre ela. Foi então que Brian McAvoy apareceu na sua casa para conhecê-la.
Imediatamente ele a tirou de lá, claro, depois de um gordo acordo financeiro.
Emma agora morava com seu pai, o novo astro de uma banda de rock em acensão e com sua madrasta Bev. Ela estava ganhando uma nova família, uma pai, uma mãe, assim como tios, que seriam os companheiros de banda de seu pai.
"Enquanto vivesse, guardaria aquela imagem na mente e no coração: quatro jovens num palco, envoltos pela luz, pela sorte e pela música." (pág. 69)
Os castigos e pancadas ficaram para trás. Agora ela era tratada com muito carinho e amor. Estava feliz. Para completar esta felicidade, ficou sabendo que ganharia um irmão. Ela prometeu a si mesma e a seus pais que tomaria conta de Darren, e que nada de mal lhe aconteceria.
Durante um bom tempo tudo estava dando certo. A banda estava fazendo sucesso, ganhando dinheiro e si firmando no cenário do rock mundial. Ela e Bev já estavam acostumadas aos holofotes.
Foi então que este mundo de alegria se quebrou... No meio da noite, durante uma das muitas festas dadas por seu pai Brian, regadas a muita música, álcool e drogas, houve uma tentativa frustada de sequestro, onde Emma foi a única testemunha do fato. A vida não só da família McAvoy mudou como dos membros da banda também.
" Tremendo toda, ela estendeu a mão. o cachorrinho preto de sua infância estava no travesseiro. Envolvendo-o com o braço, ela chorou até dormir." (pág. 412)
Emma viu toda sua família se despedaçar e a banda se perder em meio a drogas e álcool. Ela passou a ser vigiada e acabou sendo mandada para longe.
O tempo passou, cada um seguiu seu caminho e enfrentou as dificuldades de alguma forma. Já adulta Emma começa a dar os primeiros passos sozinha, tentando sair daquela super proteção paterna. Ao mesmo tempo começa a questionar os atos de alguns membros da banda além de seus próprios atos.
Ela quer amar e ser amada, e tenta de uma vez por todas enterrar as lembranças borradas daquela trágica noite que mudou a vida de todos.
"Não sinto as pernas, os braços, nem a cabeça. Quando tento sentir, a dor é intensa. talvez seja melhor não tentar, não é mesmo?" (pág. 126)
O que Emma não sabe, é que para se ver livre de uma vez por todas, terá que enfrentar seus temores. Ela vai ter que descer ao inferno se um dia quiser ser realmente feliz. Lutando contra um casamento infeliz e violento e contra as lembranças do passado, talvez ela tenha apenas uma chance para escapar e descobrir toda a verdade.
"Com os dedos rígidos, ela abriu a porta, na realidade e em sua mente. E soube então..." (pág. 615)
Quem sabe um antigo amor sincero lhe dê forças para conseguir...
Em um livro cheio de mistérios, mergulhamos no mundo do rock da década de 70, onde o lema paz e amor andava de braços dados com as drogas.
O jogo de sexo, poder, ambição, chantagem e paixão dão ao livro o toque que completa mais uma grande obra da autora.
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