Fer 20/10/2021Duas estrelas, infelizmenteAcabei de terminar esse livro e me dói não ter gostado dele, porque o debate que ele traz é importantíssimo. Eu escolhi lê-lo porque achei a proposta muito interessante: um homem escreve suas memórias de uma "terapia de cura gay" intensa, que envolve religião, abuso, e muita muita muita dor.
Mas infelizmente, o livro é muito cansativo. A leitura se arrasta demais. Uma coisa que colabora pra isso é a falta de linearidade, você acaba se perdendo ("pera, isso foi antes ou depois da AEA?") e a emoção da narrativa também se perde. Parece que ele escreveu uma história linear e foi misturando os parágrafos, era essa a sensação.
Outra coisa que fez ficar bem arrastada a leitura é que parece que ele quer ter uma puxada filosófica pra TUDO! Tipo, TUDO MESMO! Ele vê uma estampa na camiseta de alguém e diz que aquele personagem se assemelha à sua vida porque precisa passar por fases e desafios etc; ele reflete sobre um poste que passa enquanto ele está nas suas corridas noturnas; enfim. Pra mim ficou muito forçado.
E por último, outra coisa arrastada foi a quantidade de coisas que não foram importantes. Claro que, por ser memória, é difícil dizer se algo é importante ou não, mas puxa vida! Parece que ele aproveitou que escrevia memórias pra botar ABSOLUTAMENTE TUDO sobre a vida dele. Cansativo demais.
É isso, eu não gostei. Um debate importante, um ponto de vista de uma realidade bem diferente da minha e das pessoas que conheço (afinal, nunca conheci ninguém que tivesse ido a uma dessas terapias, mas sei que ainda existem, infelizmente), maaaaas poderia ser muito melhor. Uma pena!