Alle_Marques 17/06/2021
“E perturbador sonhar os sonhos de outra pessoa.”
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[...] — Sabe que uma vez eu pensei em matar Schwangyu?
Teg abriu a boca e a fechou sem emitir qualquer som. “Silêncio!” Mas o rapaz falava sério!
— Eu tinha medo dela — continuou ele. — Não gosto de sentir medo. —Ele abaixou a cabeça. — Uma vez o senhor me disse que só odiamos aquilo que é realmente perigoso.
“Ele vai aproximar-se e recuar, aproximar-se e recuar. Espere até que ele mergulhe.”
— Eu não ô odeio — disse Duncan, olhando para Teg uma vez mais. — Fiquei sentido quando disse ghola na minha cara. Mas Lucilla está certa: nunca devemos ressentir-nos da verdade, mesmo quando ela fere. [...]
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É cansativo, tem problemas de ritmo, o enredo é forcado e confuso, os personagens são rasos e contém uma sexualização extremamente exagerada e desnecessária, mas vamos por partes.
- A história em si é mal conduzida, isso somado a escrita maçante e personagens mal desenvolvidos, torna o livro cansativo, tedioso e inferior a todos os anteriores. No meu caso foi um sacrifício passar de um capitulo por dia e em vários momentos duvidei do compromisso do autor para com seus leitores, isso por que não consegui deixar de lado a impressão que Frank Herbert estava escrevendo para ele, e apenas ele, já que muitas coisas simples e algumas cruciais para o bom entendimento da trama não são explicadas e se tornam confusas para quem está lendo, muitas coisas parecem terem sentido e logica apenas na cabeça do autor.
- Os personagens, além de mal desenvolvidos, são quase caricatos, difíceis de simpatizar, superficiais e sem personalidades. Duncan está mais insuportável a cada página, assim como no livro anterior, Sheeana é tão pouco desenvolvida que se torna fácil esquecer de sua existência ou de suas origens, Teg e Taraza são os melhores personagens do livro, mas ainda sim decepcionam pelo potencial desperdiçado, no caso de Odrade e Lucilla, a escrita deixa a desejar, em vários momentos se mostra confusa e mal dá personalidade as personagens, quanto aos secundários e coadjuvantes não tem nem o que dizer, são facilmente esquecíveis, confusos e, a grande maioria e na maior parte do tempo, insignificantes.
- Mas a coisa que mais me chamou a atenção nesse livro foi a sexualização exagerada feita pelo autor, coisa que os livros anteriores mal continham e pareceram aumentar volume após volume. Isso contribui para abrir o abismo de diferença e qualidade da primeira trilogia para a segunda, além de muitas vezes se tornar incomoda, não só pela sexualização em si, mas mais por parecer algo inserido na obra repentinamente e tardiamente do que de maneire natural e orgânica.
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No geral, é o pior até até agora, mas espero que o último compense isso.
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[...] Odrade subiu, ultrapassando as perguntas e lendo-as pela Segunda vez. “Um nobre propósito?” Isto era sempre uma coisa muito frágil. E facilmente distorcida. Mas o poder permanecia, imerso em constante perigo. Estava escrito nas paredes e degraus dessa câmara. Taraza sabia o significado sem que lhe precisassem explicar. A mensagem do Tirano era clara: “Unam-se a mim.”
Enquanto saía para a pequena câmara, encontrando uma saliência estreita ao longo da qual pôde apoiar-se para alcançar o portal, Odrade olhou para baixo, na direção do tesouro que encontrara. Sacudiu a cabeça, admirada ante a sabedoria de Taraza. Era assim que a Irmandade poderia acabar. O projeto de Taraza era claro, todas as peças encaixando-se agora. Nada certo ainda. Riqueza e poder, no fim tudo se resumia a isso. O nobre propósito tivera seu início e devia ser completado mesmo que significasse a morte da Irmandade.
“Que toscas ferramentas escolhemos!”
Aquela menina esperando lá fora, na câmara profunda debaixo do deserto. Aquela menina e o ghola que estava sendo preparado em Rakis.
“Eu falo agora seu idioma, velho verme. Ele não tem palavras, mas eu o conheço.” [...]
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17° de 2021
Desafio Skoob 2021