Thila 07/05/2017
“After all, if she couldn’t remember the start of it all, how could she possibly deal with the end?”
Resenha publicada no blog Nunca Desnorteados
MELHOR LEITURA DO ANO! Eu fechei esse livro sem palavras e sem saber lidar muito bem com a minha reação. Eu quase fiquei sem ar, chorei, gritei, gargalhei, morri de medo em algumas partes e quase taquei o livro na parede de tanta raiva, mas… EU AMEI ESSE LIVRO, PRODUÇÃO! Ele quase atingiu o topo da minha lista de favoritos de livros da autora – ‘Hidden Beauty’ é ainda o meu número um – e, sabe o que é o mais sensacional de tudo? É que esse livro é uma republicação do livro de 1996 intitulado como ‘Not Quite An Angel’ e vou poder reler essa maravilha com uma nova visão pois a Lucinda já revelou que um personagem que está vivo em ‘The Angel Tree’, está morto em ‘Not Quite an Angel’ e que a história foi bastante modificada. Como aguentar a curiosidade?
Deixando o surto de lado… Tudo começa na véspera de Natal com David levando Greta de volta para Marchmont, uma enorme mansão que tinha acabado de ser restaurada devido ao terrível incêndio que sofreu. Faziam anos que ele tentava convence-la de deixar sua casa em Mayfair, entretanto, depois de escutar tantos nãos, Greta finalmente aceita. Ninguém sabia se isso seria uma boa ideia pois, afinal de contas, Greta sofreu um horrível acidente 24 anos atrás – o que causou sua amnésia – e Marchmont, era o lugar onde tudo começou. Seria ela capaz de lidar com o seu passado?
Mesmo com um certo receio, David tinha esperança que o lugar estimulasse algo no subconsciente de Greta. Ela já tinha tentado diversos tratamentos e nada parecia fazer efeito. Os médicos sempre acreditaram que sua memória voltaria lentamente com o tempo, entretanto, depois de todos esses anos, os médicos passaram a acreditar que Greta, na verdade, não queria lembrar do seu passado.
É nesse momento que você deve estar se perguntando: O que será que aconteceu para Greta não querer lembrar de seu passado? Será que foi tão traumático? Que acidente foi esse? Por que Marchmont sofreu um incêndio? Estariam, esses acontecimentos, todos ligados?…
“E quando ela olhou para a casa e, em seguida, para os seus pés submersos na neve, uma memória repentina surgiu: eu já estive aqui antes”
Decida a fazer uma caminhada sozinha no terreno na casa, para descontrair a tensão que estava na casa, Greta se depara com a sepultura de uma criança que morreu aos 3 anos em frente à um enorme carvalho e, com o tremendo choque, ela finalmente começou a se lembrar. É nesse momento que o leitor é levado para o passado, após o fim da Segunda Guerra Mundial.
Nessa época, Greta tinha uma grande ambição: se tornar uma atriz de renome. Porém, sua única saída, era trabalhar no ‘Windmill Theatre’ de Londress e esperar ansiosamente que, algum dia, escutaria uma batida em sua porta do camarim e um grande diretor/produtor iria oferecer uma vaga para algum filme. Acontecia com outras garotas, mas nunca com ela.
Sua vida muda de curso quando conhece Max, um soldado americano que a pede em casamento. Ela sempre escondeu sua real profissão dele porque Max, era um cara tradicionalista e jamais aceitaria se casar com alguém do show business. Determinada a fazer de tudo para convencer Max de que ela era garota do seus sonhos, Greta decide que mentir valeria a pena. Ele seria o seu passaporte para uma nova vida.
Apenas uma noite antes de partirem para os Estados Unidos, Max, após muita insistência dos demais soldados, decidem fazer uma despedida. E onde eles decidem fazer tal despedida? No Windmill, é claro. Após ver sua futura esposa, praticamente nua no palco, Max parte para os Estados Unidos sem se despedir de Greta. Mal sabia ele que ela estava grávida.
Totalmente desnorteada e sem saber o que fazer, David, o comediante que também trabalhava no teatro, oferece o seu chalé em Monmouthshire para Greta, assim, ela poderia esconder a gravidez de todos e começar a vida de novo dizendo que o pai da criança havia morrido na Guerra. O que David não podia imaginar era que Greta iria se casar com o seu Tio, Owen, em Monmouthshire e que, além de perder a mulher que amava, isso acarretaria diversas atrocidades.
Após sofrer, o que eu posso descrever como ‘uma brutalidade’ – para não dar spoilers – Greta e sua filha, Cheska , voltam para Londres e, para a sua enorme surpresa, oferecerem para Cheska um papel em um filme. É claro que Greta aceita a oferta. Era o seu sonho se tornar uma atriz e, como não conseguiu, estava disposta a fazer o que fosse possível para que sua filha se tornasse. Assim, Cheska vira uma estrela do cinema britânico com apenas 4 anos de idade, porém, o que parecia ser um conto de fadas, na verdade, se transformou em um grande pesadelo. Mal sabiam todos, que Cheska, não era aquele anjo que aparentava ser.
A partir desse momento o livro ganha uma intensidade surreal. É literalmente impossível deixá-lo de lado e eu, como uma grande fã da Golden Age de Hollywood, quase explodi de alegria ao ver citações como Marilyn Monroe, Greta Garbo, Grace Kelly, Shirley Temple, entre outros. Ver essa INCRÍVEL história inserida em uma época que eu tanto amo é de ficar sem palavras.
Como em todos os livros da Lucinda, é presente as viagens entre capítulos no presente e passado, porém, esse livro tem um estilo diferente dos demais, o que me deixou extremamente surpresa! Eu jamais imaginei que, algum dia, Lucinda iria escrever capítulos com um intenso e fantástico suspense. Fiquei apavorada em algumas cenas.
“O amor é uma coisa muito estranha, Cheska. Ele pode mudar sua vida, fazer você fazer coisas que, à luz do dia, você saberia que estavam erradas”
Repetindo: MELHOR LEITURA DO ANO!
Leiam e se surpreendam!
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