jota 14/05/2019A ferida mortal...O subtítulo deste livro é Como enfrentar o medo e superar o terror da morte. Sim, terror da morte, ideia insuportável para muitas pessoas, tanto que foram obrigadas a procurar ajuda psiquiátrica para superar esse problema. Isso nos é demonstrado através de inúmeros casos relatados por Irvin D. Yalom, sempre numa linguagem clara e acessível, sua marca registrada escrevendo ficção ou sobre sua especialidade, psiquiatria.
Muitas vezes ele busca na filosofia (mais do que na própria psiquiatria, embora reconheça Freud como fundamental) ideias e conceitos que acabam sendo usados no processo de terapia para enfrentar os diversos problemas causados pelo pavor da morte. O terror pode se apresentar através de diferentes manifestações, sendo uma das principais o sonho, quer dizer, pesadelo.
Epicuro, Sócrates, Espinosa, Nietzsche e outros filósofos são muitas vezes citados, também alguns escritores conhecidos, como Dostoievski e Tolstoi, por exemplo. E até o gracejo de Woody Allen é lembrado: "Não tenho medo da morte, apenas não quero estar lá quando ela acontecer." Enfim, mesmo que o assunto não seja agradável esta é uma obra muito interessante, trazendo diversas histórias de pacientes, as quais lemos com curiosidade, quase como se fossem pequenos contos.
O título do livro tem a ver com uma máxima de François de La Rochefoucauld, nobre francês do século XVII que escreveu "Nem o sol nem a morte podem ser olhados de frente", crença popular sobre a qual Yalom discorre, dizendo que olhar para o sol faz mesmo mal, claro, mas que é preciso encarar a morte com um olhar pleno, sem hesitação. Senão daí poderão advir intoleráveis males psíquicos e físicos para os indivíduos. É sobre isso que o livro versa: o sol e a morte fazem parte da vida de nós todos.
Lido entre 07 e 13/05/2019.