Eurico, o Presbítero

Eurico, o Presbítero Alexandre Herculano




Resenhas - Eurico, o presbítero


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Vicente 22/04/2024

Erico, o Presbítero
Como o Herculano conseguiu escrever uma história sobre um padre que vira cavaleiro na idade média e ter transformado isso em algo tão chatoooooo???? (!!!)

Francamente, só li porque fui obrigado e não leria de novo nem se me implorassem de joelhos!
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Deysiane 20/02/2024

Sinceramente, achei bem chatinho... O final foi legal mas os únicos capítulos que eu gostei mesmo foram os do começo, dedicados às reflexões de Eurico, como o trecho abaixo:

"Arrastava-me para o ermo um sentimento íntimo, o sentimento de haver acordado, vivo ainda, deste sonho febril chamado vida, e de que hoje ninguém me acorda, senão depois de morrer."
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Ubiratan 26/12/2023

Romance bonito mas problemático
Como vive, e o que sente um homem que, por dever do sacerdócio, é celibatário? É esse o ponto de partida deste romance do português Alexandre Herculano. E acho corajoso que o autor tenha se proposto a responder essa pergunta criando um personagem ambientado, não na sua própria época, o século XIX, mas no século VIII, onde pouco se sabe da vida privada das pessoas.

O protagonista dessa história é o nobre Eurico, do povo visigodo (que ocupou com seu império a região que compreende hoje Espanha e Portugal).
Após uma desilusão amorosa, e desenganado da vida, Eurico renuncia ao mundo e vai viver no sacerdócio.

Como Alexandre Herculano foi também historiador, quis mesclar nesse livro a ficção a fatos e personagens históricos. Então a vida de Eurico se confundirá com eventos da história da Europa no século VIII, entre eles a própria invasão árabe à península ibérica, e as batalhas dela decorrentes (das quais Eurico se tornará um herói).

Há momentos de prosa poética: são aqueles em que o autor deu espaço aos escritos do protagonista, porque era este também um poeta. Usando das próprias palavras do narrador, "Eurico era uma dessas almas ricas de sublime poesia a que o mundo deu o nome de imaginações desregradas, porque não é para o mundo entendê-las".

Pra quem procura alguma coisa entre lirismo, devoção e angústia, os capítulos que dão voz a Eurico serão especiais. Há neles uma poderosa defesa da noite, das sombras, e da imaginação:

"Por que te havia eu de amar, ó sol, se tu és o inimigo dos sonhos do imaginar; se tu nos chamas à realidade, e a realidade é tão triste? Pela escuridão da noite, nos lugares ermos e às horas mortas do alto silêncio, a fantasia do homem é mais ardente e robusta".

Saio deste livro visualizando um pouco melhor como os livros literários também se fazem de instrumento de propagação de ideologias e de preconceitos, porque este livro também os propaga. "Eurico, o presbítero" está, quer queira ou não, a serviço da máquina colonial ao pintar de forma animalesca, desumanizada, os árabes, com seu "sensualismo" sempre "brutal", em oposição ao povo cristão, pretensamente racional, civilizado e, claro, superior por mandato divino.
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Carla.Parreira 13/10/2023

Eurico, o presbítero
?
É um romance histórico que fala a respeito do fim do reino visigodo (formado na região que atualmente compreende Espanha e Portugal) diante da conquista dos muçulmanos que avançaram pela maior parte da Península Ibérica. O enredo conta a história de amor entre Eurico e Hermengarda na Espanha visigótica do século VIII. Eurico e seu amigo, Teodomiro, lutam ao lado do rei da Espanha, Vitiza, contra os montanheses rebeldes e contra a francos, seus aliados.
Depois de vencer o combate, Eurico pede ao Duque de Fávila a mão de sua filha, Hermengarda, porém este recusa o pedido ao saber que se trata de um homem de origens humildes. Eurico, então, se entrega à religiosidade, tornando-se o Presbítero de Cartéia, para se afastar das lembranças de Hermengarda, através das funções religiosas e da composição de poemas e hinos religiosos. No entanto, quando ele descobre que os árabes estão invadindo a Península Ibérica, liderados por Tárik, alerta seu amigo Teodomiro e se transforma no enigmático Cavaleiro Negro. De maneira heroica, Eurico, agora Cavaleiro Negro, luta em defesa de sua terra e, devido a seu ímpeto, ganha a admiração dos visigodos e dos demais povos da península, agora seus aliados, e lhes dá forças para combater o invasor. Quando a vitória parece certa para os godos, Sisebuto e Ebas, filhos do imperador Vitiza, traem seu povo, a fim de ganhar o trono espanhol. Logo após, Roderico, rei dos visigodos, morre na Batalha de Guadalete e o povo passa a ser liderado por Teodomiro. Enquanto isso, os árabes invadem o Mosteiro da Virgem Dolorosa e raptam Hermengarda, mas o Cavaleiro Negro a salva.
Durante a fuga, Hermengarda é levada até as Astúrias, onde está seu irmão Pelágio. Em segurança numa gruta de Covadonga, Hermengarda encontra Eurico e declara seu amor por ele. Contudo, Eurico não acredita que esse amor possa se concretizar, devido às suas convicções religiosas, e revela a real identidade do Cavaleiro Negro. Ao saber disso, Hermengarda perde a razão e Eurico, ciente de suas obrigações, parte para um combate suicida contra os árabes e enfrenta os traidores Bispo Opas e Juliano, Conde de Ceuta.
A narração passa a imagem das relações sociais marcadas pelas questões financeiras, do celibato religioso e das suas consequências forçosas.
O herói da história pode ser apresentado como o alter ego do autor Herculano. É se colocando na figura de Eurico que o autor consubstancia grande parte das suas convicções, anseios, frustrações e mitos.
A solidão moral do celibato de Eurico poderá ser lida como o sacerdócio leigo de Herculano, que renunciou ao amor de juventude em prol de uma dedicação total à causa social, política e literária. Através de Hermengarda reconhecemos o dramatismo duma Ofélia de Shakespeare, figura paradigmática ressuscitada e largamente utilizada pelos românticos como a penitente do amor. Pela oposição sistemática entre o sublime e o grotesco, sagrado e profano, pelo tom melodramático, pela redescoberta da sociedade medieval, Eurico é exemplo flagrante da inserção inequívoca de Herculano no movimento romântico, ao qual deu valioso subsídio como poeta, historiador e romancista. É um livro interessante para quem busca analisar as tradições sociais e culturais da vida antiga que, na minha opinião, ainda influencia, mesmo que inconscientemente, a nossa era moderna.
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Pedro Costa 01/08/2023

Histórias Que Se Reprisam

A vida imita a arte, a arte imita a vida, a moda são ciclos eternamente repetidos... será mesmo a história das civilizações um disco riscado, ou tudo o que pensamos saber não passa de uma grande ilusão? Tal é a inquietação que me provoca Eurico, o Presbítero, escrito por Alexandre Herculano, o pai do romantismo português, em meados dos anos 1800.

Eu não me canso de ler esses livros escritos no decorrer do século XIX, época pródiga em autores que sabiam bem o que estavam fazendo. Em que pese o relativo desconforto dos intermináveis parágrafos (bem ao estilo da época), a leitura não chega a ser cansativa à exaustão, graças à habilidade do experimentado historiador lusitano em dosar as emoções da trama ao longo dos eventos históricos (amplamente dominados por ele), ou durante a precisa descrição dos pontos geográficos usados como pano de fundo.

Talvez o desenrolar trágico, coroado com a usual conclusão dramática dos romances pioneiros, decepcione os adeptos da “moral da história” ao estilo vitoriano, mas o volume de conteúdo histórico mesclado à arte é compensador, além de muito interessante. Entretanto, o que impressiona mesmo é perceber a eterna atualidade da trama, independente da época ou do lugar; a recorrente covardia nas disputas, a absoluta ausência de escrúpulos na luta pelo poder e a universal presença dos poderosos venais, capazes de negociar a honra, a liberdade ou mesmo a vida dos próprios irmãos...

É a história se repetindo sempre... o Império Romano que cresceu, floresceu, depois apodreceu e ruiu, tendo parte da sua cultura absorvida pelos bárbaros vindos do Norte, brutos, mas inocentes, que também tiveram seu ciclo, algo mais curto, porém semelhante, corrompendo-se na oportunidade e por fim caindo como tudo que sobe... A parte triste foi ver o livro refletir também a realidade atual que vivemos; quem saberá dizer se não é igualmente o caso de nosso sistema moribundo, que já vemos desmoronar em adiantado estado de decomposição? Hoje testemunhamos o apodrecer de instituições que outrora nos deram orgulho... vemos vender-se quem no passado nos foi modelo de honra, e acovardar-se quem nos serviu como exemplo de hombridade e valentia.

Tomara esteja eu errado. Que existam mesmo os milagres e que surja antes do fim um cavaleiro negro minimamente parecido com o do romance, capaz de restituir a esperança, ainda que seja apenas aos nossos netos!

Lindo livro! Só por me proporcionar esta fantasia final já faz jus ao seu lugar na prateleira dos favoritos em minha biblioteca.

Pedro Costa.

site: “Pensando Bem...” (https://pedrolcosta.blogspot.com/)
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Renato 04/07/2023

Fé, guerra e paixão
Nesse verdadeiro clássico do romance de cavalaria encontramos de tudo: amor impossível, batalhas épicas, traições, dramas morais, heróis abnegados e o mais que possa caber no gênero. A diferença fica pela primor da narrativa romântica de Alexandre Herculano e a crítica velada sobre os valores de sua época. O autor mescla o triste amor de Eurico por Emengarda dentro dos fatos históricos da ocupação da Espanha pelos Sarracenos na idade média.
Eurico, o valoroso cavaleiro, é rejeitado como pretende de Emengarda, filha do rei, e humilhado e desiludido, bem ao estilo romanesco, abandona as armas e se torna um celibatário, presbítero com votos de obediência. Contudo, a Espanha, sua adorada terra, está na iminência de ser dominada pelos árabes, tendo como aliados parte da nobreza traidora da pátria. Dividido entre a religião que abraçou para purgar o amor que ainda lhe consome a alma e seus ardentes brios de guerreiro, frente a pátria usurpada, Eurico se vê amargurado por conflitantes sentimentos de amor, fé e bravura.
Não se deixe intimidar pelo vernáculo, afinal trata-se de um romance do século XIX e o autor é o maior historiador português. O esforço será recompensado.
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Clio0 06/01/2023

Um romance de cavalaria português que merecia ser transformado em filme.

A tragédia de Eurico é um épico. A luta contra invasores, o amor impossível por Hemengarda, a devoção religiosa. Tudo perfeitamente entrelaçado por Alexandre Herculano que quis deixar a marca lusitana entre tantas outras obras clássicas como El Cid, Ivanhoé e Artur da Távola.

A adaptação feita para o português moderno cumpre seu papel - quase não é preciso o refúgio a um dicionário ou enciclopédia. Porém, o leitor mais acostumado ao ritmo dinâmico dos romances históricos atuais pode se sentir enfadado, já que todo o rol de personagens é dado a introspecção.

O livro ainda apresenta batalhas sanguinolentas e discussões ferrenhas em que até os insultos são referidos, embora ainda dentro do gênero a que se propõe.

Meu volume sofreu um pouco durante a leitura, e a lombada descolou... não sei se foi azar ou um defeito comum dessa edição.
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Duda 04/05/2022

esse foi o primeiro livro que eu li por causa da escola no ano, por isso nunca senti o interesse de lê-lo de vdd ?
a história é legalzinha, o eurico é tipo um batman daquela época que quer ficar salvando as pessoas. a história em si é emocionante, a única coisa que me fez não gostar do livro foi a escrita romântica portuguesa de 200 anos atrás ? isso pq, para entender a mensagem, eu tinha que ler com muita atenção e gastava mtt tempo.
tirando isso foi legal, e eu fui consideravelmente bem na prova, ent tá tudo certo ??
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Israel.Leite 22/03/2022

Um tanto complicado, mas recompensador
Li esse livro pra faculdade, mas não me arrependo nem um pouco. A história de Eurico é muito boa.
Os primeiros dois capítulos são uma bosta. Cheios de descrições históricas e de lugares que é bem difícil de se situar. Mas depois disso, a história começa a se desenvolver e a valer a pena.
O livro é cheio de comparações e metáforas, além de uns exageros sentimentais, o que são compreensíveis por se tratar de um livro do Romantismo. Também tem umas frases bem longas, que às vezes eram complicadas de entender, mas isso não é um problema tão grande. E o vocabulário é uma grande barreira, pois tem muitas palavras bem rebuscadas, mas com um pouco de esforço (e um dicionário), dá pra passar por (entender) elas.
Mas citando as qualidades, as cenas de batalha são magníficas, muito bem escritas. Os personagens até que são interessantes, principalmente Eurico, que é bem misterioso e tem uma grande presença.
Citando o protagonista, o autor teve uma maneira interessante de descrever ele nas cenas, como alguém meio que desconhecido, algo realmente bem legal.
Além da prosa, a lírica da obra é linda e muito profunda. Realmente muito bem escrita.
Recomendo a leitura para os fortes que consigam suportar os momentos de chatice da obra e assim possam apreciar as coisas boas que ela tem. No mais, apesar de certos detalhes, é um ótimo livro.
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Bruno Mancini 22/04/2021

Sério
Nem sei porque li e mesmo lembro de que esteja escrito.
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Claire Scorzi 20/09/2020

Quando Os Escritores Sabiam Escrever...
Reler Eurico o Presbítero foi um presente. Apesar de interrupções na leitura, a cada vez que retomava, mergulhava - nas batalhas físicas entre godos e sarracenos, nas emocionais dentro do coração do herói - apaixonado, santo, guerreiro: Eurico é tudo! - nos desenlaces dramáticos da cada episódio, no estilo derramado romântico que aparece quando é Eurico mesmo quem narra; no estilo mais sóbrio e de romantismo trágico quando é Herculano o narrador.
Um romance dentro dos moldes românticos que é ágil como um romance de aventuras em tantos momentos; e belíssimo como romântico ao tratar do tema do amor impossível.
Não dá para chorar, Herculano é demasiado sóbrio para isso; mas é intenso, poderoso, impressionante, e, quando se vê a fama de outros livros do movimento, fama muita vez imerecida, injustamente pouco elogiado.
Isso aqui é Lindo. Só isso. Apenas isso.
Passei meses da pandemia lendo contemporâneos, gente que, salvo exceções, nunca aprendeu a escrever. Voltar aos clássicos é um sopro de ar puro. Voltar a "Eurico, o Presbítero" é ser bafejada de Beleza. Alexandre Herculano sabia escrever. Maravilha!
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