O Portador do Fogo

O Portador do Fogo Bernard Cornwell




Resenhas - O Portador do Fogo


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Vagner46 23/05/2017

Desbravando O Portador do Fogo
Essa resenha contém spoilers dos livros anteriores.

Enfim chega ao Brasil o DÉCIMO livro das Crônicas Saxônicas. Parece até que foi ontem (2012) que comecei a série acompanhando a vida de um pirralho e literalmente devorando os livros seguintes.

Após os acontecimentos do 9º volume, quando Uhtred, Finan e seus guerreiros derrotam o exército do irmão de Sigtryggr, Ragnall, além das mortes de Brida e Haesten, agora as atenções do nosso protagonista voltam-se totalmente ao norte, em direção à Bebbanburg, sua fortaleza de direito.

Ajudado pelo fato do seu genro Sigtryggr, casado com Stiorra, ser o comandante atual da Nortúmbria, Uhtred sabe que não terá que se preocupar com inimigos às suas costas quando avançar para o norte, focando-se somente no que interessa. Para manter a paz, um acordo foi feito com Æthelflaed, onde Sigtryggr abriu mão de várias terras e de vários burhs que havia conquistado.

Mas nem tudo são flores, é claro. Ao aproximar-se de Bebbanburg, Uhtred descobre que seu primo está sendo abastecido com comida e contratando guerreiros a partir do norueguês Einar, o Branco, já temendo um ataque de Uhtred à fortaleza inexpugnável. As coisas ainda pioram quando um exército escocês aparece, liderado pelo chefe de guerra Constantin, reivindicando todas as terras acima da Muralha de Adriano. Para eles, essa parte do território é escocesa, e isso inclui as terras em volta de Bebbanburg. Com uma quantidade de guerreiros bem menor e sem querer se arriscar, Uhtred é obrigado a recuar, indignado com as artimanhas aprontadas pelas fiandeiras do destino.

"Eu digo aos meus netos que a confiança vence batalhas. Não desejo que eles lutem, preferiria tornar o mundo de Jeremias uma realidade e viver em harmonia, mas sempre há algum homem, e geralmente é um homem, que olha com inveja para os nossos campos, que quer a nossa casa, que acha que seu deus rançoso é melhor que o nosso, que virá com fogo, espada e aço tomar o que construímos e torná-lo seu. E, se não estivermos prontos para lutar, se não tivermos passado aquelas horas tediosas aprendendo a usar espada, escudo, lança e seax, esse homem vencerá e nós morreremos. Nossos filhos serão escravos, nossas mulheres serão prostitutas e nosso gado será morto. Por isso precisamos lutar, e um homem que luta confiante vence."

Um oponente do passado aparece para atrapalhar ainda mais a sua vida: o poderoso ealdorman Æthelhelm, sogro de Eduardo e atualmente o homem mais poderoso do reino de Wessex. Determinado a confirmar seu neto como sucessor do atual rei, ele deseja uma invasão o quanto antes da Nortúmbria, o que vai de encontro à vontade de Uhtred. Æthelhelm teria que passar por cima de Sigtryggr e Stiorra, mas como foi visto no 9º livro, não se mexe com a família dos outros.

Os primeiros capítulos desse 10º livro são cheios de intrigas políticas e incertezas quanto ao futuro da Inglaterra. Ao acompanharmos os pensamentos de Uhtred, percebemos que a união dos quatro reinos ainda está bem longe de acontecer, apesar do domínio territorial saxão indicar o contrário. E isso é algo que com certeza será MUITO explorado também nos próximos volumes da série, quando os próprios saxões entrarão em conflito entre si para decidir quem seguirá o sonho de Alfredo.

Com um ritmo menos empolgante que o antecessor, O Portador do Fogo sofre um pouquinho com a parte política na primeira metade, quando o leitor é constantemente deslocado para um lado e para outro, tentando entender o que está acontecendo e quais serão as consequências.

No entanto, quando chegamos na parte onde se cumpre o prometido na sinopse, a coisa pega fogo.

Nesse livro acontece algo que praticamente todos os fãs da série estavam esperando. Não escreverei aqui exatamente o que é para não dar spoilers aos desavidos, mas quem acompanha a história do Uhtred desde pequeno não tem como errar. É pra glorificar de pé, irmãos! Chegou o grande dia!

"Eu tinha desamarrado as placas faciais do elmo, deixado que eles vissem o sangue no meu rosto, que vissem o sangue na minha cota de malha, nas minhas mãos. Eu era um homem de ouro e sangue. Era um senhor da guerra e estava tomado pela fúria da batalha. O inimigo estava a dez passos de distância e eu caminhei cinco desses dez, ficando sozinho diante deles. — Esta é a minha rocha! — vociferei para eles."

E que narrações sensacionais! Nos capítulos finais passa um filme na nossa cabeça, do Uhtred levando uma pancada do Ragnar velho para depois ser recebido pelo Ragnar filho, da batalha com Ubba à beira do mar, dele derrubando Svein do Cavalo Branco, de acompanhar a morte de Kjartan pelas mãos de Ragnar, da briga por Lundene, dos momentos íntimos com Gisela e seus herdeiros, da morte do rei que ele amava e odiava ao mesmo tempo, entre tantas outras coisas que fazem das Crônicas Saxônicas um conjunto de narrativas épicas de brilhar os olhos. Wyrd bið ful aræd

Impossível não se emocionar por um momento que esperávamos por tanto tempo.

Com um (baita) peso a menos nas costas, a série poderá avançar bastante, até momentos tensos na história da formação da Inglaterra, como a disputa pela sucessão do trono quando Eduardo, o filho do falecido Alfredo, morrer. Muitas tretas para os leitores nas sequências das Crônicas Saxônicas.

site: http://desbravandolivros.blogspot.com.br/2017/05/resenha-o-portador-do-fogo-bernard.html
Jhony 23/05/2017minha estante
Vagner, tu tem resenha do livro 1 ?, porque eu vou retomar a leitura da saga, e já faz mais de ano que eu li o primeiro.



Jhony 23/05/2017minha estante
Beleza, irei lá conferir, valeu.


Denis 24/05/2017minha estante
Vagner,
Sou muito fã de Cornwell, já li quase todos os livros e só falta a saga Sharpe...
Esse 10º livro tentei ler devagar, mas não consegui, li em um dia rsrsr
Só digo uma coisa: sempre me indicaram Bernard Cornwell e sempre relutei... mas depois que li o primeiro livro, não consegui mais parar, hoje é meu top 3 dos escritores e quem não leu não sabe o que está perdendo!
Dica: melhor escritor para narrar uma batalha! Não tem outro igual!
"O destino é inexorável!"


Vagner46 15/08/2017minha estante
Bah, Denis, pra mim também praticamente só falta a série do Sharpe, li apenas o 1º.

Cornwell é viciante, comecei a ler em 2012 e de lá pra cá já se foram 21 livros! o/




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Wellington.Nascimento 08/08/2017minha estante
Concordo com você amigo, na minha opinião esse foi o mais cansativo e menos interessante (mesmo tendo a tão sonhada conquista à Bebbanburgh)... o livro só fica legal nos seus 3 últimos capítulos, tornando um sacrifício passar por todos os outros capítulos anteriores. Pois parece que o senhor Cornwell está meio cansado dessa história. Uma pena...




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Digão Livros 22/03/2021minha estante
Normalmente eu faço as resenhas dos meus livros. desse especificamente, o tempo passou e eu não fiz. Vim ler para me inspirar, mas curti tanto a sua, que vou copiar e postar o link da sua. pode ser?




Rafaela 03/10/2017

Não é um dos melhores, mas ainda assim é muito bom.
Não sou muito boa em escrever resenhas, portanto só vou deixar um textão (sem spoiler) com minha passagem favorita do livro.

"Quando somos jovens, ansiamos pela batalha. Nos salões iluminados pelo fogo, ouvimos canções sobre heróis — como eles mataram na guerra, romperam a parede de escudos e encharcaram a espada com o sangue dos inimigos. Quando jovens, ouvimos os guerreiros se vangloriando, ouvimos suas risadas enquanto se lembram das batalhas e seus gritos de orgulho quando seu senhor os faz recordar alguma vitória difícil. E os jovens que não lutaram, que ainda não seguraram os escudos ao lado de outro homem na parede, são menosprezados. Por isso treinamos. Dia após dia treinamos com lança, espada e escudo. Começamos na infância, aprendendo a brandir uma espada com armas de madeira, e hora após hora somos golpeados e golpeados. Lutamos contra homens que nos machucam para ensinar, aprendemos a não chorar quando o sangue do couro cabeludo aberto cobre os olhos, e lentamente ficamos mais habilidosos com a espada.

Então chega o dia em que recebemos a ordem de marchar com os homens, não como crianças para segurar os cavalos e catar armas depois da batalha, e sim como homens. Se tivermos sorte, teremos um elmo velho e amassado e um gibão de couro, talvez até uma cota de malha que pende feito um saco. Teremos uma espada com mossas no gume e um escudo marcado por armas inimigas. Somos quase homens, não exatamente guerreiros, e em algum fatídico dia encontramos um inimigo pela primeira vez e ouvimos as canções da batalha, o choque ameaçador das lâminas contra os escudos, e começamos a descobrir que os poetas estão errados e que as canções que falam de orgulho mentem. Mesmo antes de as paredes de escudos se encontrarem, alguns homens se cagam. Eles tremem de medo. Bebem hidromel e cerveja. Alguns se vangloriam, entretanto a maioria fica em silêncio até que se juntam num cântico de ódio. Alguns contam piadas e a risada é nervosa. Outros vomitam. Nossos líderes de batalha discursam para nós, falam dos feitos dos nossos ancestrais, da imundície que é o inimigo, do destino das nossas mulheres e crianças se não vencermos. E entre as paredes de escudos os heróis se pavoneiam, desafiando-nos ao combate um contra um. Vemos os campeões do inimigo e eles parecem invencíveis. São homens grandes, de rosto sério, cobertos de ouro, reluzindo em sua cota de malha, confiantes, cheios de desprezo, selvagens.

A parede de escudos fede a merda, e tudo que os homens querem é estar em casa, em qualquer lugar que não nesse campo, se preparando para a batalha, mas nenhum de nós vai se virar e fugir, caso contrário será desprezado para sempre. Fingimos que queremos estar ali, e, quando enfim a parede avança, passo a passo, e o coração bate ligeiro como as asas de um pássaro, o mundo parece irreal. O pensamento voa, o medo reina. Então é gritada a ordem de acelerar a carga, e você corre ou tropeça, mas fica na sua fileira porque esse é o momento pelo qual passou uma vida inteira se preparando. E então, pela primeira vez, ouve o trovão das paredes de escudos se encontrando, o clangor das espadas, e começam os gritos.

Isso nunca vai acabar.

Até o mundo terminar no caos de Ragnarök, lutaremos pelas nossas mulheres, por nossa terra e por nossos lares. Alguns cristãos falam de paz, do mal que é a guerra, e quem não quer a paz? Mas então algum guerreiro enlouquecido vem gritando o nome imundo do deus dele na sua cara. As únicas ambições dele são matar você, estuprar sua esposa, escravizar suas filhas e tomar sua casa, por isso você precisa lutar. Então verá homens morrendo com as tripas embrenhadas na lama, com o crânio aberto, sem os olhos, os ouvirá engasgando, ofegando, chorando, gritando. Verá seus amigos morrerem, escorregará nas tripas de um inimigo, encarará um homem enquanto enfia a espada na barriga dele, e, se as três senhoras do destino ao pé da Yggdrasil o favorecerem, você conhecerá o êxtase da batalha, o júbilo da vitória e o alívio de sobreviver. Então irá para casa e os poetas vão compor uma canção sobre a batalha. E talvez seu nome seja cantado e você se vanglorie de sua proeza. Os jovens ouvirão com espanto e inveja e você não falará do horror. Não dirá como é assombrado pelo rosto dos homens que matou, como no último fôlego eles pediram piedade e você não teve nenhuma. Não vai falar dos rapazes que morreram gritando pela mãe enquanto você torcia uma lâmina nas tripas deles e rosnava seu desprezo. Não vai confessar que acorda à noite coberto de suor, com o coração batendo forte, tentando escapar das lembranças. Não vai falar disso porque esse é o horror, e o horror é contido no baú do coração, é um segredo. E admiti-lo é admitir o medo, e somos guerreiros.

Não tememos. Pavoneamos. Vamos para a batalha como heróis. Fedemos a merda.

Mas suportamos o horror porque precisamos proteger nossas mulheres, manter nossos filhos longe da escravidão e guardar nossos lares. Por isso os gritos nunca irão terminar, até que o próprio tempo acabe.” (Capítulo 11, páginas 258-260)

O trecho acima explica muito bem o motivo de eu gostar tanto das obras do Bernard Cornwell! Estou ansiosa pelos próximos livros. *_*
Felipe Augusto 06/10/2017minha estante
Sou fã desta serie de livros.




Luana Alcântara 22/05/2017

Mais uma luta sem trégua
Novamente Cornwell nos trás para vida de Uhtred, que mesmo envolvido com as disputas internas dos reinos saxões, e desses contra seu genro. Além de contar com as ameaças de um inimigo que sempre os assombrou. Ainda sim, terá a oportunidade de criar um ardil e enganar à todos, para finalmente lutar a única batalha que importa vencer, a retomada de sua fortaleza. Mais uma vez, Bernard Cornwell nos leva por páginas e páginas de cenas de sangue e suor, de luta e desespero, de vingança e glória, de homens que viviam por sua honra, família e seus deuses.
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Deborah Harue 23/05/2017

Verdadeiro descendente de Ida
Após uma longa jornada, finalmente podemos vibrar com a árdua conquista de Uhtred. Neste volume, o protagonista se mostra mais maduro, menos inconsequente e pouco altivo, uma vez que, apesar de ser um senhor da guerra e saber disso, está disposto a enfrentar quaisquer obstáculos ou inimigos que se coloquem em seu caminho, incluindo a sua já avançada idade, a fim de recapturar seu lar. Apesar de ser um tanto diferente dos outros volumes, sem o costumeiro recheio de fatos históricos, sem dúvida é um dos melhores livros da saga, e vale cada minuto de atenção.
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Zé Pedro 02/06/2017

Bebbanurg é nossa?
O livro me deu sono até uns 75% da leitura, quando Uhtred ia de um canto a outro em urdiduras prá levar adiante o sonho de reconquistar Bebbanurg. A partir desse ponto a estória fica envolvente e frenética e a leitura compensa os lentos ¾ anteriores . Fica a espera por mais outros volumes deste herói Nortumbriano. Será que estória vai continuar?
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DSaes 14/06/2017

Finalmente Bebbamburg
Finalmente Uthred recupera seu lar! Como sempre com muita sagacidade consegue enganar seus inimigos e tomar a inexpugnável fortaleza! Como todos os livros da série, o décimo volume é uma leitura deliciosa e fluente. A principio acreditei que seria o final da saga, mas questões importantes ficaram em aberto, o sonho do falecido rei Alfredo ainda não se realizou, será que vamos até a unificação da Inglaterra? Esse volume se diferencia dos demais por ser quase por completo ficcional, mas sem se afastar da situação política macro histórica à época.
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Daniel 26/06/2017

O melhor de 19
Já li 19 livros de Bernard Cornwell até hoje, 26/06/2017, e este é o melhor deles.
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Felipe Augusto 03/07/2017

Extraordinário
Com certeza um dos melhores livros da serie, com um final épico mostrando todos os detalhes de uma batalha narrada de uma maneira que só Bernard Cornwell consegue descrever. Com aspirações politicas e batalhas épicas são definidas o percurso de Uthred durante toda sua saga que ainda tem muita coisa por vir. Para mim o melhor escritor de Ficção Histórica.
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Rudhi 01/07/2024

Mudança de foco
O mais notável deste volume é a guerra travada em suas entrelinhas. Aqui o autor da mais ênfase no serviço de inteligência entre os atores da guerra. Nos outros volumes isso é presente, mas nesse ganha uma importância ainda maior.
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joabe.lins 06/08/2017

O PHODÁSTICO Cornwell. Não há o que falar, até as notas históricas dos livros dele são PHODA.
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LOSK 25/08/2017

Mais um ótimo capitulo dessa saga maravilhosa.
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