A Busca Sofrida de Martha Perdida

A Busca Sofrida de Martha Perdida Caroline Wallace




Resenhas - A Busca Sofrida De Martha Perdida


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Michelle 30/07/2017

A Busca Sofrida de Martha Perdida
Martha está perdida.

Ela está perdida desde que ela era uma criança, abandonada em uma mala na estação de trem de Paris. Desde então, ela esperou na loja de achados & perdidos da estação de esperando alguém reivindicá-la. Já fazem dezesseis anos, mas ela ainda tem esperança.
Entretanto, há mistérios para resolver: túneis secretos sob a estação, uma mala que pode ter pertencido aos Beatles, o soldado romano que aparece ao mesmo tempo todos os dias com seu almoço embalado.
Mas há um mistério que Martha não pode resolver. E agora as autoridades descobriram sobre a ela. O tempo está acabando e se Martha não descobrir quem ela realmente é, vai perder tudo ...
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Vanessa Boedermann 24/05/2017

A Busca Sofrida de Martha Perdida | Blog Corredora Literária
A Busca Sofrida de Martha Perdida é um livro muito bem feito, com uma diagramação excelente.

Uma frase me chamou muito a atenção durante a leitura e me fez refletir: "...crianças de quatro anos sorriem quatrocentas vezes por dia, mas então quando se tornam adultas, apenas sorriem vinte vezes por dia.", refleti quantas vezes ando sorrindo todos os dias.

Martha tem uma "mãe" controladora e fanática religiosa. Martha sofre abusos psicológicos e físicos, vive em uma redoma de vidro construída pela "mãe" e acredita em tudo que ela fala. Martha exige muito de si mesma e quer que tudo seja perfeito sempre.
Nas primeiras cinquenta páginas a "mãe" fala muito nos diálogos com Martha a palavra Diabo e isso ficou um pouco massante, mas creio que é justamente para nos fazer entender o quão abominável era a convivência com essa "mãe".

No decorrer da narração descobre-se um dom que Martha possui, o qual achei muito instigante, na minha opinião poderia ter sido melhor abordado pela autora e nos explicar a origem do mesmo.

De romance mesmo achei que o livro tratou bem pouco, na verdade acho mais que Martha teve um amor platônico por um cara interesseiro e muito mais velho que ela do que romance propriamente dito.

Muito bacana o mistério da mala dos Beatles.

Fica minha dica aos leitores: Busque no Google fotos dos lugares e vídeos das músicas citadas no livro, fica muito mais divertido e realista essa "viagem durante a leitura" além de conhecer de fato o que se está lendo e não apenas imaginar como seria tal. Realmente você se transporta para o ano de 1976 em Liverpool.

Recomendo a leitura e daria um bom filme!

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Ju Zanotti 24/05/2017

E bota sofrência nisso!
Sabe quando você escolhe uma leitura simplesmente pelo título da história? Sou dessas que primeiramente repara na apresentação de um livro, capa, diagramação, título e raramente leio a sinopse, ou seja, vou pela estética antes do conteúdo. Na maioria das vezes isso não é um problema, mas algumas vezes obviamente eu meio que me arrependo. Pensei que com A Busca sofrida de Martha Perdida eu iria me arrepender, principalmente no início, mas com o decorrer da narrativa algo essencial muda e a leitura fica muito mais confortável.

Martha Perdida é um achado. Abandonada por alguém na estação Lime Street quando era apenas um bebê a garota de 16 anos não sabe nada sobre sua origem. Tendo sido criada pela senhora responsável pelo Achados e Perdidos do local, uma velha religiosa e rígida, Martha cresceu ingênua e iludida. Acredita verdadeiramente que se um dia chegar a colocar os pés fora da estação toda Lime Street pode desmoronar. Porém, apesar da sutil vontade de conhecer tudo o mais a adolescente se contenta com o que tem. Até que se vê sozinha, contando apenas com alguns poucos amigos e uma necessidade de descobrir mais sobre si, mas não é fácil para jovem quebrar a redoma de vidro em que foi criada. Enfrentar o mundo, descobrir como quebrar a terrível maldição que acredita estar sobre sua responsabilidade, tudo isso é um peso que Martha precisa encarar.

Ingenuidade e ilusão excessiva são características que não suporto em personagens principais. No caso de Martha Perdida estes dois elementos são mais do que excessivos, acredito que no intuito de criar uma personagem sensível e poética a autora acabou pecando terrivelmente. As coisas em que Martha acredita, a forma como o sua mente funciona pareceram artificiais para mim, a única coisa que conseguia pensar é que ela era uma tremenda idiota e que provavelmente tinha algum problema cerebral. No entanto, e talvez sendo contraditória, devo dizer que é muito fácil sentir empatia pela protagonista, no sentido de se colocar em seu lugar. Se compreendemos a forma como ela foi criada, ser limitada como Martha parece ser é possivelmente crível. Mas não deixa de ser irritante. A narrativa salienta por diversos momentos que a personagem é uma alma velha em um corpo jovem, mas eu não consegui absorver isso. Apresentar diálogos introspectivos e filosófico não faz de um personagem uma pessoa sábia, principalmente quando tudo não parece fazer sentido de verdade. Martha é despida de convenções, ela é livre para ser o que quer em seu mundinho, não se importa com a sociedade que rodeia, não tem vergonha que riam dela, é o que muitos chamam de bobo alegre.

Para mim tudo ficou ainda mais absurdo quando um determinado personagem, que de cara notamos que não vale nada, entra na vida da protagonista. Martha que foi criada sem carinho e a atenção e oprimida pela senhora que a acolheu, anseia por amor, e o aceita muito facilmente. O envolvimento dela com alguém que a usa apenas para alcançar determinados objetivos só fizeram eu me irritar ainda mais. O abuso é claro, as mentiras estão ali, os amigos tentam alertá-la, mas a idiota, mesmo estando claro que não sente nada especial pelo tal personagem, precisa acreditar que ele a ama de verdade. Foi nojento, opressivo, ultrajante! O que realmente salva o livro são os personagens secundários, e o fato de que a protagonista parece amadurecer um pouco com o decorrer da narrativa, sem mudar sua essencial.

"- As pessoas estão sempre com pressa - falo, e Elisabeth assente. - Elas só percebem o valor de algo depois que perdem - concluo."

Outro ponto não tão agradável da leitura é a narrativa, a história vendida como um conto de fadas para adultos é narrada exatamente como um conto de fadas. É como se a protagonista estivesse contando uma história para alguém, falando assim me parece confuso, já que todo livro conta uma história e acredito que vocês só irão compreender o que quero dizer se derem uma chance a esta história. Mas lembre-se de quando você era criança, alguém algum dia deve ter narrado um conto de fadas para você, certo? Se você se lembra como é, talvez compreenda o que quero dizer. Bom, essa forma de contar não funcionou comigo.

Agora, depois de tudo isso, você deve estar achando que eu detestei o livro, mas tenho que dizer que isso não é verdade. Há algo que compensa tudo o que já disse, e é essencial para que um livro seja bom: a trama. Se excluirmos a personalidade da protagonista temos uma história bem gostosa, uma trama envolvente que nos leva até o final da história. A busca de Martha pela verdade e como ela ocorre é onde a verdadeira poesia está. E com certeza foi isso que fez com que eu não odiasse o livro. Então sim, apesar de tudo eu recomendo esta história.

Enfim, A busca sofrida de Martha Perdida é uma história que peca em diversos pontos, mas que os ganha por trazer um algo a mais que instiga o leitor. A poesia e singeleza contidas no desenvolvimento é o que dita a qualidade da obra, o resto, apesar de irritante, é apenas resto.
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