Luhran 28/01/2022pow-pow, é atirar primeiro e perguntar depoisStarr é uma adolescente de dezesseis anos de idade, negra, filha de um ex-traficante e que entende muito bem a forma como a cor de sua pele influencia como as pessoas em sua volta vão tratá-la.
Dona de duas vidas distintas, a filha de BigMav precisa lidar com seus amigos brancos de uma escola num local distante e seus amigos de bairro, que já a rotulam de traidora por estudar fora das redondezas.
E é fugindo dessa sensação de ter abandonado suas raízes que Starr aceita ir numa festa com Kenya, uma de suas melhores amigas, mas acaba por assistir o assassinato de seu amigo de infância quando um policial abusa de seu poder e atira três vezes nas costas de Khalil sem nenhum motivo.
A notícia ganha grandes proporções e Starr é a única testemunha. Os jornais rotulam Khalil como traficante e tentam de todas as formas camuflar a culpa do policial para que o mesmo saia impune de um crime que cometeu a sangue frio.
É a segunda pessoa de seu ciclo de vida que a garota assiste morrer injustamente. Mas agora, aos dezesseis anos, Starr está pronta para ter voz e expor o racismo velado diante todas as manchetes que querem culpar a vítima.
O ódio que você semeia é um pedido de socorro diante todo o abuso policial contra pessoas negras e mostra como o sistema judiciário está longe de quebrar seu racismo estrutural.
A família de Starr é incrível e eu amo e leria um livro sobre cada um deles. Angie Thomas escreveu uma obra prima digna de todos os elogios possíveis.
Confesso que nessa minha releitura, senti muito mais ódio do que da primeira vez em que li. É totalmente perturbador e revoltante presenciar as injustiças que o sistema é capaz de causar para poupar uma pele branca.
Extremamente necessário e importante.