Márcia 29/10/2021
Cinco Semanas em Balão - Júlio Verne
“Cinco Semanas em Balão” foi o romance de “estreia” do escritor frances Julio Verne. O livro foi escrito em 1863.
Esse autor foi de uma importância ímpar para a literatura mundial, já que é considerado um dos criadores do gênero de ficção científica, juntamente com Mary Shelley (Frankenstein) e H.G Wells (Guerra dos Mundos). Em suma, todos os livros de ficção científica que conhecemos podem ser considerados filhos das obras desses 3 autores.
Ao todo, são mais de 100 livros publicados por Verne, sendo que o autor foi traduzido para 148 línguas e é considerado pela UNESCO como o escritor cuja obra foi mais traduzida em toda a história.
O primeiro livro publicado, Cinco semanas em um balão, lhe rendeu fama repentina e fez com que começasse a lançar vários livros com a mesma fórmula, quase todos com grande sucesso. O último livro publicado foi O senhor do mundo em 1904.
Samuel Fergusson decide atravessar a África, de leste a oeste, em um engenhoso balão que desenvolveu. José Wilson e Ricardo Kennedy o acompanham na aventura, que desbrava diversas paisagens e sociedades do continente. Muitas vezes arriscam suas vidas para sobreviver a feras e a batalhas dos habitantes africanos.
O Dr. Samuel Fergusson causou um grande alvoroço naquela reunião da Real Sociedade Geográfica de Londres quando apresentou seu intento aos seus companheiros. Muitos deles achavam até que esse tal de Fergusson era apenas uma invenção qualquer e que nada daquilo que estava sendo proposto naquele dia era real, talvez apenas uma peça que estavam pregando em seus associados, mas Fergusson era real e também seu intento.
Fergusson era um audacioso desbravador e estava ali em busca de patrocínio e apoio, pois iria descobrir a nascente do Nilo e atravessar toda a costa da África em cinco semanas e num balão. Entre céticos e apoiadores da ideia, Fergusson conseguiu o que queria e sua exploração já estava em andando à partir daquele momento.
Assim que os preparativos da expedição foram colocados em prática, Fergusson, ainda tinha uma nova missão para resolver; seu amigo Dick Kennedy teria que ir nessa viagem com ele de qualquer forma, Fergusson já até contava com ele, mas Kennedy, apesar da amizade inabalável que existia entre ambos, não seria assim tão fácil de se convencer como o doutor esperava. Dick tinha sérias reticências em relação a expedição do amigo; perigosa, descabida e absolutamente improvável de se completar.
Samuel Fergusson, além de muito inteligente, perspicaz e seguro de seus cálculos e invenções para sua grande exploração, era também um homem que sabia como convencer alguém. Mesmo com Kennedy exasperado, quase que implorando para que o amigo desistisse de tal loucura, teve de dar o braço a torcer e, no final das contas, já era praticamente certo que seria o terceiro tripulante daquele balão que levaria seus nomes à fama mundial, pois o segundo tripulante já estava decidido há muito tempo: Joe, seu fiel criado.
Joe já havia participado de outras viagens de seu mestre e não precisava nenhum indicativo para saber que participaria daquela jornada rumo ao continente africano. Aliás, era parte imprescindível, pois Joe não era um doméstico comum, tinha seus conhecimentos de ciência apropriados ao seu jeito e uma filosofia otimista e uma lógica natural que sempre lhe rendia resultados fáceis e exatos.
Então ali se compunha toda a tripulação do balão que iria, em um prazo de cinco semanas exatamente, atravessar toda a África em busca, entre outras coisas, da nascente do Nilo. Fergusson, Kennedy e Joe não faziam ideia que toda essa grande jornada lhes transformariam profundamente, pois grandes perigos, descobertas inacreditáveis, perdas, ganhos e, acima de tudo, muita aventura à bordo do Victoria, o balão que tinha como ponto de partida, Zanzibar, seria uma marca indelével em seus corações e mentes que se uniriam naquele sentimento que atravessa barreiras pelo mundo afora: a leal e indissolúvel amizade.