O mal-estar na civilização

O mal-estar na civilização Sigmund Freud




Resenhas - O Mal-Estar na Civilização


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Lu 03/12/2014

Uma coisa me surpreende sempre que leio Freud e isso aconteceu com esse livro também: ele extrapola os limites da própria área de conhecimento, mas ainda assim, sempre traz luz nova sobre muita coisa. É impossível não lembrar das teorias dele em exemplos concretos do cotidiano.
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Victor 16/12/2016

FREUD, S. O mal-estar na civilização. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2011.
"O programa de ser feliz, que nos é imposto pelo princípio do prazer, é irrealizável, mas não nos é permitido - ou melhor, não somos capazes de - abandonar os esforços para de alguma maneira tornar menos distante a sua realização. Nisso há diferentes caminhos que podem ser tomados, seja dando prioridade ao conteúdo positivo da meta, a obtenção de prazer, ou ao negativo, evitar o desprazer." (p. 28)

"O homem civilizado trocou um tanto de felicidade por um tanto de segurança." (p. 61)

"Não se deve falar de consciência moral antes de demonstrar a existência de um Super-eu; quanto à consciência de culpa, é preciso admitir que se apresenta antes do Super-eu, ou seja, também antes da consciência moral. É então a expressão imediata do medo à autoridade externa, o reconhecimento da tensão entre o Eu e esta última, o derivado direto do conflito entre a necessidade do amor dela e o ímpeto de satisfação instintual, cuja inibição gera a tendência à agressão." (p. 83)

"O Super-eu da cultura desenvolveu seus ideais e elevou suas exigências. Entre as últimas, as que concernem às relações dos seres humanos entre si são designadas por 'ética'". (p. 90)
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yaschreave 15/11/2024

Primeiro livro que leio do tão renomado sigmund freud (e provavelmente, o último) e fiquei tipo:
- alguma dúvida?
- primeiramente que pra ter dúvida eu teria que ter entendido

li por indicação do tiktok, e sinceramente, não curti muito. justamente por não ter compreendido completamente, mas por causa de alguns trechos e ideias gerais que consegui interpretar, me forcei a continuar.

se você é mais da área científica - literalmente - vai ser uma leitura interessante e aproveitosa, pois os termos que ele usa e a forma como externaliza as teorias, torna dificultoso o entendimento por parte de quem tá mais acostumado com livros meramente de entretenimento
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João Pedro 17/02/2018

Interessantíssimo
Com críticas desde a religião até o comunismo (apesar de não ser o foco da leitura), Freud leva o leitor a uma análise detalhada da civilização e a infelicidade que a mesma traz. Sua análise sobre culpa, infelicidade, amor, instintos de destruição levam a no mínimo uma boa leitura.
Apesar de não haver "provas" de seus pensamentos (e é bem difícil de obter, já que falamos da psique humana, coisa que pouco entendemos), Freud realizar uma reflexão coerente sobre o mal-estar que a civilização trouxe ao homem.
Retraímos nossos instintos sexuais e agressivos (de destruição) através das leis que nós mesmos criamos. Privar o homem de seus instintos causa infelicidade (afinal, muitas vezes desejamos matar uma pessoa que muito nos incomoda), porém o fazemos para trazer uma segurança do coletivo. Afinal, isso é uma melhora? Privar-nos de assassinatos prolonga a vida. Mas se essa vida for mais tortuosa e menos feliz, é válido?
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Dayvid Simplicio 09/03/2019

FREUD, Sigmund (1929). O mal estar na civilização. Edição Standard Brasileira das Obras Completas de Sigmund Freud, vol XXI. Rio de Janeiro: Imago, 1996.

Nascido em 1856 na antiga Morávia, império austríaco, Sigmund Freud foi um dos mais influentes médicos neurologistas do seu tempo e um dos mais dedicados cientistas da modernidade, cuja produção repercute e se aperfeiçoa até os dias de hoje. Autor de uma vastíssima obra, Freud deixou muitos escritos nos quais desenvolve com maestria as suas teorias e os seus estudos sobre a Psicanálise e os métodos de acesso ao inconsciente. Além de O mal estar na civilização, ele é autor de outras obras famosas, como A interpretação dos sonhos (1900), Além do princípio do prazer (1920), entre outras. Freud morreu em 1939, na Inglaterra e ainda vivenciou o crescimento da Psicanálise, que foi impulsionada pelo trabalho de muitos seguidores.
Publicado em 1929, um pouco antes da queda da bolsa de valores em Nova Iorque, o texto Mal estar na civilização traz uma reflexão de Freud sobre o indivíduo coletivo, aquele que vive em sociedade. Parte do princípio de que o ser humano não consegue ser feliz vivendo na sociedade organizada, porque seus desejos instintivos não são compatíveis com os objetivos da civilização. É um olhar pessimista sobre o ser humano após a Primeira Guerra Mundial, no meio da ascensão de regimes totalitários e intolerantes pelo mundo todo. Em oito capítulos, Freud propõe uma reflexão embasada em sua teoria psicanalítica, valendo-se de conceitos-chave, como o de neurose, sublimação, libido, pulsões etc.
Uma das primeiras considerações de Freud, neste texto, é sobre o que ele chamou de princípio de prazer, segundo o qual o indivíduo é impulsionado a buscar para si a felicidade e o bem-estar. Porém, este indivíduo, uma vez inserido em uma sociedade, precisa de desvencilhar de sua natureza instintiva, ou seja, renunciar a muitos desejos para poder viver uma condição em que seus desejos não podem ser satisfeitos plenamente, isto é, a civilização.
Diante desta realidade em que se encontra o homem “civilizado”, o autor lembra, na segunda parte, que este indivíduo que perdeu sua individualidade precisa formalizar contratos, regras, leis, proibições para que essa vida comunitária seja possível. Em outras palavras, os interesses sociais são sufocados em vista da realização dos interesses coletivos, e isso causa ao homem um mal-estar.
Mais adiante, no terceiro capítulo, Freud aponta que muitas neuroses são originárias dessa repressão que a civilização fez com os instintos humanos. Esse mal-estar causado pelas regras e leis aliena o ser humano de si mesmo e lhe impulsiona a buscar uma sublimação desses desejos reprimidos, o que agrava ainda mais esse mal-estar, já que deixa o ser frustrado. A sublimação é necessária, diante da forte energia psíquica que se acumula na contenção dos desejos. A essa energia Freud chama libido.
A principal repressão consiste nos desejos e instintos sexuais. Segundo o autor, a sociedade organizada cria um modelo de vida sexual uniforme para ser vivido por todos os seus membros, de modo a manter a ordem e o cumprimento das leis. Esse princípio é criticado por Freud, já que vai de encontro à sua teoria da sexualidade, conforme ele escreve: “a exigência de uma vida sexual uniforme para todos ignora as desigualdades na constituição sexual inata e adquirida dos seres humanos”.
No quinto capítulo, Freud destaca a segunda maior repressão ao indivíduo em sociedade, isto é, a repressão da agressividade, que está ligada à pulsão de morte. O pai da Psicanálise acredita na natureza má e perversa do ser humano, porquanto enxerga na sua constituição natural a inclinação à violência. Em suas palavras, “o ser humano é agressivo e mau por natureza, e o outro é a tentação para se satisfazer a agressividade”. Para que a civilização seja construída e a sociedade organizada, é preciso fundamentalmente conter esses dois instintos básicos do ser humano. E o autor encerra este capítulo de forma contundente ao afirmar que o homem primitivo tinha mais condições de ser feliz, porque não conhecia nenhuma dessas repressões.
Mais adiante, Freud descreve o principal meio pelo qual esses instintos são reprimidos em sociedade, ou seja, o sentimento de culpa. Mesmo que haja instituições sociais de força, como a polícia, o judiciário, é necessário recorrer a outro aspecto, que possa incutir na cultura uma autofiscalização, já que seria impossível reprimir com a força todas as transgressões às leis. No sentimento de culpa, o homem social é repressor de si mesmo, e contribui assim com a ordem social. Para a teoria psicanalítica, o sentimento de culpa cria a instância psíquica do superego, fundamental para o desenvolvimento psíquico do ser humano. Nesse caso, porém, há o superego coletivo, que consiste na ética. Ainda falando sobre isso, o autor retoma sua discussão inicial sobre religião, ao afirmar que as instituições religiosas prestam o maior serviço à sociedade organizada, ao ser grandes responsáveis pela sublimação dos desejos instintivos do homem, e consequentemente, as maiores impostoras do sentimento de culpa na cultura.
Encerrando o texto de forma ainda mais pessimista, Freud coloca outras questões e reflexões, afirmando que ele não pretende encerrar uma discussão sociológica. Ele se questiona até que ponto a evolução social poderá reprimir os instintos humanos e causar mais sentimentos de mal-estar e infelicidade.
As provocações deste texto de tornam muito necessárias para a análise atual do homem em sociedade. Podemos nos perguntar, partindo dessa reflexão, em que consiste o mal-estar na nossa sociedade hoje. Quais são os aspectos que evidenciam essa repressão dos nossos desejos? Em que estamos sofrendo? E além disso, podemos, assim como o autor, propor questionamentos para o futuro. Como se comportará esse ser humano mau e agressivo daqui para frente? Como sublimaremos os nossos impulsos? O texto é imprescindível para uma leitura psicanalítica da modernidade, bem como para uma compreensão contextualizada dos conceitos criados por Sigmund Freud.
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Lucio 01/10/2015

De tirar o fôlego! Freud tenta explicar o sentimento de culpa e a angústia humana do 'homem civilizado'
Este é o primeiro livro do Freud que lemos por completo. Deu pra ver o porquê deste homem ter ganhado tanta fama. Ele é muito lúcido e culto. Além de mostrar-se bem informado, escreve de forma prazerosa sobre temas espinhosos. É muito honesto também, admitindo ignorância em vários pontos e fazendo apontamentos para desenvolvimentos noutros. É um autor fascinante, embora nós discordemos na maior parte a respeito de tudo o que ele diz por termos cosmovisões diferentes.

Em poucas palavras, o autor defende que o mal-estar da civilização é basicamente o instinto de morte que há no homem, e os resultados psicológicos disso. Em suma, o homem é um inimigo da civilização enquanto séquito do ID. O instinto de morte que há no homem peleja contra a tendência do Eros de uni-lo a outros. E ele acaba reprimindo essa agressividade gerando grande infelicidade para si por conta das neuroses e sentimento de culpa oriundos dessa resistência e do poder que o superego exerce sobre ele.

O enseio é pessimista, no melhor sabor hobbesiano, schopenhaueriano e nietzschiano. O autor considera que a culpa não passa da agressividade reprimida e voltada contra o próprio indivíduo. A moral é o superego social que logo será introjetado no indivíduo, assimilado por seu superego e manifesta em sua mente em forma de consciência. Assim, não há moral e nem ética de verdade.
O que o homem quer é lido em termos utilitarista. A religião é apenas uma ilusão (seguindo a linha do 'Futuro de uma Ilusão') que tenta lidar com a culpa. Mas é a via errada. A via da ética também não serve. Freud sugere uma relação diferente para com as propriedades, mas isso não resolveria o problema, só minoraria pois não crê na ilusão socialista de que o homem só é mau por causa do meio. Ele é mau por natureza. Ele tem um instinto de morte.
Todo o ensaio tem um caráter de avaliação da tensão entre o homem e a cultura ou civilização. Esta inclusive é vista - a la República de Platão - como uma ampliação do homem, desenvolvendo até mesmo um superego cultural. E, portanto, pode ser que exista uma neurose cultural. Freud faz apontamentos para uma terapia cultural também.
O autor não tem pretensão de fazer um juízo sobre o valor da civilização. Prefere abster-se de julgar. Apenas expôs toda a tensão existente entre o homem e a vida comunitária. Mas conclui dizendo que não pode confortar a ninguém. E que só podemos torcer para que o Eros se sobressaia ao Tanatós. Uma conclusão sombria.

Embora, como calvinista, concordemos com ele de que há uma inclinação para o mal no homem, fazemos leituras diferentes da cognição humana. Freud, embora dialogue (tacitamente) com vários pensadores, evidentemente ignora tantos outros. Para começar, o erro fundamental dele é simplesmente, num passe de mágica, lançar para longe a questão do conflito existencial humano. Ele diz que é uma questão insolúvel e não mais toca no assunto. Mas em coro com Sócrates, Agostinho, Calvino, Pascal, Goethe, Dostoiévski, Kierkegaard, Karl Jasper, Heidegger e Sartre (dentre outros), poderíamos mostrar que o homem não pode ficar em paz, e uma ansiedade singular lhe toma o coração (ou 'a alma', ou 'a psiquê') no que diz respeito ao motivo de sua existência, o significado de seu ser e do mundo. Não lidar com essa questão é querer trazer uma paz terapêutica meramente paliativa (mais do que o próprio Sigmund imagina).
Além disso, ele, na sua imaginação sobre o desenvolvimento da consciência da criança, inclusive da consciência de si, ignora a discussão do papel e da origem dos pressupostos que estão presentes em cada conclusão tomada pela criança. Parece que ele não estava ciente disso.
Por fim, podemos apontar que Freud desconsidera o argumento transcendental ou a epistemologia reformada (embora elas sejam mais recentes, vários autores já haviam esboçado-as, dentre os quais Agostinho, Hodge, Strong, Bavinck... e sabe-se lá mais quem). Em suma, descobrir um instinto de morte, um instinto libidinoso, um apreço pela felicidade e tantas outras coisas que elaborou não parecem eliminar a existência da moralidade ou dos valores reais. Sua busca por tentar uma teoria que explique a faculdade moral do homem parece-me ter várias lacunas e, se nosso juízo de certo e errado é uma ilusão - não o que é certo e errado, mas apenas a faculdade moral da mente -, então ele teria que duvidar do funcionamento da mente em geral, inclusive da empiria. O resultado, como muitos autores mostraram, é o solipsismo.
Além disso, estamos interessados em pesquisar mais o pensador em prol de tentar cobrir algumas lacunas em seu pensamento e, num trabalho próximo queremos compará-lo com seus críticos cristãos dentre os quais, principalmente, C. S. Lewis. Deixemos esses demais apontamentos para um outro momento.
Por ora, nossa respeitosa avaliação crítica de um bom pensador.
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Tomoko 30/07/2019

É um livro provocador
É um livro que trata de assuntos diversos como a religião, família, preconceitos, moral e a felicidade na civilização. Admito que fiquei dias sem dormir pensando nos assuntos que contém nesse livro.
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Cristal 10/03/2020

Tão atual
Me faz ter grande reflexão sobre uma sociedade que buscar tanto prazer, em varias formas baseado em hipocrisia.
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Suzana.Basilio 21/03/2020

Freud explica que cada um de nós temos uma busca incessante pela felicidade, e estamos a todo momento tentando mitigar nosso sofrimento, mas cada um de nos temos a nossa maneira de encontrar felicidade.
Ele critica a religião como uma despotica dessa busca individual pela felicidade, que a igreja impõe por um único caminho, sendo que não é assim.
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Vania Nunes 31/03/2009

Mal necessário
Ler Freud sempre causa uma rebordosa em vc, seja boa ou ruim. Não tem como ficar indiferente. Texto denso, mas necessário pra se entender um pouco a alma que vive em sociedade.
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Bell_016 14/05/2020

"Facilita a minha imparcialidade o fato de saber muito pouco sobre tudo isso — de saber apenas uma coisa com certeza: que os juízos de valor dos homens são inevitavelmente governados por seus desejos de felicidade, e que, portanto, são uma tentativa de escorar suas ilusões com argumentos."
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Alexandre Modesto 13/06/2020

"O homem é o lobo do próprio homem"
Em primeiro lugar, acho importante que quem quiser ler esse livro tenha um conhecimento prévio sobre os estudos do Freud: primeira e segunda teoria do aparelho psíquico, complexo de édipo, pulsão (eros e tanatos) e libido. Caso contrario, ficará um tanto perdido.

No mais, o livro é bastante provocativo e realista (ou pessimista). Freud compartilha da opinião de Thomas Hobbes de que "o homem é o lobo do próprio homem", descrevendo como o ser humano constrói e busca um ideal de felicidade que vai contra as normas sociais.

O pacto social pede que para que se possa viver em harmonia em uma sociedade o individuo tem que se abdicar de certas liberdades. Então a sociedade atua como repressora sobre os instintos humanos e este se vê frustrado com os seus desejos. Contudo, essa frustração não some, essa energia é acumulada e refletida posteriormente em uma neurose.



site: @amodestoc
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Davi 17/06/2020

Clássico de Freud
Nesse livreto, Freud analisa, pela lente de um evidente colapso financeiro de 1929 de níveis inimagináveis, como os humanos se situam em suas infelicidades, dilemas e questões pessoais. Uma boa sequência seria ler esse livro e, após, o "Capitalismo Parasitário" de Baumann, que faz um retrato pós-crise econômica de 2008 e suas implicações sociais.
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