Não há amanhã

Não há amanhã Gustavo Melo Czekster




Resenhas - Não há amanhã


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lailarosenbach 12/10/2023

"Somos meras vírgulas, nunca pontos finais."
Título: Não há amanhã
Autor: Gustavo Melo Czekster
Número de páginas: 160
Nota: ???

"Não ha amanhã" não é um livro que eu leria por opção própria, mas tenho que dizer que ele me surpreendeu. Os contos foram um pouco difíceis de entender, mas provavelmente seja porque não estou acostumada com esse tipo de obra. Mas de qualquer forma, alguns contos eu posso garantir que tocam a alma do leitor.
Posso classificar o livro como uma sensação incomoda mas que ao mesmo tempo é prazerosa. Também estranhei que o livro parece superar os limites da lógica, e apresenta muitos aspectos da literatura como um corpo vivo. No início, foi um tormento ler, mas com o tempo, fui me acostumando com a linguagem e ele se tornou prazeroso. Ainda assim, esta fora da meu costume de leitura, então por isso, 3 estrelas.
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Biblioteca Álvaro Guerra 05/11/2021

Dotado de uma voz personalíssima e urdindo argumentos inesperados, Czekster engendra, neste livro,um caleidoscópio de estórias que transformam e refratam umas ás outras, á medida que a leitura. Seus relatos podem ser lidos uma série de pesadelos interligados, sob a toada de alguns recorrentes. Uma das facetas desse pesadelo múltiplo é o antigo "vanitas vanitatum" do Eclesiastes: a efermeridade das coisas humanas; outra face, menos explícita, talves seja a autoreflexão pertubadora da própria literatura - ou, num sentido mais amplo, o poderao mesmo tempo criativo e caótico da imaginação, com suas constantes tentações de esperança e desespero.
Se, ás vezes, Czekster parece flertar com um certo realismo urbano, á Rubem Fonseca, os meandros de seu etxto logo reafirmam sua filiação á literatura fantástica, na imortal tradição de Poe e Maupassant. Os personagens de Czekster movem-se em um mundo sempre á beira da dissolução, da implosão ou do óblivio; é como se cada instante de suas existência fosse ameaçado por uma confluência de forças soturnas e absurdas.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788580490466
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Paulo Silas 20/12/2017

"Não Há Amanhã" é uma obra fantástica. Uma reunião de contos que tocam (quando não ferem) a alma do leitor. Um misto de ficção e realidade que, no final das contas, acabam se misturando e sendo uma coisa só. Não há amanhã, pois não há como avançar para um dia seguinte quando considerado o estado letárgico que fica o leitor após a leitura do livro. O amanhã não chega, uma vez que aquela sensação incômoda e estranhamente prazerosa proporcionada pela leitura de uma escrita que diz muito impede que se vire a página,que se vá além, que se supere aquilo que foi lido. Creio que o incessante martelar das palavras lidas, que atordoam a mente do leitor, e assim permanece de maneira constante, justifique o título da obra. É, portanto, um livro sensacional.

Gustavo Melo Czeskter é um escrito excepcional. Sua escrita é coesa enquanto ao mesmo tempo ignora todos os limites da lógica, ultrapassando linhas limítrofes que alguns segmentos da literatura insistem em criar. Com isso, acaba por produzir um texto singular, único, que dialoga com o leitor de uma maneira própria, direta, sem piedade. A leitura deve ocorrer assim de forma despretensiosa - pretensiosamente pela despretensão, portanto. Seja como for, preparando-se ou não para aquilo que está por vir nas páginas do livro, o leitor acabará sendo nocauteado de qualquer modo. Não há como vencer a escrita de Gustavo. Ela é cruel e abala a paz de espírito de todo e qualquer tipo de leitor. Não satisfeita em deixar seu oponente derrotado ao chão (sim, aqui leitor e obra duelam), ela o persegue posteriormente, trazendo lembranças que voltam a atormentar a mente como pesadelos. O pior de tudo isso é que o leitor acaba gostando, fazendo-se presente em todo esse processo o fenômeno da Síndrome de Estocolmo.

Em "Não Há Amanhã", a palavra tem um poder incrível. A literatura possui vida - literalmente. A escrita, o texto, as letras, a linguagem posta no papel, produzem efeitos que superam expectativas e toda e qualquer barreira.
No livro o leitor terá acesso (ou não) a uma fórmula matemática responsável pelas revoluções. As várias Cláudias confundirão até mesmo o leitor mais atento. Um homem com um caderno no parque estará a procura daquilo que dará o sentido a todas as coisas - sem falar nos fragmentos que buscam algo. As palavras da obra também matam, e caberá a um arrogante professor descobrir de que modo isso é possível, não sem antes desvendar o segredo que poderá lhe poupar a vida. Tudo isso e muito mais. Daí o zelo que deve estar presente no leitor quando do contato com a obra, sob risco de, caso vá com muita sede ao pote, sofrer com as consequências além daquelas inerentes da leitura. Fica registrado o alerta!

O livro é tortuosamente maravilhoso. Uma espécie de tormento salutar. Uma literatura que extasia, que convence, que faz jus ao termo. Contos excepcionais que falam (e despedaçam) com o ser do leitor. Recomendadíssimo!
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