Ana - @edicaodebolso 25/02/2021É isto um homem?Nem por um momento cheguei a pensar que seria um livro fácil, e mesmo assim fui surpreendida com essa leitura, principalmente pela contrariedade dela, o peso que ela deixa em nós, aquele sentimento denso, difícil digerir, aquele nó na garganta, aquela sensação de peso, mas ao mesmo tempo a leveza com que ela é contada.
Li bastante relatos da segunda Guerra, uma prateleira da minha estante destinada a essas histórias não me deixa mentir, mas em nenhum outro senti o que esse livro me passou, o sentimento com que ele foi escrito, as emoções ali despejadas são quase palpáveis.
Não há ódio, não há sentimento de vingança , é nítido que a mácula do ressentimento não conseguiu fazer morada em quem o escreveu e mesmo assim as atrocidades são contadas de uma forma indignativa!
Poderia ser mais um relato de sobrevivência ao período mais deplorável da história, da fase mais baixa que o ser humano já atingiu, mas vai muito além disso.
Poderia parar por aqui e apenas recomendar essa leitura embora tenha que te alertar para fazer em um momento apropriado, mas me sinto no dever de complementar e ser o mais sincera possível com relação a todos os sentimentos da leitura.
Sempre que leio relatos de experiências em campos de concentração me vejo reflexiva em relação ao sentimento de gratidão, você já parou para pensar no quão agraciado é por ter nascido no país que nasceu, na época que nasceu, nas condições que nasceu? E aí a reflexão vai se afunilando e você se vê grato pela teto que acima da sua cabeça o protege, o alimento que está sobre sua mesa, sua saúde, segurança e daqueles que você ama.
Cada um enfrenta suas batalhas e problemas nessa vida, mas um fato inegável é que sempre teremos algo do que agradecer.