Luis361 05/07/2023
This is definitely the darkest timeline.
Considerando que o último livro lançado se passa lá no começo da cronologia e não interfere em nada no final, aqui acaba a jornada com The Witcher (vou demorar um pouco pra ler esse último).
Meu saldo com a franquia é:
- 7 ótimas leituras;
- Um jogo incrível, com conteúdo extra melhor ainda;
- uma tatuagem;
- uma experiência que faz refletir sobre muitas coisas.
Todo o universo (ou multiverso, rs) construído ao redor do bruxo Geralt de Rívia é surpreendente. A narrativa conta com vários personagens incríveis, enredos genuínos, descrições fantásticas e uma composição genial.
São obras que que fogem de grande parte dos clichês de fantasia e romance, jogando seu pensamento muito pra frente do que se era pensado no lançamento original, durante as décadas de 1980/1990.
O protagonismo não só do Geralt, mas de todo o núcleo que cerca ele, principalmente a parte feminina (Yennefer, Ciri, Milva, etc.) ilustram bem diversos aspectos reais, principalmente quando voltado pra política, em que os paralelos são realmente bem difíceis de não fazer
Sou realmente fascinado por tudo constituído pelo autor, desde os contos até todo o romance feito, é algo pra se pensar e guardar com carinho.
Tenho quase certeza que o Sapkowski foi estilista em outra vida, o cara manda bem demais pra descrever vestimentas.
Agora sobre esse livro em específico, então spoilers, eu acho:
É tudo uma grande discussão sobre destino e a sua realização, sua verdade ou inverdade e se real, como ele é?
O último livro da franquia tem muito mais uma perspectiva a partir de terceiros, principalmente por causa das personagens de Avalon. Não sou muito chegado na obra do Rei Arthur, mas consegui entender uma ou outra coisa.
Ele uma ideia muito legal de multiverso com o poder da Ciri, fator que permite ótimos momentos de perseguição e desenvolvimento da personagem.
O fim trágico, mas heroico, de personagens que aprendi a gostar nos outros livros (Cahir, Milva, Regis, etc.) é de tirar lágrimas, muito por causa da redenção e dos batismos de fogo que cada um ali passou (Cahir, ainda não te superei).
O final em aberto, após refletir um pouco, considero muito válido e satisfatório, pois para mim essa retirada do Geralt e da Yennefer foi muito bem feita, e considerando que os jogos não são canônicos, interpreto como algo definitivo.
Cada antagonista tem um desfecho muito bom, o plot do imperador (por mais que eu já tivesse conhecimento) é bem estruturado e consistente. Os novos personagens (Julia, Nimue, Condwiramurs, dentre outros) são bem legais, pois apresentam outras visões do universo que acompanhamos.
Eu entendo a razão de primeiramente esse livro ter sido dividido em duas partes no Brasil,
e só depois ter recebido essa definitiva, realmente em certo ponto já parece uma outra coisa sendo contada.
Problemas? Sim.
Os capítulos focados tanto no Jarre, quanto na guerra efetiva de Nilfgaard são bem arrastados, poderiam ser bem mais rápida. Na minha opinião, o livro teria menos 100 páginas bem fácil, só removendo essas enrolações e focando no principal de cada acontecimento que faz a trama andar.
Achei também um desperdício o Bonhart não enfrentar o Geralt antes do fim, adorei o final dele nas mãos da Ciri, mas ficou faltando uma vingança do Bruxo por tudo que ele fez pra ela.
É isso, leiam a saga toda. É muito bom.
Tempo de tempestade, um dia boto minhas mãos em você.