Minha Velha Estante 10/03/2021
Se você está achando que essa é a resenha de um livrinho curto, fofo e de leitura fácil... Lamento informar, querido leitor, que você foi enganado! Depois do azul pode até ser fofo em alguns momentos, mas, com certeza, não traz uma leitura fácil.
Vamos conhecer a história da família de Lou-Anne Boisclair, e a maneira como ela própria, seus pais e sua avó lidam com o suicídio da sua irmã gêmea, Geneviève.
Geneviève era a gêmea linda, talentosa, que gostava de nadar e desenhar e ainda era inteligente. Sabe aquela pessoa que você jamais imaginaria ser depressiva? Era ela. Até que ela resolve pôr fim a toda a dor que ela sentia morrendo afogada na piscina do colégio com um esquema totalmente planejado.
O livro alterna os preparativos para o suicídio com partes do seu diário, que é quando entendemos o que Geneviève realmente sente em relação ao mundo; para depois nos mostrar quais as consequências restaram para os membros de sua família. Afinal, o fim da vida de Geneviève não é o fim para sua família nem amigos ou professores.
Quem nos conta agora a história é Lou-Anne, que carrega o peso de ser olhada de maneira estranha o tempo todo por todos, afinal sua irmã gêmea está morta e como olhar para ela e não lembrar de Geneviève? Isso sem contar o fato de estar sozinha, sem sua companheira, pela primeira vez na vida e por não se perdoar por nunca ter percebido o que havia de errado com a irmã.
A escrita da Élaine Turgeon é incrível, ela te embala pelos parágrafos mais difíceis com muita delicadeza. As ilustrações do livro referentes ao diário de Geneviève são lindas e retratam fielmente tudo o que ela sentia quando escreveu cada passagem.
Depois do azul não é um livro triste, é uma história que traz momentos de dor, mas, principalmente, que nos mostra que essa dor pode ser superada. Ela mostra que o suicídio como tentativa de acabar com o sofrimento não é a saída, afinal ele traz o sofrimento das pessoas que você deixou para trás.
Vamos conhecer também os dramas e dilemas de Pauline, avó das meninas, e de sua filha Jeanne, mãe das meninas, e como a depressão sempre foi uma companheira constante na vida das mulheres dessa família. E é quando a autora se supera e mostra como é importante não estar só, pedir ajuda, ter uma bela rede de apoio e aceitar que você está com um problema e precisa de ajuda, e que tudo bem que isso está acontecendo porque você não é o único a passar por isso!
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