TRB 26/06/2018
Pitch Please é meu mais novo relacionamento no mundo dos romances esportivos. Dos últimos livros que eu li a maioria deles, ou eu diria todos, foram sobre astros do esporte. Sério, eu devo ter pego alguma doença bem contagiosa, que lógico, venho aqui dividir com vocês.
Conheci a autora por outra série de livros que não cheguei a concluir porque o enredo e a escrita da autora me frustraram um pouco, mas ainda bem que eu não deixei o ranço tomar conta e iniciei essa série que pouco conheço e já amo tanto.
Pra começar a resenha com um plot twister maravilhoso o livro é a história de romance entre um jogador profissional fodão e uma preparadora física plus size. SIM! Tem mina gorda como protagonista no rolê.
E antes que comecem com o “como ela é preparadora física gorda?”, então né, é exatamente isso que ela enfrenta o tempo todo durante o livro. As pessoas não entendem que ser um especialista em condição física não precisa ser necessariamente um tipo fisiculturista.
Sway Coffman tem muita merda para aturar por ser mulher em um trabalho potencialmente masculino, cuidar dos jogadores do Texas Lumberjack, uma equipe profissional de beisebol. Ela esta orgulhosa do novo emprego e de onde conseguiu chegar e ninguém vai conseguir por ela para baixo.
Não o tempo todo, pelo menos.
Afinal, ela gasta muita energia ignorando o mau humorado astro do time Hancock Peters. Ou melhor Parts, como ele é conhecido no time, para ficar triste com as pessoas que não entendem que gordura não tem nada haver com ter ou não saúde e que mulher pode sim ocupar o lugar que ela quiser.
Hancock é o tipo de cara pau no c* se é que vocês me entendem, ele tá ali para fazer o seu trabalho e é isso, sem gracinhas, sem distrações e sem ninguém se meter na sua vida e nas suas superstições. E cara, ele tem muitas.
Chega a ser engraçado, ver esse mundo das superstições dos jogadores de beisebol, alias acho que de todas as ligas esportivas americanas. Acho que toda a métrica e estatística deixa eles meio pirados. No último campeonato da NFL, o Tom Brady ganhou o prêmio de MVP da temporada, e sabe-se que quando isso acontece o time não vence o superbowl, pode ser só coincidência, mas eles não levaram e tinham tudo para isso.
Por só escrever séries, um dos defeitos da Lani é criar situações adversas para enfiar mais personagens a trama. Dando um pouco de SPOILER aqui, tem um momento do livro que o Hancock ganha um irmão gêmeo e vai para zona de guerra emular que é ele para descobrir o paradeiro do irmão que tá desaparecido. Tudo isso no meio do campeonato, no jogo mais importante. Essa virada vem completamente do nada, em alguns momentos parece que algumas páginas foram surrupiadas do livro.
Como eu já vinha de uma decepção com a autora e estava lendo o livro por total entretenimento, eu não vou julgar a falta de profundidade que os enredos dela tem, pode ser que isso seja uma questão de assinatura. Não faz as coisas serem ruins, mas as torna nebulosas e confusas.
Tenha isso em mente: Ler Lani Lynn Vale é se divertir com as frases de abertura dos capítulos e se apaixonar pelos personagens.
A Lani se superou, em relação a primeira série que eu tentei ler dela, em criar um livro divertido e ativista ao mesmo tempo. Por mais que tenham alguns pontos que precisam realmente ser superados, de uma forma geral o livro é uma ótima leitura, desde o idiota arrogante e “não tô nem aí para o mundo” Hancock, ao vilão cleptomaníaco, passando pela bem passivo-agressiva Sway.
Os personagens são bens característicos e marcantes, os esteriótipos são bem trabalhados e embora o plot seja um pouco bobinho (jogador fodão se interessa pela mocinha batalhadora enquanto o vilão quer derrubar a mocinha e pegar o emprego dela) é um livro que te prende a cada página. Cheio de risadas e muitos “aawwn” e você vai amar a companhia dessa leitura.
site: https://thereviewbooks.com.br/pitch-please/