Eduarda Graciano do Nascimento 05/12/2017Let no man steal your thyme... Bathsheba Everdene é forte, independente e muito determinada. Após ficar órfã, ela vai morar com a tia viúva numa pequena propriedade no interior da Inglaterra e lá desperta o interesse de seu vizinho, o jovem fazendeiro Gabriel Oak, que a pede em casamento. A garota recusa, argumentando que não está preparada ou interessada em casamento no momento.
"It wouldn't do, Mr Oak. I want somebody to tame me; I am too independent; and you would never be able to, I know."
Certo dia, para sua surpresa, a moça recebe uma propriedade como herança de um tio distante que acabou de falecer e vai até lá para tomar posse do lugar.
Por ironia do destino, os caminhos dela e de Gabriel se cruzam novamente, após este passar por infortúnios e ter de vender suas próprias terras, indo parar justamente na fazenda daquela que partiu seu coração.
Bathsheba enfrentará a sociedade para conquistar seu lugar como mulher independente e como administradora de terras, e despertará o interesse amoroso de seu novo vizinho, o rico William Boldwood e também do sedutor sargento Frank Troy.
Suas relações com esses três homens (Oak, Boldwood e Troy) que têm nela um objeto de afeição, serão determinantes em sua vida, e responsáveis por muitas tristezas e alegrias no futuro.
Como eu amo Thomas Hardy e essa história!
Já tinha provado da genialidade desse autor inglês em Tess e em Judas, o Obscuro - que permanece meu favorito dele - mas quanto mais eu o leio, mais me fascino e apaixono.
A escrita de Thomas Hardy é poética e consegue arrancar suspiros, sorrisos e lágrimas. Ele descreve as paisagens inglesas e os fenômenos da natureza como ninguém e só por isso já valeria a pena ler suas estórias.
Sendo um autor completo, além de uma escrita magnífica, suas tramas são carregadas de emoção e personagens bens construídos.
Em Far from the Madding Crowd (Longe Deste Insensato Mundo, aqui no Brasil e Longe da Multidão, em Portugal) conhecemos a história de Bathsheba, que é uma mocinha que desperta controvérsias e debates quando mencionada. Eu a amo e compreendo, mas muita gente não gosta dela. Ora, para mim sua insensatez e sua inconstância só a tornam mais humana. A garota comete muitos erros durante a história mas sofre com as consequências de todos eles. E como já mencionei aqui, quando o enredo se trata de segundas chances, perdão e amadurecimento, praticamente qualquer história me ganha!
Aí entram os três "mocinhos" entre os quais, digamos, Bathsheba terá de decidir: o jovem fazendeiro Gabriel Oak, que vivia numa posição confortável e chega a pedir a protagonista em casamento (imagina uma mulher sem recursos como ela era até então, recusar um pedido desses naquela época?), mas acaba perdendo tudo e ironicamente vira seu empregado; o rico Boldwood, um solteiro de meia idade que é o alvo de quase todas as garotas da região, e que desenvolve um amor meio obsessivo por Bathsheba; e o charmoso sargento Troy, com quem ela literalmente "esbarra" por acaso e que fica a cargo da tensão sexual e da paixonite que consome a mocinha (jovens... tsc tsc).
Acho que é óbvio quem vale a pena aí. Na verdade, o próprio Hardy deixa claro quem é o mocinho desde o começo, ainda que isso não queira dizer que o final é feliz ou que o casal fica junto. Vocês terão que ler pra saber!
“I shall do one thing in this life - one thing certain - that is, love you, and long for you, and keep wanting you till I die.”
Os personagens, inclusive os funcionários de Bathsheba, são todos encantadores e fundamentais. Em dados momentos, durante a narrativa, ficamos conhecendo Fanny Robin, que era empregada na fazenda quando o tio da protagonista era vivo e que terá um desenrolar importante (e triste) na história dela.
Não quero ficar me alongando muito, a resenha ficou até pequena mesmo, já que se fosse dizer tudo o que há pra ser dito sobre Far from the Madding Crowd, eu poderia escrever uma tese! Queria falar, sobretudo, do Gabriel, e do modelo de homem que ele é. Há muito a ser dito sobre esse belo romance de Thomas Hardy, mas acho que nada que eu diga aqui vai se comparar à experiência de explorar essas páginas!
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http://www.cafeidilico.com/2017/12/far-from-madding-crowd-thomas-hardy.html