Karina 03/07/2021
Resenha | O Pequeno Príncipe - Antoine de Saint-Exupéry
A simplicidade que encanta e ensina.
A história narra o encontro entre um aviador viajante que caiu com o avião no deserto e um homenzinho extraordinário de cabelos dourados, o pequeno príncipe. A medida que o diálogo entre eles vai evoluindo é possível notar como as visões adultas perdem a beleza do olhar de uma criança com o tempo e como a infância é uma parte essencial no interior de cada pessoa.
Mesmo que a capa pareça com um livro infantil é seguro afirmar que "O pequeno príncipe" é um livro para todas as idades. Ele possui reflexões profundas sobre o comportamento humano. Você ler e sente que algo está sendo modificado. Que talvez não tenha visto ou pensado em algo da maneira que o pequeno príncipe diz. É uma conversa com seu interior e não me surpreende que tantas pessoas amem e sintam-se ligadas a este livro, porque ele traz a tona várias emoções e sentimentos que são discutidos ao longo da vida humana.
Durante a leitura muitas frases se tornam marcantes:
“ - Se alguém ama uma flor que é um exemplar único entre os milhões e milhões de estrelas, isso basta para ficar feliz ao olhá-las.” - Pág. 29
“ - Eis meu segredo. É muito simples: não se vê bem a não ser com o coração. O essencial é invisível aos olhos.” - Pág. 72
“ - Os homens esquecem essa verdade – disse a raposa. - Mas você não deve esquecê-la. Você fica responsável para sempre pelos laços que cria. Você é responsável por sua rosa...” - Pág. 74
“ Mas não fiquei tranquilo. Lembrei-me da raposa. Quando se criam laços, a gente corre o risco de chorar um pouco...” - Pág. 83
“ - As pessoas têm estrelas que não são iguais entre si. Para uns, os que viajam, as estrelas são guias. Para outros, não passam de pequenas luzinhas. Para outros, que são cientistas, são problemas. Para meu homem de negócios, eram ouro. Mas todas essas estrelas ficam caladas. Já você terá estrelas como ninguém mais...” - Pág. 87
Essa última frase, mostra como cada pessoa é responsável por suas escolhas e como você determina o grau de importância ao lidar com fatos e situações ao longo da vida. Cultivando e semelhando o resultado das suas ações diariamente. Todos temos algo único, algo especial, só nosso. E esse tipo de reflexão acontece em vários trechos desse livro, o que torna tudo encantador. É fácil se pegar sorrindo sem querer durante a leitura, pelo simples fato de concordar com este sábio príncipe. É impressionante como um livro tão curtinho pode gerar tantos sentimentos para o leitor.
No final do livro, tive a sensação que o pequeno príncipe na verdade, foi um ser criado pela mente do viajante, de quem ele gostaria de ter sido na infância. Como se o príncipe fosse seu “eu interior” do passado, cheio de sonhos, desejos e objetivos que com o tempo deixou para trás e ao fica sozinho, projetasse ali no deserto solitário, uma âncora de salvação para se agarrar, para não perder suas esperanças.
Se na infância o viajante havia se deixando entristecer, e com o tempo adquirindo responsabilidades com sua vida adulta, agora busca-se com todas as forças lutar contra pensamentos ruins e frustrações que pudessem alimentar, impossibilitando sua coragem de seguir adiante para consertar seu avião.
Enfim, este livro é simples, maravilhoso e encantador. #Recomendo