@borboleituras 07/09/2020
Por meio de um narrador irônico, satírico e indagador, em ‘Triste fim de Policarpo Quaresma’, Lima Barreto – escritor negro, brasileiro, que, além de romances, produziu crônicas, contos e sátiras – critica as contradições dos militares, dos políticos e da classe média do subúrbio carioca do século XIX ao historiar a trajetória de Policarpo Quaresma, personagem fictício caracterizado por seus ideais ufanistas.
Durante a narrativa, o protagonista é descrito como um homem metódico, leitor assíduo e estudioso. Patriota exacerbado, o major Policarpo Quaresma participou da Revolta da Armada e idealizou projetos, objetivando preservar costumes e criações que fossem estritamente nacionais.
Em harmonia, o leitor é apresentado a um personagem dedicado a projetos de cunho cultural, agrícola e político, a fim de contribuir com o bom desenvolvimento do Brasil, motivado pelo amor - não correspondido - que nutre por sua Pátria. Contudo, os planos do major são adiados quando, assim como ocorrera com o autor do romance, é internado em um hospício por conta de um requerimento no qual pede que o Congresso Nacional decrete o tupi-guarani língua oficial do povo brasileiro; mas seu triste fim não é esse...
Nessa obra, Lima Barreto, através de uma narrativa fluida e, por vezes, humorada, utiliza referências da mitologia grega e romana; e propõe reflexões acerca das pressões e realidades sociais, e da opressão estatal.
Dessa maneira, caso você queira reflexionar sobre as más consequências que um patriotismo radical e acrítico pode ocasionar, essa composição pode ajudar