Freddy.Cosme 17/02/2024
Um visionário.
Já fazem algumas semanas que li o Triste Fim de Policarpo Quaresma, e algumas passagens simplesmente não saíram da minha cabeça, como a carta que Quaresma envia para sua irmã, próximo do final do livro, palavras extremamente tocantes de um homem frustrado com tudo aquilo que acreditava, seguido de uma passagem que ilustra bem toda sua decepção:
“A sua sensação era de fadiga, não física, mas moral e intelectual. Tinha vontade de não mais pensar, de não mais amar, queria, contudo, viver, por prazer físico, pela sensação material pura e simples de viver.”
Policarpo era um Nacionalista que não tem nada a ver com o que chamamos de Nacionalistas hoje em dia. Era alguém que enxergava o local, o desenvolvimento sustentável com bases regionalistas, e se sentia frustrado a cada momento que alguém tinha como principal referência algo vindo de fora.
Mais recentemente li “A Terra dá, A Terra Quer”, e não teve como não linkar a história escrita por Lima Barreto. Será que o modo de vida e de sociedade descrito pelo Nego Bispo, algo que já vem sendo construído em sua comunidade por gerações, seria o modo de vida em que Policarpo Quaresma se encontraria?