Cílio Lindemberg 23/01/2017
O Triste Fim de Policarpo Quaresma e a política na obra
Atenção: A presente resenha traz uma opinião, apenas, de uma pessoa em um determinado período de tempo de sua vida. Recomenda-se, portanto, que os leitores desta vejam com seus próprios olhos o que a obra apresenta, ao invés de ater-se somente ao meu comentário crítico. Afinal, não é para isso, dentre outros fatores, que somos leitores? Para ir lá no mundo e vê-lo com nossos próprios olhos? ;)
Assim como todo livro que queremos ler, eu fui para esta leitura com minhas expectativas, geradas, justamente, pela Introdução que acompanha a obra. Pois bem, vi que se tratava de uma obra política acerca de um homem (Policarpo Quaresma) que passa por três estágios sociais a fim de conseguir contribuir para o êxito de sua pátria.
Apesar de presente por toda a obra, o retrato político se intensifica na terceira parte, onde até o Marechal Floriano, ex-presidente, aparece como personagem. Quaresma, por sua vez, em sua terceira façanha social, junta-se ao exército para participar da batalha em defesa de seu país, o Brasil. Entretanto, apenas no fim da obra, ele percebe de que, realmente, trata a política do seu país. Deixa-se de lado os anos de avanço em prol da civilização e retoma-se o modelo mais pré-histórico de se lidar com inimigos. Inimigos? Será mesmo? Ou seriam apenas convenções histórico-sociais que nos fazem defender algo que, de verdade, nem deveria ter a importância que dão? Vive-se pela pátria, morre-se por ela, e ela nem é alguém, por quem se poderia valer a pena morrer...
Além disso, a obra também traz um cenário superatual quanto à política do país. Ainda na sua terceira parte, é dito que o poder político tem sempre razão - razão em decidir sobre a vida ou morte dos outros. Imagina só a falta de sensatez!? Como mencionado, é algo super atual, pois que não decidem os políticos quanto mais roubarem de nós? Quanto mais devemos trabalhar, até morrer, para sustentá-los? O que é isso, hein? Quanta falta de união, pois que apenas o todo poderia tirar essa quadrilha do poder...
Assim sendo, a política não tem razão, a menos que sua razão seja para o bem de sua sociedade, o que ainda não está se fazendo mostrar, aqui no nosso cenário, por exemplo. Instituem leis, que deveriam ser para todos, mas que são apenas para se protegerem da gente, como se a gente fosse o real perigo. Não é a título de ameaça alguma, mas se eles não cuidam da educação, só criam feras. E feras... Nem os homens mais educados (como se eles chegassem perto de ser...) conseguem impedir, né... Frankenstein está aí para provar. :)
Apesar de não sentir a leitura fluir enquanto passava as páginas, eu recomendaria essa obra, principalmente, para que se entenda o papel do Estado nos tempos atuais. Jamais devemos nos ater a uma opinião negativa sobre algo sem vermos com nossos próprios olhos - vale para livros, filmes, músicas, lugares e pessoas também. Portanto, não levem em conta minha visão negativa sobre a obra. Tentem ver com os próprios olhos. Só assim dicernirão com mais sabedoria o que eu tentei comentar aqui. ^^