Triste Fim de Policarpo Quaresma

Triste Fim de Policarpo Quaresma Lima Barreto




Resenhas - Triste fim de Policarpo Quaresma


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Clarispectiana 02/01/2022

Lima Barreto é espetacular, e as várias faces presentes em "Triste fim..." é fantástico. Para quem gosta de romances que possui uma certa descrição dos fatos/acontecimentos vai curti "Triste fim...."

Outros aspectos que me encantaram foi o arcabouço de leituras do Lima Barreto, de como o livro é recheado de autores/teóricos em que ele faz referências. E aqui estão as discussões patrióticas de Policarpo, na sua gama de leitura sobre diversos aspectos do Brasil.
Lima faz ainda críticas a posição da mulher na sociedade, fica muito visível em algumas personagens e no peso que elas carregam por ser mulher.
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Fernandes83 02/01/2022

"Nunca foi só um livro , Lima"
Quando li esse livro há uns 15 anos, me pareceu uma história comum, contudo, a grande diferença dos clássicos nacionais é que eu achava que entendia o que estava escrito. Hoje, estudando história e lendo essa obra, ela tem outro significado: os grandes nomes da História brasileira sendo citados, a crítica a política de imigração, o deboche a falta de interesse aos livros, as criticas ao papel da mulher (ou falta de papel), a elevação de status a partir do casamento, a sensibilidade com a população rural, o racismo, sei lá... Eu não sei como coube tanto em tão poucas páginas, só narrando o cotidiano de pessoas comuns.
Em determinado momento do livro, a narrativa me cansou um pouquinho, porém, nada que tirasse o brilho desse Patrimônio Nacional em formato de livro. Major Policarpo Quaresma estaria orgulhoso de mim! Obrigada LIMA BARRETO!

"Lima Barreto seguia seu esforço, solitário de problematizar a intelectualidade da época(...) Lima anda bem acompanhado de gente negra guerreira, gente que fez o dobro, o triplo, para ter a metade(...)"
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Ronan 03/01/2022

Como muitos desses livros que lemos para o vestibular ou quando estamos no Ensino médio, minha primeira leitura da obra (se é que houve) foi equivocada, a ponto de eu não me lembrar mais se a tinha lido. Recentemente li os contos completos do autor e tive vontade de ler essa obra. Novamente as questões racial, econômica, social e da descrição de um Rio de Janeiro que mudava rapidamente no início do séc. XX vêm à tona com muita força, traçando um panorama da chamada “República da Espada”.
Policarpo é um nacionalista, um idealista, que valoriza seu país acima de tudo e de todos e que faz os maiores sacrifícios por ele. Tudo que é brasileiro para ele é melhor e ele faz uma busca intelectual por tudo aquilo que fosse genuinamente brasileiro para justificá-lo. Quer seja na música, na língua tupi ou na sua tentativa frustrada de cultivar a terra (a mais fértil do mundo) em seu sítio do “Sossego” essa busca estava presente.
À despeito de seus esforços, o ambiente que o cercava era muito tacanho e egoísta, a burguesia carioca da qual ele fazia parte estava imersa em uma vida de aparências, pautada pelo egoísmo de uma elite burocrática que via no Estado uma maneira de ganhar a vida, privilégios pessoais e status. Há muitos personagens militares, sendo Quaresma um deles, que deveriam primar pelo nacionalismo mas que só o fazem nas aparências, ironicamente nunca participaram de guerras reais e passam o tempo discutindo formas de “arrancar” do erário público vantagens. Quando Quaresma ousa propor o uso do tupi como forma de exaltar esse nacionalismo é acusado de maluco e vai para o manicômio.
Dentro desse ambiente do funcionalismo público a mania de “doutores” é forte, o prestígio a eles atribuído era alto, mesmo que sua sabedoria fosse apenas de fachada visando a ascensão e o reconhecimento sociais. Impera também o positivismo, fortemente ironizado pelo autor.
A política consegue ser ainda pior, ele tem problemas com as autoridades no sítio por não colaborar com fraudes nas eleições e preferir não se meter nos mandonismos locais (trata-se do coronelismo tão caro à esse período da nossa história). O sítio por sua vez tem uma terra muito ingrata (metáfora do Brasil?), já que por maiores e obstinados que fossem seus esforços a terra não dava quase nenhum retorno. Ao apoiar o presidente Floriano Peixoto durante a Revolta da Armada, com os mais sinceros desejos de estar contribuindo para o futuro do país, acaba por ser preso e esse é o seu triste fim, a morte, condenado por ter desagradado o presidente ditador ao se queixar em uma carta do rumo que via as coisas tomando.
Termino a obra pensando que ela é uma alegoria de como o Brasil trata os brasileiros que apostam tudo nele, uma crítica a uma elite política e econômica tacanha, europeizada, que não pensa para além do seu próprio umbigo e políticos que não enxergam além dos seus interesses pessoais imediatos. Tudo isso ocorrendo pari passu com uma modernidade que atropela as pessoas, os fatos e suas sensibilidades, uma sociedade atrasada, violenta, desigual, burra e que vive de aparências. Os personagens mais simples, como o compositor Ricardo coração de leão (coração puro) ou os escravizados que trabalham para ele no sítio são aqueles mais leais, bem como sua afilhada, uma mulher à frente de seu tempo, obrigada a se casar pelas pressões de sua época mas que enxerga muito além dele e é frustrada em função disso (embora implicitamente ela problematiza a emancipação feminina), uma radiografia social acurada.
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Paula 05/01/2022

Triste, realista e meio lento
O livro denuncia o racismo (e contém alguns trechos bem racistas que expõem o pensamento da época), o descaso das autoridades com a população e o machismo. É muito triste porque, obviamente, não acaba bem. O título é o spoiler. É uma leitura interessante mas um pouco lenta.
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Henri 05/01/2022

Faz jus ao nome
Livro de altos e baixos, as vezes está muito bom e as vezes a leitura não nos prende muito, porém na reta final do livro ele fica muito bom e o final da história é surpreendentemente bom e ao mesmo tempo ruim para quem queria um final feliz.
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Lucas.Martins 07/01/2022

É triste, Policarpo
Romance de comportamento que se passa no fim do século XIX. Híbrido de ficção com personagens e ocorrências que realmente existiram, como políticos, guerras e conflitos.

Narrativa em terceira pessoa. Obra dividida em três partes bem definidas pela situação do protagonista. Cada uma das partes é dividida em cinco capítulos, geralmente cada capítulo apresenta o foco em personagens diferentes.

Policarpo Quaresma é um rapaz de meia idade que vive no Rio de Janeiro e trabalha como subsecretário no Arsenal de Guerra, foi nomeado major. Quaresma é um excêntrico patriota, ama sua terra e tudo o que ela provém, fauna, flora, cultura, esta última desde a trazida pela colonização até as nativas, fornecida pelos indígenas. Essa caraterística fanática acaba colocando-o em sérios problemas, pela injustiça, pela incompreensão e até pela sua própria insistência e ilusão.

Outros personagens também são marcantes e têm profundidade, como a afilhada de Quaresma, de nome Olga, o menestrel Ricardo Coração dos Outros, General Albernaz e sua filha Ismênia, a irmã de Policarpo, Adelaide, entre outros. Todos com características acentuadas, que levam o leitor a reflexão sobre seus comportamentos.

O contexto histórico do romance é no Brasil governado pelo ditador republicano Floriano Peixoto, que também faz parte da história. Muitas críticas sociais são consideradas, como ao fanatismo, à misoginia, à falta de amparo com os escravizados recém libertados e ao militarismo brasileiro.
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Nicole 08/01/2022

Patriotismo
É um livro descritivo que instiga o patriotismo brasileiro e faz enxerga o quão grande o nosso país é, tanto em termos culturais, quanto em históricos e físicos. Além de tudo isso, mostra o desenrolar da história de um homem apaixonada pela sua terra natal, o Brasil.
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Jéssica 09/01/2022

Policarpo Quaresma é um nacionalista e idealista. Um patriota, no sentido sincero da palavra: aquele que ama a pátria e a ela presta serviços. Ele é, realmente, um adorador do Brasil. Até tenta aprender a tocar vilão e algumas modinhas, para valorizar nossa cultura, rs. Um homem muito estudioso que, após uma profunda análise sobre os nativos do Brasil, acredita que o mais certo seria se todos os brasileiros falassem tupi-guarani. Então, ele, com todo seu amor à pátria e ingenuidade, leva suas ideias às autoridades e vira motivo de chacota. É dado como louco e acaba sendo internado num hospício.

Em meio a esse patriotismo de Quaresma, o livro se desenrola em uma verdadeira crítica social, evidenciando os defeitos, preconceitos e falácias da sociedade brasileira da época.

Apesar de possuir uma linguagem simples, e cômica até, achei um pouco maçante em alguns pontos.

Além disso, esse livro me deixou de coração partido, mas a leitura é super válida.
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Paulinho.Campos 11/01/2022

Clássicos da Literatura
Triste fim de Policarpo Quaresma, publicado em capítulos, num jornal, em 1911, e em livro em 1915, narra uma história que se passa em 1893, ano em que acontece a Revolta da Armada, no Rio de Janeiro: a Marinha se rebela contra o presidente Floriano Peixoto, querendo derrubar o governo.
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juliabatis_ 11/01/2022

Muito bom
Esse livro é mais do que um livro, é um documento histórico.
A história tem três partes: morando na capital do Brasil, moramos no interior e por fim a revolta armada. Tem muitas camadas de crítica, história e principalmente sobre a nação que ainda está em formação. Acompanhamos a história de um Brasil que se baseia na Europa e um personagem completamente nacionalista mas que vê seus sonhos sendo perdidos com os anos.
Se você está estudando a história do Brasil ou quer saber mais sobre esse período (início da República) leia esse livro.
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SueSouza 13/01/2022

Muito bom
Oi Pockets!

Tudo bem? Espero que tenham uma ótima quinta - feira?
Hoje venho com duas dicas super legais, de uma obra nacional, a história do anti-herói Policarpo Quaresma.

Quaresma "Era um homem pequeno, magro, que usava pince-nez, olhava sempre baixo, mas, quando fixava alguém ou alguma cousa, os seus olhos tomavam, por detrás das lentes, um forte brilho de penetração, e era como se ele quisesse ir à alma da pessoa ou da cousa que fixava."

Nosso protagonista é um homem patriota, que tenho orgulho da sua nacionalidade ao ponto de só usar e consumir coisas nacionais. Ele é visto como um homem de hábitos pontuais. Mora com a irmã, eu educado com os vizinhos, mas não chega a receber visitas, a não ser de sua afilhada e pai. Além de Ricardo "coração dos outros" que esta o ensinando a arte do violão.

Quaresma não pode servir ao país como era seu sonho devido seu porte e saúde, mas continuou a contribuí com o país no serviço público. Tinha algumas ideias vistas como louca (como implantar o tipo como língua padrão do país), e por causa delas acaba passando um tempo internado no "hospício".

Depois disso, vai viver no campo , mas acaba não tendo sossego como esperava, pois a política chega até ele e prejudica sua tranquilidade.

Vamos acompanhar a trajetória e percalços que nosso protagonista irá viver, além de como já previsto seu triste fim. Mas sempre terá seu amigo Ricardo tentando ajudá-lo, assim como sua afilhada Olga.

A história de Quaresma é triste, mas trás temas importantes como, o governo ditatorial de Peixoto, críticas sociais, questão da época, racismo, preconceito e a hipocrisia (ainda mais envolvendo interesses políticos).


Aproveitei para escutar o Audiolivro pelo @tocalivros e acompanhar a leitura no Kindle Unlimited, na edição da LP&MEditora que está ótima.

#culturapocket #books #audiolivro #kindleunlimited #tocalivros #tockers2021 #lcgagcomunicacao #leituranacional
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FAtima.Ribeiro 15/01/2022

Clássico!
Um clássico que todo brasileiro deve ler. Além de trazer um pouco da nossa história e costumes da época, também faz uma crítica à sociedade e isso é maravilhoso para abrir nossa mente.
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Sarah.Guedes 15/01/2022

Olha, antes d ler eu não fazia questão nenhuma d ler esse livro, mas nossa, é praticamente essencial para entender a História do Brasil, retrata muito bem a Revolta da Armada e as camadas mais pobres na época. O Policarpo é a personificação de patriotismo, ele é bem intencionado e sinceramente quer o bem de todos os brasileiros, sendo mal-visto por muitos que o consideravam estranho, recomendo para quem estiver estudando esse período da História e também para quem quiser saber mais de política, mas aviso que não é um livro fácil, eu só entendi melhor porque no fim da edição que eu peguei tem umas perguntas e respostas p interpretar a história.
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Léia Viana 17/01/2022

12 Livros para 2022 - Livro 1
Este foi meu primeiro livro de Lima Barreto. Fiquei triste ao longo da leitura por perceber que o escritor, na época em que escreveu essa obra, o quão triste e decepcionado com o nosso país ele estava.

Policarpo Quaresma, ou major que não era major, um patriota cheio de ideais, xenofóbico que sempre valorizou e lutou pela cultura brasileira, a ponto de defender que o tupi-guarani se tornasse o idioma oficial do país. Leitor voraz a ponto de somente se basear nos livros e nem ao menos parar, para refletir, no que se lia e questionar com a realidade na qual estava inserido.
É um personagem que fica cego pelo amor que nutria a seu país.

Pelas minhas pesquisas, o escritor Lima Barreto não era esse otimista a ponto de acreditar em progresso e equilíbrio em nosso país. Mas isso se deve a situação em que o Brasil se encontrava no início do século XX e os muitos empecilhos para que o país se tornasse uma grande potência. Talvez por isso construiu esse personagem tão antagônico a época e a seus próprios pensamentos.

As grandes conclusões em que Policarpo Quaresma chega no livro são tão atuais! O personagem percebe que é muito difícil fazer negócios em seu país, por conta da corrupção (vejam só!). As condições agrárias também não são propícias - isso me lembra que grande parte de nosso país ainda sofre com falta de saneamento básico, investimentos concretos para o pequeno lavrador, especialmente aos lugares mais secos.

Este livro é muito crítico e triste.
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