Esaú e Jacó

Esaú e Jacó Machado de Assis...



Resenhas - Esaú e Jacó


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Katita 17/07/2021

Machado de Assis consegue construir uma estimulante necessidade de terminar o livro e não deixa-lo abandonado.
Confesso que no meio par ao final a narrativa ficou cansativa, mas as surpresas me faziam insistir para me surpreender com as situações que mudavam e saiam do previsível.
Lamentei pela perda, mas achei muito pertinente literalmente pela consciência do não se ter controle sobre a vida.
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Mariana Dal Chico 16/07/2021

“Esaú e Jacó” de Machado de Assis, foi mais uma leitura que fiz com o #Leiturarte no mês de fevereiro e a experiência de ler metas diárias e imediatamente trocar ideias foi incrível.

Publicado em 1904, o livro traz histórias — acontecidas e por vir — dos gêmeos Paulo e Pedro, desde a infância, passando pela adolescência e fase adulta.

Com um enredo PROPOSITALMENTE monótono — o que é diferente de chato —, por vezes fragmentado no tempo, onde as cenas de ações são parcas, o foco fica por conta da maestria narrativa e genialidade do autor ao construir dualidades e ambivalências, oposições simétricas, que se multiplicam, criando camadas que o leitor precisa estar atento para ligar capítulos anteriores aos mais avançados.

O livro é repleto de referências bíblicas, mitologia grega, história de relacionamento colonial, história do Brasil, diferenças sociais.

Sobre o retrato da sociedade na época é interessante observar como um núcleo familiar consegue comprar um título nobre enquanto outro personagem que enriqueceu, nunca consegue conquistar o status social desejado.

Aliás, o capital tem muito peso nessa história sua movimentação cíclica e como o valor do mesmo muda de acordo com a camada da sociedade em que se encontra é algo interessante de se observar.

Foi uma leitura incrível, mas não vai entrar para a lista de favoritos. É um daqueles livros que fiquei muito mais impressionada pela habilidade do autor em criar algo dessa magnitude do que com a história propriamente, então como experiência de leitura completa, faltou “algo” para despertar aquela paixão que não consigo nomear.

site: https://www.instagram.com/p/CM7yFN5Do_i/
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Tevo 10/07/2021

Dualismo.
Sou fã carteirinha do Bruxo do Cosme Velho. Esse é o quarto romance que leio de Machado e confesso que tive um pouco de dificuldade para compreender o que ele estava propondo... Todavia, depois de decidir concluir a obra, consegui entender a grande maioria das informações, explícitas ou não, que Machado quis passar. Uma bom livro, com uma boa mensagem. Não direi que é o melhor, não acho. Porém, do que reclamar? O mesmo autor escreveu Memórias Póstumas, e seria suficiente. Kjkk
Enfim, acredito que o livro seja uma descrição política e uma crítica sagaz as elites do período de transição da monarquia a república. Por isso, acredito que conseguiu alcançar o objetivo proposto.
Eu quis entretenimento, Machado quis dar socos no sistema. Saí com um olho roxo, mas saí mais crítico. Recomendo a leitura. Mas faça como o Conselheiro Aires: apenas concorde.
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Emerson 30/06/2021

Melhorou
Seja qual for a dor de corno que o Machado tinha nos outros livros, aqui ela não está tão presente, então podemos aproveitar pelo menos um livro do autor em que o principal objetivo não é provar que o mundo e a vida são uma merda
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Nélio 09/06/2021

Finda a leitura, o momento é de assentar opiniões. Terminar obras de grandes escritores é isto mesmo: guardar em si um pouco do estilo, posto que fugaz!
Machado é um dos maiores de nossas letras. Não me vejo dizendo ou pensando o contrário. ?Esaú e Jacó? é um dos seus textos que podem reforçar dizeres e sentires como esse. Uma leitura fluida, prazerosa, encantadora... Isso, e muito mais, é possível de se dizer sobre o período em que estive com o livro.
A história parece ser sobre dois irmãos gêmeos que, desde o útero materno, se opõem, com opiniões e posições antagônicas.
Como tudo depende do olhar de quem vê ? ou lê! -, digo que o livro é sobre uma mãe que acompanha a vida de seus amados filhos no que é muito comum: intermináveis conflitos humanos. Tudo ali parte das ações de Natividade... Ela é a mãe, ela destaca-se naturalmente sobre seu marido, ela é quem acompanha e registra os fatos da vida dos filhos. E ela confia, aposta, deseja, costura calmamente acontecimentos, tudo esperando que as ?coisas futuras? preditas sejam marcadas por alegrias e grandezas.
Acredito que o autor construiu ? intencionalmente, ou não - uma grande personagem e que para narrá-la escolheu dois filhos que pouco ? ou nada ? realizam na obra. Nem o ?amor? dos dois por Flora foi capaz de levá-los a (re)agir na vida! Não há lutas, há fatos que mais parecem acordos não verbalizados de irmãos cavaleiros do que batalhas e reconciliações.
A literatura machadiana do final do século XIX é muito rica... Fica a dica.
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Lia 03/06/2021

Foi difícil terminar essa leitura...mas não podia abandonar Machado em qualquer lugar da estante. Dessa vez a escrita pegou (não sei pq) ...a história é interessante, o autor é incrível...me peguei algumas vezes tendo a certeza que ele falava diretamente comigo, adivinhando meus pensamentos e me respondendo.

Vale uma tentativa de releitura desse livro em outros tempos para ver como será o processo.
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Lisboa 31/05/2021

Caim e Abel, o arquétipo dos irmãos hostis.
Terminei faz algumas semanas essa leitura, a minha introdução apropriada ao icônico Machado de Assis, em outras leituras ('O pai', e, 'Memórias póstumas de Brás Cubas') acabei não me engajando e findei adiando essas outras obras.
Mas, fico feliz que comecei a lê-lo por esse livro. Primeiro foi interessante perceber o contexto em que o enredo se desenrolava, o pano de fundo da narrativa era a transição histórica que ocorreu no século XIX no Brasil, de Monarquia para República. Foi no mínimo preocupante perceber como essas mudanças revolucionárias acontecem "despercebidas", sem entrar no mérito se é uma mudança positiva ou negativa, lendo tive a impressão que tais revoluções geralmente acontecem gradativamente e quase imperceptíveis em meio às nossas aflições e rotinas. O tom de incerteza e dúvidas era muito bem construído em relação ao novo regime governamental, a sua permanência ou provável instabilidade, a polarização que gerou e percepção que cada um tinha do que poderia acontecer, (o trecho do muro pichado e a polaridade entre os irmãos em relação ao governo talvez sejam a melhor forma de ilustrar isso.) Entretanto, textualmente sempre era tratado como secundário e não era a grande prioridade ou preocupação de todos. Fazer a associação com a república do Brasil no século 21, depois de ditadura nos anos 80 e com a atual crise política que enfrentamos nos últimos anos ... Preocupante.
Pois bem, a ira entre os irmãos Pedro e Paulo e o triângulo amoroso com Natividade (? N lembro se é o nome da personagem mesmo, tlvz Natividade fosse a mãe, mas enfim) é o norte do livro, com personagens interessantes como o conselheiro Aires e familiares das de Pedro e Paulo, e tb Natividade (?); Aliás, Aires é um personagem cativante e querido por todos, imagino que tanto por leitores como para os demais personagens do livro, um dos melhores momentos do livro na minha opinião, e que demonstrou muito bem a famosa ironia e humor marcadas nas obras de Machado, é o trecho em que Aires encara um jumento e a partir do olhar do jumento deduz o que o mesmo gostaria de dizer, hahahaha soltei uma boa risada ao ler, memorável.
Enfim, o relacionamento dos irmãos ao meu ver nunca foi disfuncional, era nítida a competitividade, implicância e até certa hostilidade, mas não identifiquei ódio ou desdém, talvez de forma estranha fosse assim que demonstrassem admiração um pelo outro, parafraseando Nietzsche, devemos aprender a arte de amar principalmente os nossos inimigos. E é simbólico que a competitividade dos gêmeos se direcione para a conquista da querida Natividade, pensando em termos evolutivos, são as mulheres que incorporam o papel da mãe natureza e fazem a seleção natural, escolhem o mais apto e adaptado para replicar genes. Era a prova peremptória para eles saberem quem fez o melhor sacrifico, fazendo uma alusão aos sacrifícios de Caim e Abel que eram aceitos ou não, e ninguém quer ser o não escolhido e ressentido Caim.
Apesar da analogia acredito que nenhum dos irmãos fosse o Caim, como a vidente disse para a mãe dos gêmeos: seriam grandes homens futuramente, e foram, mas sem querer entrar em detalhes da narrativa, talvez a competitividade entre eles fosse confundida como hostilidade pela mãe, talvez em alguns momentos foram hostis entre si, mas o final me fez acreditar que o respeito e admiração se fortaleceu entre eles, e que apesar dos apesares, a relação entre eles nunca foi de ressentimento e ódio apenas uma pueril busca infantil por aceitação e destaque em sua forma última, que acaba inevitavelmente sendo um axioma abstrato e inalcançável, indo para o campo das ideias, dos princípios e valores. Talvez o "melhor" deles não deveria ser escolhido por terceiros mas sim pela incessante busca racional da superioridade.
Lindos trechos escritos por Machado de Assis, lírica e poeticamente impecáveis, bem reflexivos também. Achei um ótimo livro!
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Thiaguinho 1995 24/05/2021

Machado: nenhuma surpresa
Ninguém que resolva ler qualquer obra de Machado de Assis, e espere (por óbvio) ler algo de qualidade poderá ao fim se dizer surpreso. Machado é bom, é sempre bom. Alguns mais do que outros, alguns mais inovadores do que outros, alguns ?Iaiá Garcia? outros, ?Memórias Póstumas de Brás Cubas? mas sempre deve-se depositar em Machado a expectativa de uma boa experiência literária.
Não seria diferente em Esaú e Jacó, que não é um poço de inovação como memórias do morto narrador, mas ainda assim percebemos a qualidade narrativa, a precisão em cada uma das digressões, tudo que é comum nas mais céleres obras de Machado, tudo isso somado a alegorias interessantíssimas, um quadro da vida política do país naqueles dias e sofisticadas descrições psíquicas das personagens.

Enfim, antes de finalizar, uma coisa que me chamou atenção e preciso deixar aqui, foi a impressão que tive de o conselheiro Aires ser o narrador da obra sem sê-lo. Parece que ele a narra a obra de fora, se colocando na obra em terceira pessoa. Pode ser só impressão minha, mas é que eu já não me surpreendo com nada que vem do Sr. Assis, aprendi a esperar tudo dele.
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Mia 07/05/2021

Não tem como um livro do Machado ser ruim, mas esse não foi um dos mais estimulantes pra mim. Com certeza foi o que mais demorei a ler.
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paulla.costa.779 01/05/2021

A história dos gêmeos Paulo e Pedro brigaram deste quando estavam na barriga da sua mãe. Embora sejam idênticos fisicamente, têm personalidade totalmente diferente um do outro.
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Thiago662 29/04/2021

"Se quer compor o livro, aqui tem a pena, aqui tem papel, aqui tem um admirador; mas, se quer ler somente, deixe-se estar quieta, vá de linha em linha; dou-lhe que boceje entre dois capítulos, mas espere o resto, tenha confiança no relator dessas aventuras".

"O que importa é que cada um tenha as suas ideias e se bata por elas, até que elas vençam. Agora que outros as interpretem mal é coisa que não deve afligir o autor".

Os narradores de Machado conversam com o leitor, mas não se importam com sua possível interpretação ou queixa contra alguma das digressões presentes nas obras. E elas estão cheias. Não há uma linearidade, ele vai e volta, introduz passagens aparentemente sem importância maior, mas vitais à narrativa.

Esaú e Jacó se passa num período conturbado da história brasileira, talvez aí resida a diferença principal entre as outras obras que li do autor. Como não narrar a abolição ou proclamação da República e as reações dos personagens. Achei essas as passagens mais ricas. A preocupação do banqueiro, a mulher que guia o marido na política (ela não pode ser ministra ou deputada, mas vive esses sonhos através de um marido apático) e a do dono da Confeitaria Império ( que nome usar no novo regime? Custódio só queria uma vida tranquila com seus bolinhos).

Há ainda a presença do espiritismo kardecista, que começava a se expandir entre a elite fluminense. Talvez só algo de outra encarnação explicasse as diferenças entre os dois irmãos gêmeos. Que brigaram desde o ventre da mãe. Tá, como leitor do século XXI, esperava que um matasse o outro. Mas Machado deixa sempre um final meio aberto ou a livre interpretação do leitor.

O destino de Flora também me surpreendeu, mas é característico da escrita naquele momento. O conselheiro Aires é um bálsamo com suas tiradas e análises.
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Rosangela.Chaves 11/04/2021

Dualidade conquistada
Gostei do livro. Há algo eternamente atual que nos prende à história, sempre há aqueles que amam e que sofrem, mas quem deve ficar com a pessoa amada?
Vale a pena ler com carinho e paciência.
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Sabriss 02/04/2021

Natividade engravida e vai até a cabocla ela quer saber o futuro dos seus filhos.
Serão grandes.E sim a previsão da cabocla está certa se tornam grandes homens,mas se odeiam.
E no meio disso tudo tem Flora que ama ambos e ambos a amam,quem ficará com seu coração?
Pela visão de Aires o conselheiro vemos o desenrolar desse triângulo amoroso e o cenário político da época.
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