Esaú e Jacó

Esaú e Jacó Machado de Assis...



Resenhas - Esaú e Jacó


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Luana 29/04/2020

Alegoria sobre a transição da monarquia para a republica

site: https://www.instagram.com/p/B_gODBFn6jS/
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Rubens.Fernando 23/04/2020

Esperava mais
Confesso que esperava mais do final. A parte surpreendente para mim foi quando os gêmeos não tiveram mais àquelas mulheres que faziam eles se unirem. Mas o conteúdo em si traz belas mensagens e retoma a mudança de poder em nosso país. Da monarquia para a república.
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Rubens.Fernando 23/04/2020

Esperava mais
Confesso que esperava mais do final. A parte surpreendente para mim foi quando os gêmeos não tiveram mais àquelas mulheres que faziam eles se unirem. Mas o conteúdo em si traz belas mensagens e retoma a mudança de poder em nosso país. Da monarquia para a república.
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Zalu0 21/03/2020

Dos livros do Machado, o pior.
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rebeccavs 28/02/2020

Rousseau e Hobbes entre a natureza do homem

Anos atrás (em 2017), quando comecei a ler alguns romances machadianos, deparei-me com “Esaú e Jacó” e pensei que se tratava de uma explicação bíblica amplificada e detalhada. Todavia, enganei-me e, ao ler sua sinopse, vi que se tratava da rivalidade entre dois irmãos por uma mulher.

Ao começar a leitura, esperei bastante (em minha concepção e grande paciência, foram mais de 9 meses de gestação) pelo nascimento dos gêmeos Pedro e Paulo. Achei bastante interessante o fato citado pela adivinha que, desde o ventre, os irmãos se odiavam.

Ao crescer, disputam a mesma moça, Flora, e um decorrer de situações acontece.

No desenvolvimento, parece que o livro foi feito exclusivamente para Aires, porque ele era praticamente o “protagonista” do livro e essa tangência me aborreceu demais. Quis ver um triângulo amoroso, mas o foco foi esse senhor durante boa parte da obra.

Ao finalizar a leitura, lembrei-me duma frase dos filósofos iluministas Rousseau e Hobbes, os quais disseram, respectivamente: “O homem nasce bom, a sociedade que o corrompe” e “O homem é mau por natureza”.

Através da intertextualidade e criando um contexto adequado à obra, questiono: ambos os irmãos se odiavam por alguma força à parte ou simplesmente pela natureza?

O que pode ter ocorrido durante a concepção deles, ou já brigavam enquanto almas?

Até criei uma teoria cujos Pedro e Paulo foram inimigos numa vida passada e, como castigo, reencarnaram irmãos gêmeos. Cômico, não?

O Bruxo do Cosme Velho é genial!
Felipe 12/11/2021minha estante
Interessante sua suposição de os irmão terem sido inimigos em vida passada, já que há a menção sobre o espiritismo na obra (Plácido). Eu não sei se entendi bem, mas o fato de Aires ter tanta participação é por ser a história, o livro dentro do livro, escrita por ele, que sucedeu seu Memorial (no universo, já que Machado publica o Memorial de Aires posteriormente).


Ruth 24/08/2022minha estante
Machado de Assis é maravilhoso. Essa história não deixa nada a desejar, Machado sendo Machado. Uma trama interessante e um final que não desejamos ou imaginamos. Sempre que leio esse autor, penso: o final será totalmente diferente da minha expectativa. E isso é uma das coisas que mais gosto em suas histórias.


rebeccavs 06/02/2024minha estante
Obrigada pela explicação, Felipe! Após esse, li o memorial, mas não tinha notado a singularidade do "livro dentro do livro", como você falou, que até faz uma conexão bacana entre Memórias Póstumas e Quincas Borba. Passei uns anos fora do Skoob e agora estou de volta, agradeço o comentário! =D


rebeccavs 06/02/2024minha estante
Ruth, a conotação e o inesperado são os melhores temperos de Machado * - *




Romulo 13/02/2020

Interessante
Não é a principal obra de Machado de Assis, mas é bem interessante, principalmente por se situar no momento da queda do Império e início da República!
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bobbie 13/01/2020

Um clássico machadiano.
Este é o segundo romance machadiano que leio. O primeiro, obviamente, foi Dom Casmurro (talvez o primeiro de todo mundo). Machado transitou por duas escolas literárias: o romantismo e o realismo. Este romance, segundo os estudiosos, data de seu período realista. Contudo, há aqui muitos elementos românticos. O amor impossível, que só a morte pode resolver, elevado ao quadrado - a fim de evitar spoilers, opto por essa expressão. Pedro e Paulo (Esaú e Jacó do título, são gêmeos idênticos fadados, desde tenra idade (por uma "profecia") a terem um grande futuro. Contudo, a mesma leitura de sorte que os prevê grandes, enxerga nos pequenos uma rivalidade que data do útero da mãe. De fato, apesar de idênticos, os irmãos têm predileções diametralmente opostas, em especial no que diz respeito à política. Paulo, um republicano irremediável; Pedro, um monarquista convicto. Machado ambienta seu romance no final do século XIX, justamente para fazer com que os irmãos presenciem a proclamação da república, em 1889. Além disso, os irmãos apaixonam-se pela mesma moça, que também os ama e se vê dividida entre os dois mancebos. Esta é a espinha dorsal que Machado usa para enlaçar o leitor, o tempo todo chamando-o para uma conversa pessoal, com um estilo fascinante que prende até o fim do romance.
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Ninguem 09/10/2019

Machado em seu zênite
Certo lugar que não me recordo, e custo procurar a fonte, li a seguinte afirmação: "são poucos os livros nacionais que resistem ao teste da releitura". Concordo com a afirmação e vou além. Alhures também é difícil achar uma obra que nos dê motivos para justificar releitura. Com tantos livros, físicos e digitais, nos esperando para serem lidos nos intervalos que a vida nos concede é estranho permitir algum livro ser relido no lugar de outro que nunca começamos. Mas se quiser saber um bom motivo pelo qual um livro deve ser relido tente por este aqui.
Os romances do Machado da sua considerada segunda fase (excluo o Memorial de Aires, pois ainda não o li) são livros que melhoram a cada releitura. Suas páginas nos entregam cada vez um pouco mais, nos deleitam mais ainda do que na primeira vez. É como um prato favorito de um restaurante querido, com cada degustação sendo melhor com o acúmulo das experiências passadas.
O encontro com as páginas queridas também se faz com o desvelar de novos detalhes, pois no romance há muito mais que o enredo, há diversos significados para os nomes, os acontecimentos, a própria relação do narrador, que é ao mesmo tempo um personagem, o comendador Aires. Tudo isso sem perder o estilo gostoso, corrido e galante de Machado. Os detalhes narrativos são complementados com os comentários irônicos sobre as ocorrências, como o contraste da ficção e da verossimilhança almejada pelo autor, apesar da trama trágico-bufa.
Esta foi a minha segunda leitura do livro, já com saudades e com a certeza que o revisitarei novamente como um velho amigo a esperar-me nas ruas do Catete.
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Amauri.Felipe 02/10/2019

Livro robusto.
Este livro é um monumento literário, repleto de referências das letras universais e da História. O autor pinta uma realidade com seus pesos sociais, políticos e históricos com as nuances de filosofia. A narrativa é um palco onde serão exibidas todas essas peças, formando uma obra única.
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Gustavo 15/08/2019

Retrato fiel do Brasil do final do séc. XIX, porém com enredo medíocre
Esaú e Jacó (1904), penúltimo romance de Machado de Assis, conta a história de dois irmãos gêmeos, Pedro e Paulo, de aparências idênticas e personalidades completamente opostas que vivem brigando entre si. O ponto central do enredo está em determinar se esses irmãos terão um futuro próspero ou não e se esse futuro depende ou não da sua conciliação.

Dentre o elenco de personagens destacam-se dois: Flora e o Conselheiro Aires. A primeira se trata de uma bela e graciosa donzela de família abastada que logo se enreda num triângulo amoroso com os irmãos gêmeos. Acontece que a jovem não consegue se decidir entre os dois irmãos e, por isso, acaba caindo em desgraça. O segundo, diplomata aposentado, é um dos grandes mentores da história, pois todas as personagens o consultam para resolverem seus problemas. Além disso, o Conselheiro Aires parece ser a própria personificação de Machado de Assis, o qual acaba, dessa forma, transportando-se para dentro de seu próprio romance, influenciando o destino de suas personagens.

O enredo como um todo é bastante simples, e há quem questione até mesmo a sua existência. Contudo, a obra retrata com fidelidade o período compreendido entre a promulgação da Lei do Ventre Livre e a Revolta da Armada, caracterizando, portanto, um romance de relevante valor histórico e cultural. É interessante, nesse sentido, notar as reações das personagens no que pode ser considerado um dos maiores eventos realizados nesse período: a proclamação da República. Considerando que cada um dos irmãos possuem uma simpatia política divergente (Pedro é monarquista e Paulo republicano), há de se imaginar os mais variados conflitos que hão de se desenvolver entre os irmãos por conta desse turbulento período da história do Brasil.

Dentro desse contexto da proclamação da República, destacam-se os capítulos dedicados a Custódio, um confeiteiro que, por dadas razões, está no processo de substituir a tabuleta de sua confeitaria, a qual se chamava "Confeitaria do Império", e que estava então no processo de ter o seu letreiro pintado. Entretanto, assim que toma ciência do golpe de estado, Custódio envia uma carta endereçada ao pintor para que este "Pare no D" a fim de evitar que a sua placa seja vista como uma provocação diante do novo regime. Contudo, a carta chega tarde demais. Assim, não se dispondo o pintor a pintar um novo letreiro sem antes ser pago pelo já pincelado, Custódio procura o Conselheiro Aires. Segue-se, então, um diálogo divertido na busca por um novo nome para a confeitaria. Interessante é notar todas as reflexões feitas pelas personagens para escolher um novo nome mais apropriado e politicamente imparcial. São sugeridos nomes como: "Confeitaria da República", "Confeitaria do Governo", "Confeitaria do Império: Fundado em 1860", "Confeitaria do Império (em letras miúdas logo abaixo: das Leis)", "Confeitaria do Catete" e, por fim, "Confeitaria do Custódio".

A grande relevância desses capítulos que se sucedem logo após a proclamação da República está em refletir sobre o impacto que esse evento teve na sociedade brasileira então desavisada e despreparada.

Embora Esaú e Jacó apresente alguns dos elementos que tornam a obra de Machado de Assis tão singular e contemporânea; como o diálogo entre o narrador e o leitor (e a leitora), o humor irônico, as passagens filosóficas, as críticas e o retrato fiel da sociedade brasileira de então; o romance deixa a desejar no enredo, o qual não é tão envolvente e impactante como são os enredos da trilogia Realista do autor. Entretanto, a leitura é capaz de prender o leitor não só pelos elementos supracitados, como também pela expectativa de descobrir se as previsões da adivinha feitas logo no início do livro irão se concretizar,de que forma e a que custo.

Por todo o exposto, recomenda-se a leitura dessa obra a todos aqueles que já possuem uma certa familiaridade com a obra de Machado de Assis e que busquem mergulhar no consciente e momento histórico do Brasil do século XIX.
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Ângelo Von Clemente 20/07/2019

Trata-se de uma das leituras mais rápidas que já fiz. Pelo que pude cronometrar, sequer chegou a um dia completo, resultou mais precisamente em vinte horas.

Diria com tranquilidade que "Esaú e Jacó" é, simplesmente, digno do autor que o escreveu. Dentre as obras de Machado de Assis, admito ter maior predileção por outros títulos, no entanto. Este não é um livro como outro qualquer; seu conteúdo ultrapassa em muito qualquer analise acadêmica feita sobre ele até hoje. Simplesmente nos é incompreensível, eu diria. Ao menos, a uma parcela muito grande de seus leitores. Existe um encanto lírico presente em toda a narrativa, embora não com a conotação negativa que geralmente atribuem a tal palavra; não é prolixo, e se vê presente a alma do autor
e todas as suas particularidades estéticas, afinal... Machado de Assis é Machado de Assis, e seu estilo é único, quer critiquem-no ou o louvem.
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Vitor 13/07/2019

Pedro e Paulo: Uma Briga Humana Primordial
O realismo lírico de Esaú e Jacó, obra publicada em 1904, marca o auge da potência narrativa de Machado de Assis, assim como demonstra sua melancolia de final de vida, sua resignação, já tomado de uma tristeza leve, como observador distante dos acontecimentos humanos.

A principal circunstância histórica que remete ao livro é a transição da Monarquia para a República, estando os regimes bem demarcados nas personagens principais do livro: os gêmeos Pedro e Paulo, os quais, embora iguais, divergem em todas as opiniões, sejam políticas ou amorosas.

Com o tempo, porém, fica claro que a divergência dos dois vai muito além da mera dicotomia entre monarquistas e republicanos, mas em verdade é uma briga primordial, uterina, primeva: "desde o ovo", como se neles consubstanciassem-se as infindáveis lutas humanas - irreconciliáveis, inevitáveis. Ligados pelo amor à mãe e divididos pelo amor da jovem Flora, os irmãos estão destinados a coisas grandes, assim como estão destinados ao dissenso.

A narrativa de Machado aqui é bem menos irônica e humorística do que nos três livros anteriores (Memórias Póstumas, Quincas Borba e Dom Casmurro), e antes envereda por um lirismo melancólico, quase romântico, do que por um realismo corrosivo de outrora. Todavia, o que fica definitivamente marcado no livro é sua prosa irretocável e brilhante, com domínio pleno da voz narrativa clássica do autor.

Machado caminha, assim, já para o seu final de vida, não sem antes nos presentear com mais um clássico sublime da literatura brasileira e universal.
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Henrique Boechat 21/02/2019

Iguais, mas opostos.
Ler Machado de Assis é sempre uma garantia de uma trama bem desenvolvida e criativa escrita em um português impecável. Para quem conhece ou é da cidade do Rio de Janeiro e outros municípios do estado fluminense, a história fica ainda mais interessante, pois Machado cita ruas e bairros da capital cujos nomes ainda são os mesmos.

“Esaú e Jacó” é o penúltimo livro de Machado de Assis, lançado apenas quatro anos antes de sua morte. Traz a história de Pedro e Paulo, dois irmãos gêmeos idênticos, mas com diferenças irreconciliáveis. Eles rivalizam em tudo: na vida, na política (enquanto um é monarquista, o outro é republicano) e cortejam a mesma mulher, que fica indecisa entre os dois.

Pedro e Paulo, logicamente, são os protagonistas da trama, mas quem costura os acontecimentos é o Conselheiro Aires (uma espécie de alter ego de Machado), que também aparecerá no último livro do autor: “Memorial de Aires”. O personagem é tão presente que o leitor vai perceber que existem alguns capítulos em que Aires participa mais do que os irmãos. Aliás, há uma passagem na obra em que o Conselheiro até mesmo predomina. A mãe de Pedro e Paulo, Natividade, também tem certo destaque na história, ao sempre se preocupar em selar a paz entre seus filhos, cuja rivalidade se iniciou ainda em seu ventre. É ela quem procura arrefecer a animosidade entre os gêmeos.

Uma característica muito interessante na história é o contexto político da época: a transição do período monárquico para o republicano (logicamente, não no momento exato do lançamento do livro, que se deu em 1904, mas alguns anos antes). Machado imerge a trama no realismo histórico para dar a devida noção de tempo e temperar o desenrolar dos fatos.

A edição em análise é a lançada pela Editora Martin Claret, que teve a preocupação de inserir notas de rodapé para cada informação trazida por Machado e que necessita de conhecimento prévio do leitor para o perfeito entendimento da história, como personagens mitológicos ou eventos históricos. Ponto para a editora!

Enfim, de qualquer forma, “Esaú e Jacó” não é um livro dos mais fáceis; há certas passagens que necessitam de uma leitura bem mais acurada e detida, mas este é o estilo machadiano de ser. Como recompensa, o leitor, como sempre, em se tratando das obras do Bruxo do Cosme Velho, será brindado com uma história bastante interessante com acontecimentos inesperados e até algum humor.
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