Lucas_Deschain 17/01/2010Surpreendente e InacabadoStephen King se destaca no mundo literário por vários motivos: escreve muito, em relativo pouco tempo, tem uma temática voltada a suspense, horror e terror; contudo, nada chega perto de sua masterpiece: A Torre Negra.
A metalinguagem pontua cada capítulo, está em cada descrição, as referências são praticamente inacabáveis, desde séries de TV, filmes (baseados em seus próprios livros), literatura (seus próprios livros), até lugares, histórias e personagens conhecidos da cultura popular. No terceiro volume, que vem de uma estupenda continuação, o autor consegue manter uma trama coesa apesar de todos os elementos que pululam em cada página. King é um tremendo maestro que impede sua ópera de desafinar a cada página. Histórias já contadas se entrelaçam com situações novas, em novos cenários e com viradas de tirar o fôlego.
Quando me familiarizei com os personagens, aliás muito bem trabalhados em todas as suas facetas pelo autor, percebi a maneira como as situações que vão a eles ocorrendo exploram cada uma de suas especialidades e personalidades, de modo que a cada disparo o passado do personagem ganhe contornos mais nítidos e surpreendentes, aprofundando o conhecimento que o leitor tem sobre os aventureiros e se identificando pouco a pouco com cada um deles.
Essa característica de flashback (não sei se se trata exatamente disso, mas vá lá) é explorada já no segundo volume e serve para contextualizar os personagens, dando-os sustentação e convencendo o leitor de que a maneira como é e como se comporta essa ou aquela pessoa é completamente plausível, mesmo que você imagine: "Quais são as chances de tal coisa acontecer?". King é mestre quando se trata de convencer o leitor, mesmo que seus finais sejam motivo de polêmica.
Novos personagens são introduzidos e a trama consegue manter um ritmo nem um pouco enfadonho até as últimas páginas, sem final definido, que fizeram os fãs quase arrancarem os cabelos de curiosidade.
Recomendável, sempre!