Helô 01/07/2010
o arcaico ainda serve para o moderno
Quando vi na lista de Leituras Obrigatórias da USP aquele autor que aprendemos no primeiro ano como sendo daquela linda época que foi o Medievalismo/Renascimento, que usa redondilhas e escreve no formato teatral; pensei: que droga, vai ser chato pra burro.
Pois bem, que fique registrado isso, porque admito que eu errei, e feio. Imaginei-me agonizando por 130 páginas de versos e vocabulário díficil, histórias chatas e fundamentalista e blá blá blá. Honestamente, nunca mais julgarei o livro pela época e contexto histórico.
Aliás, falando em contexto histórico, costumo também analisar isso quando leio algo "menos atual", afinal, somente se estudando o momento na qual foi escrita que poderemos identificar críticas e alguns insights da obra. Gil Vicente, nessas três "Obras Primas" conseguiu tornar seus críticas, ironias e humor praticamente atemporais!
Desde a "ingenuidade" de Inês Pereira até o caminho das Almas para a Glória. Tudo abrange o universo o humano, não só daqueles tempos como dos nossos tempos.
Interessante observar que mesmo depois de tantas revoluções e invenções, certos aspectos sociais e espirituais continuam iguais, mesmo após, sabe-se lá, 500 anos.
Recomendo e, se puder, vou ler novamente.
Além do mais, adorei as notas de rodapé.