Dani do Book Galaxy 22/02/2020Daqueles de deixar o coração quentinho!Já notei que o que mais gosto nas histórias que o Henri conta é que ele consegue me deixar à vontade em todas elas. Ler um conto como "Contra Tempo" me dá a mesma sensação familiar e reconfortante que tenho ao abrir um livro da Meg Cabot para reler.
Essa familiaridade não vem apenas das diversas referências da cultura pop que Henri usa - aliás, referências que se encaixam tão perfeitamente com minhas próprias experiências que sinto que eu e Henri seríamos grandes amigos, ouvindo Britney Spears e nos apaixonando pelo Michael Moscovitz juntos. Na verdade, a familiaridade que senti ao ler "Contra Tempo" veio muito ligada aos sentimentos bons que a história me despertou.
Fora o show de representatividade que Henri traz em uma história tão curtinha (comprovando que SIM, é possível colocarmos representatividade em nossas histórias, independente do tamanho e do tema), ele consegue trabalhar as personagens de forma que me senti próxima a elas, como se pertencesse àquela turma de amigos.
Posso não ter vivido especificamente as mesmas dificuldades que Nico, nosso protagonista, mas suas inseguranças e sentimentos me atingiram em cheio. Afinal, falamos sobre amor e amizade, aceitação e coragem para assumir quem somos.
São coisas vividas por todo ser humano, independente de sua cor, credo e orientação sexual.
Fora esses elementos de identificação que me conquistaram, mais uma estrelinha dourada para o Henri por ter conduzido de forma tão gostosa uma história com uma linha do tempo bastante complexa - afinal, nosso protagonista é obrigado a reviver o mesmo dia todos os dias. O esperado era que a narrativa fosse cansativa e repetitiva, mas Henri consegue conduzi-la de forma que mal podemos esperar pelo próximo capítulo - mesmo sabendo, como Nico, exatamente o que vai acontecer a seguir...