João Ferreira 08/09/2013Resenha: A Grande Fuga [Livros entre séries]Sempre que termino uma coleção, e acredito ser assim com a maioria dos leitores, fico preso à história, devido ao tempo em que passei na companhia das personagens, e se a história tiver me cativado, fico triste e meio decepcionado por não ter mais coisas a ler daquele universo.
Para me recuperar dessa depressão pós-coleção, eu uso uma técnica muito sagaz que sempre funciona como um elo para mim, me ajudando a superar o final da coleção e me preparando para começar outra: os livros entre séries.
Essa teoria consiste em ler livros menores, mas bem escritos e inteligentes, que desanuviam a mente e descansam a memória, a fim de embarcar em outras aventuras diferentes. Para colocar essa teoria em prática, gosto de ler os livros da famosa Coleção Vaga-Lume, e fazendo isso mato dois coelhos com uma cajadada só. Lendo esses romances, recupero meu espírito para uma nova série e ainda cumpro meu propósito de ler todos os livro dessa série.
E é nesse contexto que entra A Grande Fuga. Terminei a série 50 Tons de Cinza, e pretendo começar As Crônicas de Gelo e Fogo em breve, mas antes lerei ao menos uns 10 livros da Coleção Vaga-Lume.
Destinado a um público leitor infanto-juvenil, A Grande Fuga tem um enredo bem simples, com heroísmo e brincadeiras de criança. É até estranho ler um livro de 100 páginas, quando se está acostumado a ler 500 ou mais páginas em um livro, parece que a história se desenrola rápido demais, deixando pontos vagos. Claro que tudo não passa de impressão, pois o livro é muito bem formado e sintetizado.
Sylvio Pereira é um dos melhores escritores da Série Vaga-Lume e apresenta uma história bem simples e curta de três familiares, que mesmo adolescentes têm atitudes inocentes e infantis, durante um passeio quando encontram um homem ferido e se veem envolvidos em uma trama de bandidos piratas, dispostos a tudo para conquistar uma riqueza escondida por Hildebrando, o homem ferido.
A história termina, como se é de esperar em um livro destinado a crianças, com os bandidos perdendo, os mocinhos voltando para casa salvos e tidos com herois e com o tesouro sendo perdido no mar, já que é um dinheiro sujo, conquistado através de roubos e que não vale a pena tê-lo. A última conversa dos primos sugere uma aventura mergulhadora à procura do tesouro e o possível namoro de um deles, quando atingirem uma idade mais velha.
Isso mostra uma moral na história e o começo do amadurecimento das crianças. Não se pode dizer que é um livro pobre, pois quando se lê livros escritos em outras épocas, é preciso pensar como uma pessoa da época, num tempo onde muita coisa existente hoje seria considerada absurda e intolerável.