Resenhas - Mahabharata

Alex 27/11/2022

Requer algum conhecimento prévio
Difícil, mesmo sendo uma adaptação ocidental. Muitas histórias de origem de personagens, conceitos hindus (como dharma, castas e semideuses) e a trama principal, a Guerra de Kurukshetra, é um pouco caótica e o leitor pode se perder nos detalhes. Ao longo o livro há diversos ensinamentos e aprendizados, e acabamos conhecendo uma faceta mais humana de Krishna, para muitos a suprema personalidade de Deus, mas ainda assim, antes de ler este livro, recomendaria ler primeiro o Ramayana; uma boa edição do Bhagavad Gita; e alguns estudos/resumos sobre o hinduísmo. No geral, um grande livro que devemos ler ao menos uma vez na vida.

Stolfi 04/10/2022

Demorei mais do que deveria pra terminar de ler, definitivamente vai pra futura lista de releitura. Porém, é lindo em todos os sentidos, hare krishna !

alinnemarinho 04/05/2021

Conhecendo a mitologia hindu
Há muitos ensinamentos neste épico indiano!
Uma epopéia que te prende do início ao fim. Gostei bastante, principalmente por aumentar meu horizonte em relação ao divino. Acho que diz muito sobre o início da civilização indiana... O próximo é Ramayana!

Sapere Aude 31/01/2021

Sensacional Mahabharata
Mahabharata, a grande epopeia hindu, é composta originalmente por cerca de 200.000 versos e escrita em sânscrito há 2500 anos.

Narrada pelo poeta Vyasa a Ganesha ou Vinayaka (?destruidor de obstáculos?), símbolo da sabedoria e fortuna. Conta-se uma aterradora batalha apocalíptica na Índia entre os clãs Pandavas e Kurus (Kuravas ou Kauravas) pelas terras férteis e ricas da confluência dos rios Ganges e Yamuna, perto de Délhi. Tal passagem é condensada no célebre Bhagavad Gita, ?o cântico do Senhor?, realçada por histórias paralelas que fornecem uma base social, moral e cosmológica para o clímax da batalha.

A luta para conquistar a gloriosa cidade Hastinapura, a Cidade da Sabedoria ou a Cidade dos Elefantes. Há a analogia do mesmo diante do grito de sua manada em que nada pode detê-lo frente a voz que o chama, como o sábio ao ouvir seu Eu Superior. Hastinapura é o reino que todo homem desperto anseia e deve conquistar.

Kuravas simbolizam a personalidade do homem com seus múltiplos defeitos, o ser mundano dividido em atender o mundo sensível que o requer, efêmero. São os intrusos, os que conduzem à ação não pela luta ou lei e sim pela recompensa. Já os Pandavas representam as forças benéficas e positivas que obrigam o homem a crescer, o escutar da voz interior que o faz levantar sobre suas próprias ruínas e voltar a construir, polindo-se.

A luta de Arjuna, Pandava, é a imagem de toda a humanidade, o desejo de superação, o esforço e a dor, o abatimento frente as dificuldades. A batalha se ganha dia após dia, semeando esforços, realizando uma vida, não o homem que nasce mas o que faz a si mesmo. Krishna é o mestre que aplaina a senda de Arjuna, na sede do nosso Eu Superior,a submissão da personalidade ao Eu capacitado.

A atmosfera dualista entre Devas (deuses) e Asuras (forças demoníacas) é tecida diante de um número de personagens surpreendente. Destacam-se: Vishnu - Krishna, deus supremo, digno de amor e devoção; Shiva, o lado ascético da religião indiana; Indra, rei dos deuses, deus da chuva e pai de Arjuna; Agni, deus do fogo; Vayu, deus do vento; Varuna, deus da água; Surya, deus do sol; Soma, deus da lua; Kama, deus do Amor; Dharma, deus da justiça e; muitos muitos outros.

Marcante é o diálogo entre Yudhishthira, o mais velho dos Pandavas e filho de Dharma, com um Grou, um ser mítico:
- Qual a melhor dentre todas as coisas que são louvadas? A habilidade;
- Qual o bem mais valioso? O conhecimento;
- Qual a maior felicidade? O contentamento;
- Quem é verdadeiramente feliz? Um homem sem dívidas;
- Qual a coisa mais rara? Saber quando parar.

Atemporal ou atual? Tal trecho prendeu-me: ?majestade, a loucura pode surpreender um homem e, sob uma estranha luz, o mal lhe parecerá o bem. Ele ansiará pela insensatez e pela insanidade, e desejara seguir esse caminho. Receberá com boas-vindas a destruição e a calamidade, e por elas será esmagado?.

?O tempo não deixa nada ser verdade para sempre. O tempo é a raiz e a semente: ele dá e ele tira. Há três preceitos que estão acima de tudo: não ferir qualquer criatura; dizer a verdade até onde ela puder ser dita e livrar-se da ira quando não estiver correndo perigo. Acalme-se. O vento não se suja com a poeira que ele sopra para longe?.

Despeço-me, deixando-vos: ?em harmonia com as palavras, atos e pensamentos, contemplarei minha própria alma a brilhar. Sem olhar para trás, sem a ninguém indagar o caminho, prosseguirei, assim como o Tempo, avançando sem recuar. Que eu encontre o Palácio da Sabedoria, que é eterna é imutável em sua perenidade?.

Carlos Roberto de Souza Filho, resenha via Skoob.

Sergio Fernando 03/06/2019

Emocionante e complicado
História linda mas são tantos personagens que quando acabei de ler tive certeza que perdi muito do trama. Algum dia vou reler.

Charles 12/03/2016

Imperdível!
Um livro muito fácil de ler, pertencente à literatura universal. Um verdadeiro clássico à disposição do público brasileiro. William Buck, autor/adaptador para o ocidente, excluiu muitas repetições e a maior parte das orações e doutrinas que não são parte do corpo narrativo e que deixariam o leitor ocidental cansado, simplificando o suficiente para nos deixar a par do mito como um todo. Como resultado, o Bhagavad Gita está praticamente excluído por este conter, na sua maior parte, o diálogo doutrinário entre Arjuna e Krishna. Mas, com isso, ganhamos um corpo histórico mais coeso e fluido. Vale a pena lê-lo!

André 03/03/2012

Uma boa adaptação
Uma adaptação acessível aos leitores que queiram conhecer o enredo principal do Mahabharata, sem proselitismo ou interpretações pessoais que muitas vezes tiram o foco da riqueza da história em si. Apresenta o surgimento dos Kauravas e dos Pandavas, primos de uma mesma família, e a crescente hostilidade entre eles. A disputa pelo reino culmina da grande batalha épica de Kurukshetra. Com personagens fortes e cativantes, esta adaptação convida a conhecer melhor o Mahabharata, um livro a ser lido constantemente.