Alineprates 25/09/2012O Segundo volume da trilogia As Crônicas de Artur (o primeiro é O Rei do Inverno), O Inimigo de Deus segue narrando a história de Artur como sob o relato mais fiel (possivelmente real) de acordo com os poucos registros que existem sobre o rei bretão.
De um lado acompanhamos a comitiva (Merlin, Nimue, Derfel e outros ) que parte em busca do Caldeirão, um artefato mágico extremamente poderoso capaz de trazer os antigos deuses de volta a Britânia. Do outro lado temos o cristianismo que se propaga rapidamente, ganhando muitos fiés e portanto tornando a igreja cada vez mais poderosa. Temos Lancelot (Spoiler) que se converte ao cristianismo e (fim do Spoiler) que passa a ganhar muitos admiradores ( o personagem mais FDP), Guinevere que cultua a deusa Íris e Artur que é ateu, sendo assim a Britânia unificada, de paz pela qual Artur tanto luta e almeja, passa a ter conflitos internos e uma guerra religiosa irrompe tornando a Britânia vulnerável aos ataque saxões.
Mais uma vez Bernand Cornwell surpreende e faz de O Inimigo de Deus um livro inesquecível, ainda melhor que o primeiro. As batalhas ainda são muito bem descritas, ele não polpa o leitor de nenhum detalhe, por mais sangrento que seja. Os valores, custumes e crenças continuam muito bem colocados. E os personagens muito bem explorados. Na minha opinião Bernard Cornwell escreveu a melhor história sobre o rei Artur que existe.
Adorei a forma como ele retratou Lancelot, foi preciso coragem, pois ele é uma personagem que sempre foi tida como herói nas lendas arturianas, até e mesmo seu amor por Guinevere é tratado como o típico amor impossível, mas em O Inimigo de Deus Lancelot é um tirano, covarde e sem caráter, uma das personagens mais manipuladoras que já conheci e isso foi um grande ponto para o autor, fazer uma personagem amada se tornar detestável, foi uma jogada de risco, pois o resultado poderia ter sido péssimo, mas não foi, muito pelo contrário, então mérito do autor!
A magia também ganha mais força, pois a presença de Merlin se torna maior nesse livro, lembrando que não se trata da magia fantasiosa, mas de uma magia baseada nas crenças antigas que são o foco principal do livro.
Devo dizer novamente que amo esse Merlin e também adoro a Nimue.
Ah! Vale mencionar que Bernard também fala sobre Tristão e Isolda em uma parte do livro, ele entrelaça as histórias. Mais uma ideia genial da parte dele.
Enfim, não vejo a hora de poder ler Excalibur, mesmo por que O Inimigo de Deus termina de um jeito que... nossa!
Quem ainda não leu corre, é um MUST READING, imperdível!
Só para encerrar. Uma pergunta que não sai da minha cabeça:" WTF, por que não fizeram filme dessa trilogia ainda???"
Quotes:
"- Não sou mulher de homem nenhum. Só de mim mesma."
"- Somos como homens com um tesouro, Derfel, e dia a dia ele se encolhe e não sabemos como impedir, e nem como fazer mais."
"- A gente nunca deveria encontrar um inimigo cara a cara - disse me - Pelo menos se souber que um dia terá de destruí-lo. Ou isso ou os saxões devem se submeter ao nosso governo. E não vão. Não vão."
"- O destino é inexorável."
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