Só mais um esforço

Só mais um esforço Vladimir Safatle




Resenhas - Só Mais um Esforço


4 encontrados | exibindo 1 a 4


Rojú Soares 15/03/2021

Um diagnóstico sobre os elementos mais relevantes acerca da atual conjuntura brasileira que permeiam desde as fissuras deixadas durante o período ditatorial, o esgotamento da democracia liberal que veio tentando ser desenvolvida com a redemocratização e com um destaque relacionado à falência dos projetos petistas que não tiveram a ousadia e pretensão de articular novas possibilidades de construção política quando tomaram o poder. Junho de 2013 tornou-se expressão de múltiplos fatores e se forjou a partir da indignação de muitos atores envolvidos, mas não deixa de ser um fenômeno fundamental a ser destrinchado para se construir qualquer análise qualificada sobre o momento atual em que se encontra o Brasil. Safatle conecta esses fios de maneira exemplar, com uma análise multidisciplinar sobre os processos que vai conectar desde uma crítica sociológica com uma crítica filosófica, econômica e inclusive no campo da psicologia social para esse período. Vale muito o esforço de fazer a leitura.
comentários(0)comente



Jess.Carmo 13/02/2021

Para a esquerda, só mais um esforço
Trata-se de um manifesto da emergência de uma nova esquerda brasileira. Safatle apresenta certos impasses e esgotamento da esquerda. Para o filósofo, ela se limitou a reivindicar pautas de reconhecimento. Esse é um movimento de "compensação à inexistência de um discurso econômico de esquerda com clara força de transformação e com capacidade de implicar as classes empobrecidas" (p. 36). Entretanto, Safatle não quer deslegitimar essas pautas, como se não devêssemos lutar pela vida de grupos historicamente oprimidos, como mulheres, LGBTs. A esquerda não pode e não deve se afastar dessas pautas, mas também não deve se restringir a elas, já que são pautas facilmente capitáveis pelo cinismo do capital.

Dessa maneira, devemos colocar em nosso horizonte a capacidade de pensar um discurso político-econômico de esquerda que não se resigne à pautas historicamente liberais, como austeridade fiscal, dívida pública, combate estéril à corrupção e representação política. Perdemos a capacidade de colocar em pauta reformas realmente significativas, revolução, soberania popular, liberdade... Atualmente, o que diferencia a esquerda da direita é "a intensidade da aplicação das mesmas políticas" (ibidem) e isso deveria nos envergonhar.

site: https://www.instagram.com/carmojess/
comentários(0)comente



Rafaelmmt 16/09/2020

Excelente! Safatle é um dos intelectuais que eu mais admiro no Brasil hoje, recomendo demais a leitura de qualquer escrito dele.
comentários(0)comente



Quedali 09/06/2018

Só Mais um Esforço
Safatle faz um resumido, porém instigante, diagnóstico da política brasileira dos últimos quatro mandatos presidencias. Ele toca em diversos aspectos que levaram a queda da primeira longa experiência da esquerda no Brasil. Ele associa o fim inglório de Dilma e Lula à tentativa feita de montar (em moldes varguistas) uma ampla coalizão política e social, que abrigaria interesses contraditórios e mesmo antagônicos dentro da máquina pública. Em tempos de crescimento econômico, este tipo de condomínio político tem chances de funcionar, mas em épocas de crise, vem abaixo, impulsionado, sobretudo, pela ala mais oligárquica/conservadora da aliança.
A lição que ele adianta logo no início de seu texto é a de que, para fazer a agenda social e econômica avançar, a esquerda tem que romper com a velha tradição da política brasileira de buscar a conciliação de interesses antagonicos em arranjos de viés populista como o construído por Vargas em 1930. A conciliação não é mais possível. O país chegou, há tempos, a uma situação em que as alternativas são claramente antagônicas entre alguns setores sociais. Não é possível manter ambientalista e agronegócio, setor financeiro e proletariados no mesmo governo. Segundo o autor, à direita, no primeiro momento de crise pós-pacto, denunciou o arranjo e buscou demolí-lo.
O senão que faço a obra, embora devamos reconhecer que ela é resumida, é que as proposta ficaram a dever. São ainda por demais utópicas e desqualificam a necessidade de consensos mínimos para a convivência política. Contudo, reconheço que este é um problema de minha leitura e não do autor, pois ele busca radicalizar a analise em busca de aprofundar seu diagnóstico da situação. Consensos mínimos não são necessários e, talvez, nem desejados.
comentários(0)comente



4 encontrados | exibindo 1 a 4


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR