O que é lugar de fala?

O que é lugar de fala? Djamila Ribeiro




Resenhas - O Que É Lugar de Fala?


159 encontrados | exibindo 121 a 136
1 | 2 | 3 | 4 | 9 | 10 | 11


Marcel 07/12/2018

Importante...
Livro muito importante, principalmente nos dias atuais, com polarização politica, o racismo e o preconceito tão aflorados, sociedade doente.

Mas Djamila como sempre, ilumina a escuridão. Estou tentando aprender mais sobre a branquitute e meus privilégios, como homem branco e este livro sobre lugar de fala me ensinou muito. Temos que entender nosso lugar de falar e escutar aqueles que sempre foram proibidos ou ilegitimados.

Traz a tona grande reflexão, vale muito a leitura.
comentários(0)comente



Nanda 08/01/2019

A nossa voz
"...só fala na voz de ninguém quem sempre voz e nunca precisou reivindicar sua humanidade."
Djamila Ribeiro traz em seu livro de forma muito simples e didática o conceito de lugar de fala. Fugimos do senso comum, onde muitas vezes é entendido que local de fala é o direito que determinada pessoa possui ou não de emitir opinião sobre os mais diversos assuntos. A autora parte do princípio que o que determina o lugar de fala é a localização social do indivíduo.
Mesmo sendo curto, o livro é muito elucidativo, possui várias referências e citações de autoras negras, como Sueli Carneiro, Bell Hooks, Audre Lord, Lélia Gonzales, trazendo à tona o quanto o conhecimento de mulheres negras é subalternizado, principalmente pelo feminismo branco universalizante. A mulher negra, então tendo sua vivência destituída de valor, é colocada em um não lugar na estrutura social, tornando-se o Outro do Outro, pois não somos nem brancas, nem homens. (achei muito importante essa reflexão).
Garantir o lugar de fala para grupos marginalizados é fundamental para romper com as desigualdades, mas também saber de onde se fala. Entender nosso lugar para sermos capazes de gerir a mudança que tanto buscamos.
comentários(0)comente



Mariana.Belonio 22/01/2019

Quando a gente acha que sabe das coisas, mas na verdade não sabe é de NADA.
comentários(0)comente



TalesVR 09/03/2019

Didático
Na minha primeira experiência com a escrita da Djamila Ribeiro, achei que a sua escrita é extremamente didática e objetiva. Pelo menos nesse livro ela foi direto ao ponto, nem por isso deixando de lado temas importantes, mas levantando na lata ''O que é lugar de fala?''.

Em um país que teve como berço um sistema escravocrata e após mais de 400 anos de violência estatal burguesa, é hora de romper o silêncio da população negra nos espaços sociais. É hora de quebrar as máscaras que impedem os discursos pretos de florescerem nas redes sociais, nas universidades e espaços profissionais. Djamila foi brilhante ao citar a psicanálise: que medo é esse da branquitude em deixar que o preto fale? É o medo de encarar a realidade, os privilégios, o seu próprio ódio e racismo mesmo que contido, aquele racismo que já é estrutural. Abram os discursos, rompam as cadeias do silêncio.

Nota: outro ponto onde Djamila acerta é argumentar contra o discurso que a chama de ''pós-moderna''. Ela se sustenta em escritoras marxistas clássicas como bell hooks para explicar que não, a luta ainda é de classes, porém com um recorte particular que a experiência do feminismo negro dos EUA trouxe à tona, com as Panteras Negras. É se posicionar ao lado, entendendo que a ruptura racial é importantíssima para a luta de classes.
comentários(0)comente



Mateus295 30/06/2019

O conceito de lugar de fala vai não só contra como bem além da autorização de discurso
Muitas pessoas dos meus círculos de convivência falam sobre “lugar de fala” e replicam um significado para o termo que eu mesmo já tinha atribuído como verdadeiro, mas até então nunca tinha ido atrás da sua origem. Até que me falaram que a Djamila, alguém que também já tinham me falado muitas vezes, tratava sobre o assunto de forma simples. Em meio a muitas tentativas de voltar a ler YA, decidi abandonar esses e cair de cabeça nessa obra da autora. E, sim, é um livro muito simples (no sentido de didático) e ao mesmo tempo riquíssimo, que elucida como esse termo é bem mais complexo do que podem dizer.

A autora faz questão de contextualizar antes de começar a discorrer sobre o termo. Para isso, são relembrados grandes nomes do feminismo, principalmente sobre o feminismo negro. Essa que é uma pauta importantíssima, tendo em vista que as lutas feministas foram protagonizadas historicamente por mulheres eurocristãs, como aponta a obra. Desse modo, as mulheres negras, especificamente, não eram nem amparadas pela sociedade patriarcal, como também não eram vistas pelas reivindicações dessas mulheres na “linha de frente” dos movimentos feministas.

Um conceito muito interessante que li ao longo do livro é o abordado pela Grada Kilomba, que reavalia o conceito de “Outro beavouriano”, ao dizer que a mulher negra é vista como o “Outro do Outro”. Ou seja, a mulher eurocristã é vista como o Outro da categoria Homem, já as mulheres negras são vistas ainda mais distantes, sendo o Outro do Outro. Ressaltando assim a invisibilização e inferioridade dessas na sociedade.

Mas sobre o lugar de fala... o que é possível descobrir é que não há uma epistemologia determinada sobre o termo, mas é algo que está sendo pensado a partir do conceito de feminist standpoint elaborado por Patricia Hills Collins. O que é discutido ao longo do livro é que o conceito de lugar de fala não quer dizer uma visão essencialista de que, por exemplo, só os negros podem falar sobre racismo. Até porque existem negros que não passaram explicitamente – e felizmente - por esses casos e não vão poder, portanto, falar sobre o assunto de modo a abarcar toda a luta apenas por pertencer ao “grupo”.

Desse modo, a ideia de lugar de fala abordada no livro busca refutar a ideia de universalidade e ainda promover uma multiplicidade de vozes, quebrando assim o discurso autorizado e único. Contudo é importante que as pessoas que sempre foram autorizadas a falar escutem e saibam falar de seu local de privilégio, ou seja, falar a partir de sua localização social e não pensar que você seja um exemplo de representatividade.

“Saber o lugar de onde falamos é fundamental para pensarmos as hierarquias, as questões de desigualdade, pobreza, racismo e sexismo” (RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala? p. 84).
comentários(0)comente



Su 15/07/2019

O que é lugar de fala - Djamila Ribeiro
Um livro essencial para a branquitude entender o significado de lugar de fala que vem sendo interpretado de maneira rasa e principalmente para nós, feministas brancas, quebrarmos nossos preceitos a abrirmos o feminismo para abraçar a totalidade das mulheres e andarmos no caminho oposto das feministas liberais. É importante entendermos a luta negra para que possamos incluir essa pauta nas nossas lutas diárias.
Aqui a autora diz que o feminismo negro é para reconhecer as desigualdades e opressões entorno das classes, raças e gêneros e só então para romper com o feminismo hegemônico. pois tal, há muito tempo vem inviabilizando a luta das mulheres negras.
Outro ponto que considero importante por morar numa favela que é a parte marginalizada de qualquer cidade é quando Djamila aborda como o conhecimento é hierarquizado, pois, classifica racialmente (e acrescento que socialmente e culturalmente tbm) população, ou seja, o privilégio social é o modelo branco, logo, qualquer um que fuja disso, dessa eurocentrização, é marginalizado. Marginalizando também a própria linguagem, criação cultural e etc.
É necessário, nós brancas, darmos voz e espaço para as manas negras, ouvirmos atentamente e também trabalharmos dentro do nosso espaço da branquitude para a conscientização da mesma.
O livro é recheado de curiosidades histórias, o que faz dele ser ainda mais delicioso. Me deterei aqui porque se não irei disserta-lo todo.
comentários(0)comente



Camila.Guntzel 26/12/2019

Livro MUITO pertinente nos tempos atuais. Aborda origens do preconceito racial, atitudes comuns e discriminatórias da nossa sociedade e questões de feminismo. Não é uma leitura com pregoaçoes e sim bastante embasada e critica, para possibilitar ao leitor repensar atitudes e questoes culturais. INDICO MUITO!
comentários(0)comente



Rodrigo | @muitacoisaescrita 20/01/2020

Quem pode falar? O que se pode falar? Nossas vozes são ouvidas? Se falamos algo que não nos é permitido, o que acontece?
Com referências excelentes, Djamila Ribeiro constrói este pequeno livro - pequeno em quantidade de páginas, mas tão gigante em conteúdo - necessário e enriquecedor para o movimento antirracista, antissexista, antidominação, etc. Djamila resgata a trajetória das mulheres negras feministas, que durante todas as "ondas feministas" falaram, mas só foram efetivamente ouvidas quando decidiram "falar por elas". Explico: feministas brancas "simpatizaram" com o discurso de suas companheiras de luta, as mulheres negras, e compartilharam com suas irmãs brancas a necessidade e urgência de uma luta feminista que olhasse para a raça das mulheres de cor. (Esse processo, no entanto, foi árduo: durante as 1a e 2a ondas, tivemos Sojourner Truth e bell hooks, respectivamente, erguendo suas vozes para reivindicar essa necessidade). É impossível desconectar uma luta da outra e escolher uma "mais importante", pois as formas de opressão se cruzam e, por vezes, se confudem (isso é explicado de forma mais didática em "O que é interseccionalidade?"). Se queremos um movimento de libertação, é necessário que todas, todes e todos sejam livres - que nenhum corpo seja deixado pelo caminho (pois esse corpo, à margem, tem gênero, raça e classe).

A concepção do "Outro" beauvoireano é enriquecida com a de "Outro do Outro" de Grada Kilomba ao falar da mulher negra. Beauvoir diz que a mulher (branca européia) é o Outro do homem (branco europeu). Kilomba, no entanto, afirma que a mulher negra é o Outro do "Outro", reafirmando a subalternidade das mulheres negras, pois não são homens nem brancas. Para quebrar essa norma colonizadora é necessário a auto-definição, deixar o ser colonizado falar por si próprio e contar sua história através de sua perspectiva.

Quem fala, fala de algum lugar e trás sua perspectiva a partir de sua vivência em nosso mundo de classes, racista e cisheteropatriarcal, portanto todos e todas tem lugares de fala. Trazem, consigo, suas vivências a partir das nossas estruturas de poder e opressão sistemática. Mas quem é ouvido? A colonização e a posterior colonialidade (do poder, do ser e do saber) impôs quem pode falar, quem pode ser ouvido, quem pode produzir conhecimento científico legítimo, o que é e o que não é ciência, quem pode morrer, quem pode ser assassinado com 4 tiros na cabeça, quem pode ter o carro atingido com mais de 80 tiros, quem pode ser a menor parcela da população em cargos de poder e faculdades, etc.

Djamila cita Sueli Carneiro, Lélia Gonzalez, Spivak, Grada Kilomba, Patricia Hill Collins e mais outras pensadoras e ativistas incríveis que contribuíram enormemente à nossa luta. Por isso, "o lixo vai falar, e numa boa".
comentários(0)comente



FelipeCe 19/02/2020

Maravilhoso.
Livro didático, acessível e com o rigor metodológico necessários para abordar o tema. Incrível. Recomendo muito.
comentários(0)comente



Letícia 05/06/2020

Gostei muito da leitura. É um assunto que muita gente fala com tanta propriedade sem ao certo saber, de fato, o que é lugar de fala. A autora traz várias referências sobre isso e enriquece muito o debate. Leitura obrigatória.
comentários(0)comente



Neallen 26/07/2020

Lugar de fala
Nesse livro, Djamila traz o REAL conceito de lugar de fala e também fala um pouco sobre as implicações que surgiram com a popularização do termo. Toda essa questão é abordada de forma muito consistente, ainda que o livro seja pequeno. É cheio de referências e citações de autoras como Patricia Hill Collins e Sueli Carneiro, bem do jeitinho Djamila mesmo hahaha Alguns dos tópicos mais interessantes, ao meu ver, são: 1) a diferenciação entre LUGAR DE FALA e REPRESENTATIVIDADE e 2) o esclarecimento daquilo que é o pilar desse conceito, que é o fato de que TODO MUNDO TEM LUGAR DE FALA. Livro incrível e super esclarecedor! Indico pra todo mundo!
comentários(0)comente



Vivi 10/09/2020

Esse livro é muito bom, o meu favorito da autora. O que é lugar de fala? tem uma escrita simples, fluida e clara, excelente para quem está sendo introduzido nos estudos feministas negros. As autoras citadas por Djamila são referências fundamentais para o tema também.
Meu capítulo favorito foi ?O outro do outro?, sobre as mulheres negras que aborda de forma muito clara e interessante os problemas e limitações do feminismo branco e burguês. Leitura fundamental.
comentários(0)comente



Livia.Sena 25/09/2020

Lugar Social
Essa obra foi publicada em 2017 e é o primeiro livro da primorosa coleção Feminismos Plurais.

O livro é bem curtinho mas muito elucidativo, dividido em quatro partes que orienta a compreensão sobre o Lugar de Fala como estrutural.

Lugar de fala não é um interdito - é um locus - lugar social, e isso cada tem o seu.
comentários(0)comente



@aloeliane 03/10/2020

Esclarecedor.
Ler Djamila é sempre muito prazeroso, porém esse livro se parece mais com um artigo acadêmico, devido ao seu formato. Não foi fácil ler e me reconhecer diversas vezes - pois como mulher branca tendo a reproduzir muito dos comportamentos que ela narra no livro. Recomendo a leitura, mas com o ponto de atenção para o formato, pois não é um texto narrativo como o pequeno manual antirracista.
comentários(0)comente



iguteixeira 24/10/2020

NECESSÁRIO
Esse livro com suas inquietações e problematizações são altamente necessárias, principalmente no contexto político social que vivemos hoje. Djamila é uma filósofa incrível
comentários(0)comente



159 encontrados | exibindo 121 a 136
1 | 2 | 3 | 4 | 9 | 10 | 11


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR