Contraponto

Contraponto Aldous Huxley




Resenhas - Contraponto


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ReiFi 13/08/2010

Contraponto - Aldous Huxley
Terminei Contraponto.

Para alguns historiadores o século XIX deveria ter terminado após a 1º Guerra Mundial (1914-1918), isso porque a Europa estava muito parecida, até então, ao que tinha sido nas últimas décadas: países governados por imperadores, nobreza financiando vultosas festas, exércitos tinham homens a cavalo e as damas andavam com pomposos vestidos.

Quatro anos depois a Guerra acabava. As coisas mudaram com uma velocidade assustadora: Presidentes governavam; automóveis tomavam as ruas; o submarino e o avião infringiam leis da física até então conhecidas; em vez da ópera e valsa vienense, o rádio, o jazz, os discos e o cinema, questionavam o gosto erudito da nobreza; o mundo não se dividia mais entre os partidários do Antigo Regime e os defensores dos valores da Revolução Francesa. Nesse momento, a disputa se dava entre o capitalismo e socialismo.

As mulheres ganharam espaço no meio social – e não foram apenas seus cabelos que encurtaram e as saia que subiram, estas trabalhavam nas fábricas, lojas e escritórios, enquanto que seus homens guerreavam . Contraponto entra nessa estória como O ensaio sobre esse mundo moderno. Huxley constrói uma trama demonstrando todas essas mudanças rápidas e conflitantes...

Para saber mais acesse:
http://catalisecritica.wordpress.com/2010/04/02/contraponto-aldous-huxley/
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VitAria.Lucena 14/01/2021

Huxley sendo simplesmente brilhante!
Dono dos diálogos mais brilhantes sobre diversos pontos de vista da existencialidade e modo de vida do ser humano, Huxley não demora muito a apresentar o motivo pelo qual o título do livro é contraponto.
O nome contraponto se refere ao termo musical, correlacionado aos sentimentos e pensamentos das personalidades do romance.
Acredito que ele tenha distribuído um pouco da sua personalidade e ideias sobre o mundo em todos os personagens, de maneira incrível ele foca em como o ser humano deixa (por escolha, muitas vezes) e outras vezes por influências culturais e como ele mesmo coloca "cristão-intelectual-científico" de ser apenas humano. Coloca também a forma como a humanidade se tornou escravo do capitalismo. Como destacado no trecho:

"Devo confessar que não me agrada ser condenado à extinção só porque esses imbecis e cientistas, moralistas, espiritualistas, técnicos, esses literatos e políticos de tendências enaltecedoras e todo o resto do bando não têm o bom senso de ver que o homem deve viver como homem, não como um monstro de cerebralidade ou de alma."

Huxley mais uma vez trazendo toda a sua genialidade em uma narrativa que pouco se colaca enquanto narrador portador de opinião.
Huxley, grata por tudo
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Samuel M de Paula 29/12/2020

"As vezes lemos todo um livro sem acharmos uma simples frase de que nos possamos lembrar para fazer uma citação. Para que servem livros assim, eu lhe pergunto?"
Para quem esperava de Aldous Huxley uma história que se assemelhasse a Admirável Mundo Novo, não encontrará uma ficção científica, mas ainda a frieza entre as relações; não achará um mundo tecnologicamente avançado, mas a dificuldade de se expressar estará lá.

Contraponto é o encontro e desencontro de pessoas que cria um mosaico de personagens no início do século XX. A história personifica os valores morais e éticos, a ciência, a religião, e a arte que se entrelaçam e se dispersam. E assim se torna um retrato de nossa época que é delicioso superficialmente, mas melancólico e grotesco em suas entranhas.

Huxley não escreve uma história tradicional em que os personagens felizes para sempre, mas que cada personagem termina isolado dos demais e solitário, não solitário de outras pessoas mas de si mesmos.
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Erick Cruz 12/03/2024

Ainda bem que termina
O livro realmente relata contrapontos - o que chamaríamos atualmente de ponto de vista - ambientando e ambientado dentro da cosmovisão inglesa pós primeira guerra mundial. Havendo quase um maniqueísmo entre as personagens sobre temáticas políticas e religiosa (cristão mais precisamente). Os diálogos são banhados por estrangeirismos (mesmo para os ingleses) e por referências eruditas de artes. É um bom livro no aspecto cultural, ambiental e linguístico, entretanto, extremamente exaustivo quanto as estórias e personagens. Não é um livro que recomendaria para lazer. Foi realmente entediante toda a leitura.
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va 14/04/2020

Uma das obras mais significativas da vida, até agora...
Contraponto como o próprio nome já diz é uma polifonia, ou seja, a sobreposição de sinfonias. É assim que se passa o romance de Huxley. Os personagens possuem vozes e teses fortes, apresentando suas ideias e opniões de forma tão clara, que chega a ser inumano, como muito bem explicado no livro pelo personagem Rampion e, por outro lado, exemplificado por Philip Quarles, um dos personagens que tem grandes traços do Huxley. No entanto, ao que me parece, todos os personagens são facetas do autor. Dessa forma, a obra se caracteriza como um romance de ideias, não sendo, pois, um romance verossímel, uma vez que é quase impossível e até monstruoso que todas as pessoas de uma sociedade sejam dotadas de habilidade para exprimir suas teses em diálogos, como ocorre com os personagens desse livro. Uma passagem muito autoexplicativa do livro é dita pelo personagem romancista Philip Quarles em um dos seus processos de produção (insights): ?O que precisamos é de um número suficiente de personagens, e intrigas paralelas, contrapontisticas.?.
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bobbie 09/02/2019

Livro exigente
Não farei uma resenha propriamente dita deste romance, pois seria necessária pelo menos mais uma leitura do mesmo. Trata-se de um livro complexo, de fruição difícil (sim, fRuição mesmo), e que exige mais cuidado para uma análise apropriada.
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Lis 20/11/2018

Pouco enredo, muita divagação
Não espere um livro cativante. A leitura é dificil, as personagens são caricatas, artificiais, o enredo titubeia e por muitas e muitas páginas não acontece nada. Algumas personagens nem tiveram um desfecho e há lapsos no desenrolar dos fatos.

Mas a beleza do livro está basicamente em dois pontos:
1) nas divagações do narrador e das próprias personagens em seus diálogos. Meu cérebro travou em várias passagens, filosofando junto. Aldous Huxley tinha opiniões muito intrigantes sobre a decadência moral e cultural do homem e sua relação com as máquinas; então o tempo passa e Huxley só fica mais e mais atual.
2) a chave para entendimento do alvo do livro é o capítulo 22. Nele entende-se por que o livro se chama contraponto (ou melhor, point-counter-point) e como Huxley insere a si mesmo no romance. Assim conhecemos um pouco do Aldous-pessoa-comum, com seus defeitos

Apesar da história ser desinteressante, os dois pontos a sobrepujam. Excelente livro!

Obs.: Para melhor aproveitamento, ler com calma, com auxílio de dicionário, tradutor de francês e Google para pesquisas pontuais =D
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Kalleb Olson 06/08/2017

Apenas um ponto contra
Devo dizer que esse livro, é o do Huxley que li, em que os personagens tem maior profundidade. A narrativa que no inicio me pareceu massante e pouco curiosa, acaba tornando-se uma teia de personalidades iconicas e auto-representadas. Ver o autor no livro explicando sobre o livro me entreteu muito bem. Enfim, não é meu favorito do autor, mas sem dúvida um dos melhores, o unico ponto contra, é que o livro é bem longo no que se propõe, coisa que no decorrer se torna explicado o porque.
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Brunov 17/04/2017

ponto.cruz contra+ponto
Considero-me detentor de um vocabulário rico, ou ao menos acima da média nacional. Sou daquelas pessoas que frequentemente são criticadas por "complicar as coisas" e "só querer aparecer", porém nesse semana, enquanto lia 'Contraponto' do Aldous Huxley, fiz uma lista de palavras do calhamaço as quais tive dúvida do que significava (como "duodeno"), algumas que só atinava (como "toleima") e uma maioria sem a mais puta ideia (como "hemistíquio"). Foram ao todo 69! Em uma só página cheguei a listar 4.

Isso tudo sem contar neologismos, referências eruditas, nomes de remédios que eu percebia que eram remédios, expressões em italiano, espanhol, alemão, latim e muitas em francês, além de algumas em inglês intraduzíveis naturalizadas em uma trama onde a história cheia de cortes bruscos e onde a trama fica em segundo plano frente ao exercício de "bildung" e ao desfile de opiniões a respeito de assuntos diversos enxertados nos diálogos sem obviedade passando pelo drama de alguns casais com uma visão um tanto pesada da sexualidade mais impulsiva.

Apesar de escrita a quase 100 anos já criticava o socialismo sem necessariamente se opor a ele, pelo seu caráter materialista, idealista, a falta de consciência ambiental e com a condição das mulheres. E que fique claro que criticar o socialismo não representa se aproximar do conservadorismo.

Todavia o âmbito político, assim como outros comentados são diminutos frente ao principal fio condutor que é algo metafisico, pelo qual Huxley expõe seu pensamento a respeito do necessário equilíbrio civilizacional entre pensamento e corpo, assim como a ('Teoria T') descrença em paraísos na Terra através de alguma ação material, política, ética ou tecnológica.

Sem deixar de refletir sobre a morte irônica cria no final um debate e um experimento a respeito da existência de Deus envolvendo o "Quarteto em Lá Menor" de Beethoven.
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Taniel.Ferreira 26/11/2016

Como tinha lido admirável mundo novo, peguei está outra obra pra ler, mas não indico, tive que me forçar para terminar a leitura ela não te prende muito, tive que me forçar mesmo para terminar
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Leonardo 07/02/2016

Colcha de retalhos
Este livro não tem começo, meio e muito menos fim. Talvez o melhor nome para o livro não seja Contraponto, e sim, Dissonância! O melhor de Aldous Huxley é o livro Admirável Mundo Novo, com certeza. Contraponto retrata indivíduos ociosos que vivem uma vida longe de um sentido maior... são abastados que se apegam a frivolidades como forma de exercitar a sua vaidade e anaptidão para o que é mais importante na vida. Encontramos no livro reflexões sobre a arte, a vida e Deus... mas tudo de uma forma desiludida, como se estivéssemos diante de um burguês saturado de vícios, mas que, a despeito disso, continua a não viver sem eles - embora, por vaidade (sempre ela), não se furte de criticá-los como se estivesse acima deles.
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Marcelle 02/01/2014

Contraponto - A Humanidade Despida
Depois de tanto tempo sem escrever, não poderia fazer a minha volta com um escritor não menos que sensacional, o inglês Aldous Huxley. Do contrário do que muitos já devem estar pensando, não vou falar sobre Admirável Mundo Novo, grande clássico desse autor, mas sobre Contraponto, um livro igualmente genial. Publicado em 1928, figura na lista dos 100 melhores romances do século XX, publicada pela Modern Library.
Seu mérito já começa na própria estrutura do romance, apenas por ser um romance de ideias, no qual cada personagem representa algo. O próprio autor, através do intelectual personagem Philip Quarles, exprime sua intenção:

“O romance de ideias. O caráter de cada uma das personagens deve-se achar, tanto quanto possível, indicado nas ideias das quais ela é porta-voz. Na medida em que as teorias são a racionalização de sentimentos, de instintos, de estados de alma, isto é praticável. O defeito capital do romance de ideias é que somos obrigados a por em cena pessoas que tem ideias a exprimir, o que exclui mais ou menos a totalidade da raça humana – à parte apenas 0,01 por cento. Aqui a razão pela qual os romancistas verdadeiros, os romancistas natos não escrevem tais livros. Mas, ora! Eu nunca pretendi ser um romancista nato.”

E todos esses personagens vão estar em perfeita harmonia, em um arranjo que lembra o contraponto musical ao qual o título faz referência, à exceção de que não se trata de uma composição em polifonia.Em lugar de múltiplas melodias tocadas simultaneamente, temos sentimentos humanos. Os personagens são pouco a pouco despidos em seu íntimo e podemos saborear cada personalidade, analisar cada diálogo ou nos identificarmos com cada emoção. À medida que enredo se desenvolve, sabemos mais sobre a história de vida de cada personagem, cada sentimento é detalhadamente descrito, assim como cada motivação e idiossincrasia, Huxley os deixa nus para os analisarmos por nós mesmos. Em uma simetria perfeita, aquilo em falta em um personagem, sobra em outro, um tema de uma passagem é revisitado na seguinte e esse contraste de personalidades torna quase impossível não se identificar com algumas.

“(...) – Eu me sinto de tal maneira feliz, desde que estou aqui com a senhora! – anunciou ela, apenas oito dias depois de sua chegada.
– É porque tu não te esforças por ser feliz, e porque não perguntas a ti mesma porque te tornastes infeliz, porque cessaste de pensar nas coisas sob o ponto de vista da felicidade e da infelicidade. É a tolice enormíssima dos jovens desta geração – continuou Mrs. Quarles –; eles não pensam nunca na vida senão relacionando tudo com a felicidade... 'Que farei para me divertir?' Eis a pergunta que eles se fazem a si mesmos, ou então se queixam: 'Por que minha vida não é divertida?' Mas nós estamos num mundo em que 'os bons momentos', na acepção vulgar desta palavra, ou talvez em todas as suas acepções, não podem durar continuamente nem pertencer a toda gente. E, mesmo que a mocidade tivesse esses 'bons momentos', ela havia de ficar inevitavelmente decepcionada porque a sua imaginação é sempre mais bela do que a realidade. E, depois que gozamos um pouco esses momentos, eles se tornam aborrecidos. Cada um se esforça para obter a felicidade e o resultado é que ninguém é feliz.”

Bem, e tudo isso está intimamente relacionado ao contexto histórico pós Primeira Guerra Mundial. O fim da Belle Époque, a ascensão do comunismo e da luta de classes, o avanço da indústria e da mecanização, presidentes governando, as mulheres ganhando espaço no meio social, tudo fazendo parte desse romance, sob pontos de vistas únicos, no que pode ser considerado um ensaio sobre o mundo moderno.

“Se vocês acreditam nos negócios, como no serviço e na santidade do trabalho, vocês se transformarão simplesmente em idiotas mecanizados durante vinte e quatro horas, das vinte e quatro que tem um dia. Reconheçam que é um trabalho infecto, tapem o nariz, dediquem-se a ele durante oito horas e depois concentrem-se em si mesmos para ser, nas horas de folga, entes humanos verdadeiros. Seres humanos verdadeiros e completos. Não leitores de jornais, nem amadores de jazz, nem maníacos da radiofonia. Os industriais que fornecem às massas divertimentos padronizados e fabricados em serie fazem o possível para torná-los, nas horas de lazer, os mesmo imbecis mecânicos que vocês são durante as horas de trabalho. Mas não permitam isso. É preciso fazer o esforço necessário para ser humano.”

E os personagens são tão diversos quanto poderiam: o cínico Burlap, o revolucionário e insignificante Ildidge, o demasiadamente humanoRampion, a atormentada Marjorie dentre vários outros. Sendo meus preferidos a inteligente e hedonista Lucy, em diálogo a seguir com o angustiado Walter Bidlake:

“- Romântico, romântico! – escarneou ela. – Tens uma maneira tão absurdamente antiquada de pensar nas coisas. Matar e tripudiar sobre cadáveres e amar e o mais que segue. É ridículo. Por que não andas logo de fraque e plastrão?… Procura ser um pouco mais moderno.
- Prefiro ser humano.
- Viver modernamente é viver rapidamente – continuou ela. – Não podes carregar um vagão cheio de idéias e romantismo nestes tempos. Quando viajamos de avião, devemos deixar para trás as bagagens pesadas. A velha alma de antanho sentava muito bem quando se vivia vagarosamente. Mas é pesada demais para os nossos dias. Não há lugar para ela no avião…
- Nem mesmo para um coração? – perguntou Walter. – Não me preocupa muito a alma. – Já uma vez se preocupara com ela. Mas agora que a sua vida não consistia em ler filósofos, ele estava um pouco menos interessado nela. – mas o coração – ajuntou -, o coração…
Lucy sacudiu a cabeça.
- Talvez seja uma pena – concedeu ela. – mas tudo tem o seu preço. Se gostamos da velocidade, se queremos ganhar terreno, não podemos levar bagagem. Trata-se de saber o que queremos, e de estarmos prontos a pagar o preço devido. Eu sei exatamente o que quero; assim, sacrifico a bagagem. Se te agrada viajar num caminhão de mudanças, viaja. Mas não esperes que eu te acompanhe, ó meu suavíssimo Walter. Não esperes que eu leve o teu piano de cauda no meu monoplano de dois lugares.”

E o pessimista sem objetivos ou credos,Spandrell. Eles vão levantar os debates e as ideias mais interessantes.

“- É jovem ainda. - Foi assim que Spandrell comentou a noite. Jovem e um pouco insípida. As noites são como seres humanos: só começam a interessar depois que ficam adultas. Lá pela meia-noite elas atingem a puberdade. Um pouco depois da 1 hora chegam à maioridade. A sua plenitude esta entre duas e duas e meia. Uma hora mais tarde elas vão ficando cada vez mais desesperadas, como essas mulheres devoradoras de homens e esses homens maduros em declínio que andam por aí a saltitar num pé só mais violentamente do que nunca, na esperança de se convencerem a si mesmos de que não são velhos. Depois das quatro horas, as noites entram em plena decomposição. E a sua morte é horrível. Verdadeiramente horrível, ao nascer do sol, quando as garrafas estão vazias, as pessoas têm um aspecto de cadáveres e o desejo se desfaz em desgosto. Tenho um fraco pelas cenas de leito de morte, confesso – ajuntou Spandrell.”

Antes de finalizar essa resenha, aproveito, pois, para justificar a nota que se segue. Por ser tão denso, é também por vezes cansativo. Além disso, nem todos personagens são tão interessantes assim. O próprio autor, ainda na voz de Quarles exprimiu isso:
“O grande defeito do romance de ideias é que ele é uma coisa artificial, arranjada. Necessariamente; porque as pessoas capazes de desenvolver teses formuladas de maneira adequada não são bem reais; são levemente monstruosas. Torna-se um tanto cansativo, com o andar do tempo, viver com monstros.”

Mas nada que tire seu mérito. Contraponto é daqueles livros que te deixam inquieto, que precisam ser relidos, uma vez que toda sua significação depende de como interage com o leitor. É um livro de múltiplas camadas para se ler entre pausas e respiradas. Se de acordo com Huxley a única generalização que podemos arriscar é que as maiores obras de arte tem tido grandes assuntos, essa é uma obra de arte das mais elevadas.
Nota: 9/ 10



site: Confira mais sobre esse e outros livros no Sagaranando: http://sagaranando.blogspot.com.br/2013/12/contraponto-humanidade-despida.html
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