Os demônios

Os demônios Fiódor Dostoiévski




Resenhas - Os Demônios


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Sergio330 13/11/2023

A Catarse no seu maior grau
A excelência se pressupõe no maior grau nas páginas desse livro. Se deparar com pessoas completamente ligadas a seu contexto social, desprovidas de nenhum heroísmo ou falso moralismo provoca no leitor o maior grau possível de enojo. Quando me deparei com o livro, não imaginava que me depararia com a crueza humana, com a vileza desprovida de maiores pesares, com Raskolvnikovs que conseguirem atingir a excelência. A realização de um ambiente cada vez mais insosso, mais purulento, e difícil de desencadear em algo bom gera ao leitor o maior desespero infindo. O maior desafio é compreender que nenhuma boa ideia pode florescer em pessoas tão deturpáveis. É expulso dessas pessoas somente o mais puro escarro, o mais puro nojo, que nos faz incapazes de entender se é pior as pessoas que tem ideia do que faz, ou as pessoas que são simplesmente ignorantemente alheias. A pior deturpação é aquela que tenta o poder supremo, o poder vilanesco, o que considera superiores e inferiores. Palmas para Dostoievski, parabéns desmedidos.
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Juliana 21/11/2023

Muitos demônios
Este é o segundo livro escolhido para a minha saga de leitura da obra completa de Dostoiévski.
Confesso que quando descobri que o livro tratava de um evento real fiquei com uma expectativa mais baixa, talvez por já ter lido outros livros que tinham essa mesma proposta e que não achei tão bons.
Eu diria que essa obra demora para nos pegar. Sua leitura página após páginas aos poucos vai nos inserindo em questões muito particulares de relações entre as personagens. No início achei a narrativa confusa, porém, depois de me ambientar a coisa fluiu melhor e comecei a ficar ansiosa para descobrir o que aconteceria e de que forma aconteceria.
Os demônios é um livro muito interessante até mesmo do ponto de vista histórico, pois acho que ele demonstra bem a ebulição de ideias que estava ocorrendo na Rússia  No século XIX. Ao mesmo tempo, nessa narrativa baseada em fatos reais, o autor nos alerta para o perigo de uma ação baseada puramente em um desejo de destruição. Nesse sentido, a metáfora bíblica dos porcos aparece de forma genial.
Talvez o capítulo censurado que aparece no fim da obra seja o mais importante, embora seja de difícil leitura por tratar de uma situação específica que nos gera repulsa.
Minha conclusão é de que realmente Dostoiévski é um dos maiores escritores da humanidade. A riqueza de detalhes ao longo das 700 páginas mostram que seu trabalho era feito com muito cuidado, algo que é o verdadeiro desafio para qualquer escritor. Assim como em Crime e Castigo, Dostoiévski explora a psicologia do ser humano em seus aspectos mais profundos em Os demônios.
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Ramiro.ag 17/12/2023

"O imensurável e o infinito são tão necessários ao homem quanto este pequeno planeta onde ele habita..."
Caos, assassinato, suicídio, liberdade e destruição, é isso que você vai encontrar nessa grande obra que no final, levam ao nada.

O livro foi inspirado em um acontecimento real, o assassinato de um estudante por motivos políticos. A partir dessa premissa, Dostoiévski desenvolveu um romance que engloba temas não só políticos, como sociais, filosóficos e religiosos da época.

"Ainda que se cortem umas cabeças, não saberemos organizar coisa nenhuma, conquanto sejam precisamente as nossas cabeças que mais nos impedem de raciocinar."

Na narrativa, o movimento revolucionário desempenha a função de um autêntico poder de natureza demoníaca, que se encontra em processo de estabelecimento e gradualmente influenciando negativamente a juventude e a estrutura social. A substituição de Deus pelo indivíduo culmina na deterioração humana e na anulação dos fundamentos sociais.

"É preciso, de fato, ser um grande homem para poder resistir até mesmo ao bom senso."

O grupo responsável pelos atos são de cunho niilista, iludindo os outros e a si mesmos com a grandeza do seu movimento, e negando a tudo, não só a existência de Deus, mas também rejeitam os princípios de honra e veracidade.

"O fogo não está nos telhados, mas na cabeça das pessoas."

Em relação aos personagens, não posso deixar de falar sobre o "queridíssimo" Stravóguin, que apesar de descrito como bonito, é totalmente maligno.
Stravóguin é um ser imperturbável, que reconhece uma determinada imperatividade na autodestruição e na humilhação. Ele é intrinsecamente destrutivo, encontrando êxtase na perversidade de suas ações, mesmo diante do perigo iminente.

"...o ódio deles despertará seu próprio ódio, e o senhor se sentirá mais aliviado ao odiá-los do que ao aceitar a compaixão deles?"

No penúltimo capítulo, já muito abatido pela doença, Stepan Trofimovich, que foi o responsável muitas vezes por introduzir as ideias liberais aos jovens, compara a situação da Rússia com a passagem bíblica onde Jesus exorciza os demônios de um homem, fazendo uma alusão que a Rússia só poderia ser salva pela sua crença.

"[...] quando a sociedade ficasse, dessa maneira, desengonçada, esmorecida e doentia, cínica e descrente, mas com uma sede infinita de alguma ideia norteadora e de sua autopreservação, para dominá-la de supetão, hasteando a bandeira da rebelião..."

Ainda hoje o mal - e não me refiro a nenhuma ideologia em específico - flerta com a sociedade e seduz os indivíduos a todo momento, a espreita para os possuir com seus demônios.


obs. eu ri muito com o Stepan meu deus kkkkkkkkkkk eu amei genuinamente esse homem maluco e imprestável.
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Lisboa Richthofen 07/01/2024

Revolucionário
"Pessoas não possuem ideias; ideias possuem as pessoas." - Carl Jung

"Os Possessos" também seria um título bastante cabível ao contexto do livro. As personagens da obra são possuídas por ideias (o radicalismo) que, assim como demônios, as fazem cometer atos imprudentes e as atiram ao abismo.


? Subversão, caos, assassinato, suicídio, violação, censura, destruição e diarréia, são alguns dos elementos presentes na narrativa de "Os Demônios", de Fiódor Dostoiévski.

"Os Demônios" apresenta todas as características marcantes da obra de Dostoiévski, desde a investigação pormenorizada do cerne psicológico das personagens, até a massiva quantidade de reflexões sobre Deus e morte. Tem como principal diferença, ser muito mais carregado politicamente: ele retrata os grupos socialistas subversivos que foram se formando naquele período em toda a Rússia, e suas intenções de sobrepujar quaisquer limites morais e legislativos para atingir seus objetivos.

O livro conversa sobre a relação entre as gerações de revolucionários: a antiga e a nova. Todos eles podem concordar sobre o problema, mas cada geração vai ter sua ideia sobre como resolver esse problema. Os jovens não tem tantas amarras ou ligações/obrigações para com a tradição cultural: eles tem a força e a necessidade de mudança, sentem que podem mudar o mundo, e esse ímpeto por mudança evolui para violência em forma de destruição do sistema regente. E é esse o perigo que Dostoiévski denuncia em sua obra Os Demônios.


Achei o início um tanto lento quando comparado com Crime e Castigo ou Os Irmãos Karamazov, por exemplo ? talvez tenha sido esse o motivo da leitura ter me custado quase 3 meses. Apesar disso, o que esse livro mexeu com a minha cachola e me proporcionou os mais variados sentimentos durante esse tempo, não tá escrito.
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Raissa 12/01/2024

Muitos demônios...
A leitura é dividida em 3 partes, sendo a primeira uma apresentação de como as pessoas daquela cidadezinha interagiam entre si (parte em que eu gostei), a segunda sendo mais parada com o intuito de explicar os tramas políticos que envolvem os personagens (parte em que eu acabei achando bem morna), e a terceira parte (sendo a melhor de todas), aonde acontece a ação e a desgraceira total de todos os personagens! (adoro! ?) Não darei uma nota mais alta porque essa segunda parte realmente acabou sendo bem chatinha (tirando as partes importantes, obviamente) e acabei pensando em largar o livro kkkkkkkkk. Mas fico feliz por persistir até o final, pois realmente podemos ver a parte profética e violenta do livro (não quero dar spoilers sobre isso); realmente é tudo isso que dizem: pesado e perturbador! Faz a gente pensar bastante sobre o rumo em que a sociedade atual está caminhando e, confesso, também acaba assustando um pouco. Recomendo e gostaria muito de ter visto a cara (de ódio ?) dos revolucionários violentos da época, após a publicação da história, por se tratar de algo que realmente aconteceu kkkkkkkk.
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douglaseralldo 23/01/2024

10 Considerações sobre Os demônios, de Fiódor Dostoiévski ou do império da fofoca...
1 - Destes romances que surgem diante dos leitores como fato que acontece, tamanha imersão que nos propõe, Os demônios para além da questão russa, as percepções de Dostoiévski antecipa muitos dos horrores dos tempos modernos, trata-se de uma narrativa que procura perscrutar a "alma" humana em suas idealizações, suas ideologias, crenças e fanatismos. É, bem da verdade, um tratado de como podemos num conjunto social permitir e fazer acontecer dos piores acontecimentos;

2 - Ambientado para os idos finais do século XIX, o romance tem como espaço um pequeno vilarejo no interior da Rússia onde vivem seus distintos círculos sociais sob as sombras de Moscou e Petersburgo, dos ideias revolucionários e socialistas - os quais a narrativa procura alertar possíveis descaminhos - tudo isso impregnado das ideias e construções conspiratórias numa nação acostumada a comunicar-se e a utilizar-se da linguagem por meio de subterfúgios;

3 - E aqui temos o elemento que pobremente chamamos de "império da fofoca". Entretanto, é um bom exemplo de como se dão as comunicações entre as personagens do círculo social daquela respectiva comunidade. A "fofoca", os não-ditos, os meio-termos, a ambiguidade e a dissimulação é constituinte das personagens, que considerando os aspectos culturais da nação, fala de um jeito sempre desejando dizer justamente outra coisa. São essas comunicações e interações ambíguas que não só abastecem os mal-entendidos, como também funcionam e colaboram para as teias conspiratórias que se tecem ao fundo dos acontecimentos até o ápice da tragédia, ao final do livro;

site: https://www.listasliterarias.com/2024/01/10-consideracoes-sobre-os-demonios-de.html
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Sabrina 31/01/2024

Incrível Dostoievski
Diante da pressão social e cultural podemos ser afetados. Mas, e quando podemos influenciar? Em nome do quê podemos agir? O q devemos defender? Tais questionamentos impostos sob o imaginário pode nos guiar sobre os perigosos caminhos traçados por revolucionários. O autor conduz uma trama espetacular e revela a face do desastre e barbárie do homem que sente se suficiente diante da realidade. Abalos psicológicos, amizades perigosas, escolhas devastadoras, a obra recheada de personagens marcantes, reviravoltas surpreendentes, aprisiona nossa atenção.

Vem acasalar comigo Dostoievski. Gostosão ?? se alguém conhece ele passa meu contato
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Erick.Silva 29/02/2024

Caos humano
Dostoiévski é simplesmente incrível. É tanta informação, tantos sentimentos, emoções, linhas de raciocínio, filosofias, opiniões, que sempre levo muito tempo pra processar os livros dele, e ainda continuo pesquisando e debatendo muitos dias depois. Sempre sinto um certo desconforto devido a quantidade de caos, desespero, morte e crimes, mas isso é só o retrato da realidade humana, da vida em sociedade. Sensacional a forma como toda em tantas emoções, em tantos conflitos, dicotomias, impasses. Enfim, esse como os outros livros dele me deixaram pensando a respeito da vida de diversas formas diferentes e admiro isso demais!
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Felipe Augusto 20/04/2024

Que livro extraordinário do Fiódor Dostoiévski, do início ao fim uma leitura que te prende com personagens bem construídos e com características bem fortes, tem um peso politico e religioso em toda obra que nos remete em alguns momentos a pensar no que compreendemos da humanidade, e bastante reflexivo e importante esta obra.
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Raquel.Furchinetti 03/05/2024

Bom, mas preciso de estofo para ler
Que empreitada ler esse livro, eu gostei mais pela escrita do Dostoiéviski, mas é muito longo e muitas vezes achei bem massante, estando a ponto de desistir de ler o livro, mas feliz agora que acabou. a estória é interessante, mas no meu ponto de vista podetia ser um pouco mais enxuta.
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Prof Alex 26/05/2024

Boa leitura
Um ótimo livro mas confesso que irei reler pois Dostoiévski ele é muito bom mas a quantidade de personagens me confunde.
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Paulo 06/06/2024

Panorama da mentalidade revolucionária
Eu já havia lido “Os irmãos Karamazov” e “Crime e Castigo”, ambos traduzidos por Paulo Bezerra, e “Memórias do Subsolo”, por Boris Schnaiderman. No que diz com a tradução, este “Os Demônios”, traduzido por Nina Guerra e Filipe Guerra, tem o texto mais fluido. Achei muito bom de ler e fiquei realmente impressionado com a dinâmica da narrativa, parecia até que estava lendo um livro escrito originariamente em português.

Sobre o romance, é mais um gol de placa do escritor russo. Talvez esteja diante do maior romancista da humanidade. Depois de “Os irmãos Karamazov”, este é o que mais gostei. Mas todos os outros são excelentes, fica difícil comparar as obras. Mas vamos às minhas impressões sobre “Os demônios”.

O livro é dividido em três partes, com capítulos em subdivisões, o que facilita bastante a leitura. A trama se passa em uma cidade interiorana russa, não identificada, na segunda metade do século XIX.

Na primeira parte, o foco é a vida de Stepan Trofímovitch Verkhovênski, intelectual, materialista, ateu e literato, que gostava de posar de “perseguido” e “deportado” e se dava ares de importância. Tinha fama, no estrangeiro, de ter sido revolucionário, seja verdade ou não. Teve carreira frustrada nas letras e vivia às custas de Varvara Petrovna Stavróguina, viúva rica, mulher de personalidade forte com tendências modernas e progressistas. Ambos viviam uma espécie de amor platônico, convivendo entre a paixão e o ódio recíprocos, em um relacionamento de mútua dependência.

Varvara tentou fundar uma revista literária para Stepan, em Petesburgo, mas não obteve êxito. Ela tentava realçar a “genialidade intelectual” dele perante a sociedade provinciana.

Stepan foi casado por duas vezes e enviuvou nas duas. Do primeiro casamento, teve o filho Piotr Stepánovitch, que abandonou para ser criado por parentes distantes. Foi também preceptor de Nikolai Stavróguin, filho de Varvara, mas não prosseguiu com a sua instrução. Esse fato é importante porque o próprio autor, em carta, ressalta a relação de filiação entre a geração de Stepan e os dois vilões da história, Piotr e Nikolai.

A segunda parte da obra foca mais na vida de Piotr Stepánovitch e Nikolai Stavróguin. Ambos retornam para a cidade onde se passa a trama e integram um grupo revolucionário, que pretendia subverter a ordem social e implantar o socialismo. O autor trabalha com maestria, a partir da personalidade de quatro personagens integrantes do grupo revolucionário, ideias centrais que estavam em vigor na sociedade russa.

Nikolai Stavróguin, filho de Varvara, tinha a vida ganha: bonito e rico, vivia uma vida sem sentido, entregue aos prazeres do corpo e ao materialismo. Integrava o grupo revolucionário não por convicção, mas para escapar do tédio, procurando uma vida de emoções.

Kiríllov viveu um tempo na América e encarnava o absurdo da vida, o non sense, tendo com o suicídio a saída filosófica para seus questionamentos.

Chatóv era patriota e ao final passou a acreditar em Deus. Teve um breve momento de felicidade com o retorno de sua ex-mulher e o nascimento do filho dela.

Piotr Stepánovitch é a personagem demoníaca da histórica, uma descrição incrível da mente revolucionária que procurava subverter a ordem social. Maquiavélico, manipulador e irônico, ensinava como implantar o socialismo: inventar cargos, usar o sentimentalismo, acabar com o individualismo, uma décima parte manda nos nove décimos restantes, espionagem recíproca entre os camaradas, obediência total, falta de personalidade total, propagação do alcoolismo, do mexerico, da denúncia, propagação da depravação, abafar os gênios individuais…

Na terceira parte da obra acontecem atos revolucionários concretos, mas ineficazes e até certo ponto ridículos para o desiderato de contestar o poder do czar: o grupo “revolucionário” incitam uma manifestação de funcionários de uma fábrica, avacalham uma festa social promovida pela governadora e promovem um incêndio. Mas vão além e praticam homicídios de inocentes e até de um membro do próprio grupo, sob o qual pesava tênues suspeitas de que iria deletar os demais….

Uma obra atemporal, não só pela crítica da mentalidade revolucionária e por ter profetizado a revolução comunista russa, mas sobretudo por investigar as mazelas da natureza humana. Embora as personagens principais tenham invariavelmente fins trágicos, a redenção de Stepan Trofímovitch Verkhovênski, pela aproximação com Deus, mostra uma saída esperançosa para o homem na visão do escritor russo.

Imperdível.
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Vanessa1139 22/06/2024

Demorei muito até resolver escrever essa resenha, não por esse livro não merecer, e sim por não ter palavras para expressar o que sentir lendo-o, ainda não tenho palavras, mas tentarei mesmo assim.
A literatura russa sempre tão rica em debates internos da natureza humana tem sem dúvida como um dos maiores exemplos Os Demônios, nunca um livro me fez vislumbrar o espírito niilista de maneira tão nítida e tangível, com sua gritante e angustiante falta de sentido na vida que aparentemente o único caminho possível é a não existência. O não ser passa a ser o único sentido, o único caminho.
Pode parecer triste, no entanto, nem a tristeza faz sentido, a vida apenas é, sem esperar que tiremos motivos ou razões dos caminhos tortuosos pelos quais ela passa e se para alguns as doces ilusões de riquezas na terra e no céu são o suficiente para apaziguar o coração, para outros essas mesmas ilusões não dizem nada, são apenas elaboradas mentiras contadas para crianças em seu leito, e esses sim, talvez enxerguem como é o mundo mesmo sem pinta-lo de cor de rosa, sem enfeita-lo e sem esperar dele nada além do fim, sabem que o mundo apenas é o que é e nunca teve intenção de fazer maior sentido para nós, meros mortais.
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Lia Earnshaw 07/07/2024

Trágico e perfeito
Dostoievski consegue criar personagens tão humanos, sensíveis e imperfeitos. Até o mais vil deles consegue nos marcar de alguma forma. Estou de coração partido com esse aqui, e recomendo a leitura apenas se você achar que seu coração aguenta.
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vitoria293 05/08/2024

?
Chegou em um ponto que só empurrei com a barriga.
Teve pontos altos mas muito baixos também, não funcionou muito bem para mim kkkkk
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