Felipe 16/01/2018Araruama: o livro das sementesAraruama: o livro das sementes
O livro das sementes foi minha primeira leitura de 2018, pois queria que ele fosse o primeiro livro do ano a ser lido, eu estava com muitas expectativas, e o livro mesmo assim me surpreendeu.
Toda a mitologia criada por Ian e rica, tão rica que fiquei a desejar a continuação. Os capítulos são focado nos personagens e em suas aldeias nos revelando o quão grande são. Os personagens são únicos, e cada um respira seu próprio montirõ. Suas descrições de mundo são mais que realista, as criaturas fantásticas também, cada uma tem vida e sua própria história que não conhecemos ainda.
Os Anhanguera tinham um deus ao seu lado, ou assim disseram, os homens também, se é que posso chamar o gigante de Buiagu de deus.
Os Anhanguera tem muito a nos mostrar, foi tão pouco falado sobre eles, não sabemos onde eles moram e como é a passagem de um índio para um Anhanguera, só sabemos que eles adoram a um deus também.
Devorei os capítulos de Eçaí , como a Iarateguba devorará os amanhas dos homens, eu os terminava de ler sem nem perceber. Enquanto lia, meio que já sabia que o mitaguarini com orelhas de jaguatirica era o meu preferido entre os mitaguarini, principalmente quando ele proferiu as palavras que o fizera vencedor do Nhenheguaçu. Izel o matadoras de guarás tem uma língua afiada mais que diz a verdade. Kaluana o futuro painy nos demostra suas habilidades como caçador e sábio, mesmo sendo criança ainda. Apaoema a que vê os amanhãs nos demostra suas habilidades no ankangatu.
Baquara outro personagem que encanta com suas palavras doces e singela, ele sabe mais que as Magé, e todos na ibi,"eu acho", fiquei curioso para conhecer seu irmão que só iremos ver no turunã creio eu. Obiru uma desonra para a família só por ter nascido Capanema, mais não se deixe enganar ele é o mais corajoso entre os Capanemas de toda ibi.
Tive ate a oportunidade de ler a uma partida de ulama-ariti, jogo meio parecido com quadribol em pouquíssimos aspectos, apenas no campo ao meu ver.
Tanto na terra medieval quanto na Ibi, a classe social predomina, em certo momento da história uma personagem está em perigo, por socorro pedem seus amigos mais os ajudantes se recusa pelo simples fato de ser um Capanema.
A edição tem pequenos erros queda para perdoar. Tirando isso sem sombra de dúvidas o livro está impecável.
Ian realmente deu uma nova cor a fantasia nacional. Não se iluda as mortes vem do nada como o Jubapira Acará Bebé vem também. Um dia li na orelha do livro A Dança dos Dragões que G R R Martin era conhecido como o Tolkien americano, e ao meu ver Ian Fraser é o Tolkien brasileiro.