Cinzas do Norte

Cinzas do Norte Milton Hatoum




Resenhas - Cinzas do Norte


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Alê | @alexandrejjr 19/10/2020

Vozes em desvio

O terceiro romance de Milton Hatoum é, sobretudo, um drama familiar. Além disso, preocupa-se em preencher suas arestas com uma análise dos tempos sombrios da ditadura militar no Brasil. É uma obra maior entre seus pares contemporâneos.

Conhecido por aliar o exotismo da Amazônia com tramas sedutoras, Hatoum abre mão aqui da forte influência de sua origem libanesa, tornando “Cinzas do Norte” o mais “brasileiro” entre seus três primeiros trabalhos. Embora cultuado muitas vezes como o “maior” entre os da sua geração, comprovado pelo seu amplo prestígio da crítica, alto número de vendas para um escritor nacional que não produz literatura escapista e imenso interesse da Academia - para esse último item, procurem pelo nome do escritor no Google Acadêmico e se impressionem -, meu interesse por Hatoum foi tardio. Quis evitar me decepcionar com “Relatos de um certo Oriente” ou superestimar “Dois irmãos”. E digo, com certa felicidade, que fiz a escolha certa.

Com uma narrativa meticulosamente precisa, cadenciada e, sempre que possível, densa, somos apresentados a personagens memoráveis que, agrupados em duplas, representam antíteses naturais: Lavo x Mundo, Ranulfo x Jano, Alícia x Ramira. Mesmo que demore inicialmente para se familiarizar com cada um deles, acompanhar suas evoluções gera um prazer que poucos livros conseguem. Além disso, a escolha por fragmentar os pontos de vista, aumentando as possibilidades da ficção na cabeça do leitor, são bem estimulantes. Você estranha quando algo acontece, fica um “quê” de subliminar no ar, mas depois agarra peça por peça e monta o bem pensado quebra-cabeça.

Assim como nos romances anteriores, Manaus é uma personagem. E que personagem! É possível sentir o calor dos casebres à beira dos igarapés e ouvir o barulho dos animais e insetos noturnos da capital amazonense que um dia teve mais florestas que prédios. Você, ao ler, entra junto nos barcos com eles, se desloca do ponto A ao ponto B enquanto vira as páginas.

Claramente um herdeiro do movimento modernista brasileiro, ainda que evoque ecos de Flaubert, seu ídolo, e emule em certos momentos um estilo elegante à maneira machadiana, nosso gigante incontestável, Hatoum cria uma obra com força própria para falar do passado de uma família, discutir as possibilidades da arte e retratar um Brasil, em especial Manaus, que insiste - e resiste - em seus próprios erros. Com uma obra tão pequena em termos quantitativos, Hatoum já está entre os grandes e, quem sabe, está próximo de figurar entre os gigantes. Vale.
Itamara 20/06/2021minha estante
Esse tá na lista há um tempão. Li apenas 02 dele e gostei bastante.


Alê | @alexandrejjr 20/06/2021minha estante
Vale a pena, Itamara, é muito bem escrito.


Henrique Fendrich 20/06/2021minha estante
Foi meu primeiro Hatoum também. O homem entende do riscado. Provavelmente será um dos contemporâneos lembrados daqui a 200 anos.


Eva 21/06/2021minha estante
Vou começar por Dois Irmãos


Alê | @alexandrejjr 22/06/2021minha estante
É a escolha mais comum, Eva.


ClAudio 02/03/2023minha estante
Iniciando Hatoum por ele! Sua resenha me deixou ainda mais ansioso para ler o livro!


Alê | @alexandrejjr 02/03/2023minha estante
É um baita livro, Cláudio! Um dos melhores romances nacionais contemporâneos que tive a oportunidade de ler. Boa jornada! E obrigado pelo comentário e por ter lido meu singelo texto.




Igor 19/07/2012

Literatura brasileira para quem gosta de literatura brasileira
Um livro fantástico, bem ao estilo de Hatoum.
Drama familiar, memórias obscuras e opacas, um narrador envolvido com a estória, personagens densos... Talvez exatamente por isso, há quem o considere de certa forma parecido com outras de suas obras, como 'Dois Irmãos' e 'Relato de um certo oriente'.

Mas há diferenças. Aliás, acho que 'Cinzas do Norte' é mais brasileiro do que 'Dois Irmãos', outro que li do mesmo autor. Afinal de contas, 'Dois Irmãos' mescla muito o universo árabe ao da Amazônia, deixando de se aprofundar ora em um, ora em outro. 'Cinzas', por sua vez, é uma obra essencialmente amazônica, em que a Manaus (e sua degradação) são contadas em compasso com o Regime Militar em que nosso país esteve mergulhado no último século.

Por isso, digo que esse livro é uma obra da literatura brasileira para quem gosta de literatura brasileira, porque, ao longo de mais de 350 páginas (grande, ao meu ver), o leitor respirará um Brasil em vários de seus aspectos: da beleza natural de uma Manaus pré-militar ao horror da má preservação e à cidade inarmônica que é a capital amazonense hoje. Uma literatura cheia de contrastes e conflitos, ácida em muitos aspectos e colorida em outros. Brasileiríssima, essa é sua definição-maior.
Eduardo 05/06/2015minha estante
Também senti tudo isso que descreveste! Livro maravilhoso!


Lorena Porto 22/11/2015minha estante
O livro é muito bom, me identifiquei com o narrador de uma forma estranha.




Hayra.Oliveira 11/09/2020

"A floresta queimada é a humanidade morta.”
Simplesmente emocionante!

Esse livro foi o segundo livro indicado pelo clube do livro da Sophya e até então o meu primeiro livro do Milton Hatoum.

O meu primeiro contato com Milton Hatoum foi através da minissérie "Dois Irmãos", inspirado em outro título do autor e mesmo não tendo lido o livro, consegui notar muitas semelhanças entre as duas obras.

Cinzas do Norte é um livro que consegue transportar o autor para a atmosfera e cultura do norte do Brasil. Sua grandiosa natureza, clima quente e úmido, frutos únicos, alimentos que vem da floresta e rios, pobreza, falta de estrutura urbana, barcos, vida de ribeirinhos e povos da mata... enfim, eu como nortista (sou do Amapá), me senti muito bem representada nas palavras e descrições do autor.

Ler sobre a minha região e cultura em um livro tão bom nos faz refletir e pensar na escassez de referência e representatividade sobre a cultura nortista na mídia em geral, principalmente sem aquela imagem caricata que todo mundo tem das pessoas que aqui vivem.

Além da representatividade cultural e histórica, pois o livro consegue mesclar muito bem os elementos que o compõe com aspectos da história do Brasil e do Amazonas, o autor também nos teleporta para um drama familiar que vai evoluindo e ganhando ares até mesmo obscuros, com uma narração envolvente e ascendente. Simplesmente lindo!

Gostei muito e indico esse livro para todos que amam conhecer e aprender mais sobre o Brasil, arte, história e para os amantes de uma boa trama cheia de segredos e que vai te envolvendo cada vez mais.
mpettrus 15/10/2020minha estante
Fiquei mega curioso pra ler esse livro ???


Hayra.Oliveira 15/10/2020minha estante
Amigo, eu gostei muito e fiquei curiosa para conhecer as outras obras do autor.




Alexandre Kovacs / Mundo de K 15/11/2018

Milton Hatoum - Cinzas do Norte
Editora Companhia das Letras - 312 páginas - Lançamento 2005.

O regionalismo de Milton Hatoum é uma característica muito rara nos autores brasileiros contemporâneos que ambientam normalmente os seus romances nos grandes centros urbanos, até mesmo pelo motivo óbvio de que a maioria deles foi criada nas capitais do sul e sudeste. Bem, os personagens do autor amazonense e amauara Milton Hatoum estão cercados pela exuberância da floresta tropical, mas sofrem pelo desnível social e abandono político da região. Principalmente neste seu terceiro livro que tem a maior parte da ação centrada na Manaus dos anos sessenta e conta a trajetória de toda a vida de dois amigos: Olavo e Raimundo, ou Lavo e Mundo, como são apelidados. Enquanto Lavo é um órfão, criado pelos tios, e que não tem maiores ambições do que se tornar advogado, Mundo é um artista de temperamento libertário e que alimenta um ódio incontrolável pelo pai, rico fazendeiro e colaborador do regime militar da época, que tenta enquadrá-lo de todas as formas no seu próprio modelo de comportamento.

Hatoum desenvolve a trama através de narrativas entrecruzadas entre a voz em primeira pessoa do protagonista Lavo, uma longa carta de seu tio Ranulfo para Mundo e a correspondência de Mundo para Lavo, histórias que vão se encaixando aos poucos para explicar o mistério que cerca a origem dos dois amigos. Cinzas do Norte ganhou os prêmios Jabuti, Livro do Ano, Bravo, APCA e Portugal Telecom; um grande romance de um dos maiores autores da literatura nacional da atualidade.
Thiago 15/11/2018minha estante
Para mim, é a grande obra do Milton!


Alexandre Kovacs / Mundo de K 16/11/2018minha estante
Thiago, clássico sem dúvida!




Evy 26/02/2010

O livro foi um presente de um leitor querido depois de ter me visto postar um outro texto de Hatoum em meu blog. Já naquele gostei muito do modo de escrever e das palavras escolhidas. Neste romance, isso se reafirmou. Brasileiro, com impressões nacionais fortes de Manaus e Rio de Janeiro, conta a história de dois amigos, Lavo e Mundo, que perdurou pela vida toda e quem sabe além, unidos pelos traços dos desenhos e palavras. É uma história densa, profunda, muito marcante e que prende do início ao fim. Gostei muito e com certeza, vou ler mais do autor.
Eduardo 05/06/2015minha estante
Me conquistou, vou atrás de outras obras dele.




Louise 23/09/2023

A vida dos outros
Pouco ouvi falar sobre o Amazonas e sua capital. Esse livro me despertou algumas inquietações. Quase abandonei. Não me dou bem com textos muito descritivos. A história, até por volta das últimas 70 páginas, pareceu ser o pano de fundo para a descrição da cidade, costumes e pratos. Depois que compreendi (achei que tivesse compreendido) isso, desliguei-me do que, pouco a pouco, foi sendo revelado.

Pessoalmente, a descrição deixou de ser um incômodo quando internalizei que seria assim e eu teria alguma noção de onde meu avô, manauara, nasceu. Não escolhi lê-lo por isso, mas de modo geral gostei da trama e fiquei querendo saber mais sobre os personagens.

Para quem leu O Cortiço, a descrição da cidade do Rio, mais ainda a parte de Botafogo, se parece em muito com o tipo de descrição feito da cidade de Manaus. Foi como andar pelas ruas, bares, museu, escolas, pegar os barcos e me dirigir às ilhas próximas. A pobreza, o mundo à parte que é Manaus, a rápida evolução da cidade.

Não posso dizer que me encantei. Não. Mas gostei de conhecer essa parte do País a partir da leitura.

Sobre alguns dos personagens, inicialmente achei Mundo mimado, rebelde, cheio de vontades, menos de encontrar um rumo na vida. Claro que depois entendi o motivo. Tudo tem motivo. Alicia, achei oportunista. Mas também entendi, apesar não justificar seu comportamento durante a vida, explica. Ela é uma sobrevivente da miséria e alcançou a riqueza, mas era infeliz e não abria mão da vida que tinha pela que queria ter. Outros tempos também. Jano, rico, certinho, queria as coisas à própria maneira, não parecia mal no geral, mas para o filho era o inferno. Lavo, parecia o personagem principal mas o via à margem de Mundo. Como se a vida dele fosse menos importante. Tantas coisas acontecendo para ele, mas poucas passagens sobre. O foco era Mundo e aquela família. Quis saber mais sobre Lavo porque gostei dele. Ao mesmo tempo ele parecia anestesiado pela vida. Ran, miserável que se achava rico, com ideias liberais mas que não gostava de trabalhar. Esse personagem me deu preguiça.

Há ainda a evocação da arte em meio à ditadura militar. Um tempo muito confuso, incerto, de polêmicas.

Quis deixar registrado para não esquecer as minhas percepções do texto.
Rita 27/09/2024minha estante
Nossa você resumiu bem o que eu senti lendo o livro, já estava me sentindo estúpida pois a maioria das resenhas era elogiando a história e alguns personagens sendo que eu achei alguns totalmente problemáticos.




DêlaMartins 11/05/2022

Drama familiar com pinceladas de história e geografia
O pano de fundo é sobretudo Manaus nos anos 1960 / 1970, auge do golpe militar, auge do "desenvolvimento" desenfreado e inconsequente da região.

A história é um drama familiar, na qual Mundo (Raimundo Mattoso) não se encaixa na vida que seu pai, Trajano, aristocrata rico, havia imaginado para ele. Alícia, mãe deslumbrante, que saiu da pobreza para a aristocracia, sempre protege o filho e defende o lado artístico e controverso dele. Mundo vive em luta constante com o pai, causando problemas em colégios, com os amigos militarizados, direitistas e militares do pai, com seu jeito bastante combativo, num tempo bastante repressor.

Quem conta a história é Lavo, órfão, único amigo de Mundo, que cresceu à sombra da família Mattoso - sua mãe era muito amiga de Alicia. Ele vive com seus tios, Ramira e Ranulfo. Ela, costureira e Ranulfo, seu irmão, um faz-tudo que não faz nada e sempre foi apaixonado por Alicia. Alguns pontos da história são contados por Ranulfo também.

A escrita de Hatoum é diferente, intrigante, um pouco tensa, deixando tudo mais denso do que já é. Uma Manaus bem descrita, com casarões, pobreza, sua dependência e vida ao redor do rio, a floresta, tudo nos é apresentado de forma interessante. Rio de Janeiro, Berlim, Londres também fazem parte dessa história tensa, sempre ao redor de Mundo, narrada por Lavo.

Livro denso, um pouco da história do próprio Brasil nos tempos do golpe militar, da pobreza e diferenças sociais ainda tão presentes em nossas vidas.

Uma boa leitura.
Alê | @alexandrejjr 27/06/2022minha estante
É um romance que possui um ritmo muito particular, mas que me marcou bastante. Me pego pensando nele, nas paisagens belamente descritas, até hoje. É um livro intenso.




Ana 23/10/2021

Cinzas do Norte
Um dois poucos livros de leitura pra vestibular que eu gostei
Um drama familiar com uma leitura bem fácil que deixa você intrigado
Alê | @alexandrejjr 16/11/2021minha estante
É um livro denso, mas acessível e gostoso de ler, né, Ana?




EMey 21/12/2022

Quantas memórias que não tive
Sou de Manaus, nasci anos depois do início da história do livro, mas mesmo assim o livro me remete a infância. Meu pai, SEMPRE que íamos ao centro da cidade, ele que passou sua infância e adolescência por lá, acompanhando a transformação e crescimento da mesma, contava memórias daquele lugar, das escolas que ele e os irmãos estudaram, das praças, cinemas, das pessoas... Tive muita dificuldade em terminar o livro, saboreei mesmo a descrição dos lugares, mais até que a vida de cada personagem, ficava imaginando como era antes, como se vestiam, falavam e viviam basendo-me nas inúmeras fotos que já vi da Manaus Antiga.

Foi bom viver nesse livro!!!
ClAudio 12/03/2023minha estante
Fui a Manaus uma vez só e a trabalho. Nem posso dizer que a conheço. Mas também tenho me deliciado com as descrições da cidade, lugares descritos com tanto detalhe e carinho! Já me sinto íntimo da cidade!




Claudia Sanzone 11/06/2009

Resumo da obra (os quatro primeiros livros) do escritor está em:
http://clausanzoner.blogspot.com/2009/05/milton-hatoum-em-desordem-cronologica.html
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Powerful 09/04/2011minha estante
Adoro os livros do Milton Hatoum, especialmente porque falam da Região Norte, muito pouco conhecida de todos os brasileiros. Ele escreve super bem e estou ansiosa para começar a ler o Cinzas do Norte.




Márcio Tigre 19/11/2009

Diferente...
Gostei do livro, da forma como o autor escreve, um pouco diferente do que estou acostumado mas gostei.

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Lista de Livros 23/12/2013

Lista de Livros: Cinzas do Norte, de Milton Hatoum
“Toda mãe conhece pelo menos um homem na vida: o filho.”
*
“Mas, neste mundo, quem vive é que vê o pior.”
*
“Eu implorei pra ele tirar aquele ódio da alma. Ele disse que não ia tirar o que sobrara da vida.”
*
Mais em:

site: https://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2009/06/cinzas-do-norte-milton-hatoum.html
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Enoque 15/05/2015

O Brasil é um só, e sua cultura se espalha por todo o extenso território
O livro Cinzas do Norte foi publicado em 2005 e foi o terceiro livro de Milton Hatoum a ganhar o prêmio Jabuti. Portanto, configurou-se como um autor muito importante na literatura contemporânea do Brasil. Trata-se de um Romance Realista com personagens bem definidas e descritas pelo autor, não tão profundamente, mas todas as suas aspirações e pensamentos mais superficiais são revelados e explicados por suas ações ao longo da narrativa.

A história se passa em Manaus entre os anos 60 e 80, contada por Olavo (Lavo), um garoto orfão e amigo de Raimundo (Mundo), principal personagem da história. Trajano (Jano) é um grande exportador de juta e espera que Mundo, seu herdeiro, o seja também. Ambos vivem em uma mansão com obras de arte por toda a casa, serviçais como Naiá e o motorista Macau e possuem vários carros. Já o narrador, mora com a tia Raimunda, costureira de ofício, e seu tio, irmão de Raimunda, Ranulfo, um vadio que passa o dia todo lendo deitado na rede, vagando por Manaus e tem horror ao trabalho.

Entretanto, desde o colégio, mundo aponta outros objetivos e é influenciado por outros personagens na história, Ranulfo e Arana, que o fazem ter aspirações artísticas e não empresariais. Esse fato deixa Jano desconsolado e este tenta fazer de tudo para acabar com a relação de Mundo com a arte, no entanto, sem sucesso. Apoiado pela mãe Alícia, personagem presente em todos os momentos sensuais, misteriosos e conturbados, Mundo faz de tudo para seguir sua vocação.

A influência do regime militar está em grande parte da obra, influenciando principalmente as relações de poder de Jano com os coronéis. A maioria dos cargos de poder são ocupados por militares e estes também são responsáveis pelas principais desgraças na vida de Mundo, até que ele foi parar em um colégio militar.
O enredo se torna cada vez mais interessante à medida que os personagens crescem, pois histórias do passado vão se revelando e o leitor passa a entender as raízes das discussões e tramas dos personagens. Cartas paralelas à narrativa são adicionadas entre os capítulos e vão tecendo as relações cada vez mais misteriosas entre as principais personagens, envolvem segredos, traições, revelações e provocações, todas destinadas ao herdeiro da Vila Amazônia, Mundo.

Mais um importante aspecto do livro, é sua relação com a cultura e os costumes do norte do país. O autor faz questão de expor muitas características locais ligadas à gastronomia, aos índios e à geografia. Além disso, é descrita brevemente a passagem de Manaus como uma cidade qualquer para uma cidade civilizada e de grande porte. Aliás, essa era outra aspiração de Jano, levar a civilidade ao povo do norte.

Podemos concluir de que a leitura da obra vale muito à pena. O livro é bastante curto e sua leitura flui com muita facilidade. Apesar de se passar em Manaus, um polo distante para muitos brasileiros, a empatia com as personagens e com o enredo acontece de forma natural. Além disso, a escrita de Milton Hatoum me pareceu bastante simples e concisa, capaz de narrar a história com muita facilidade. Um livro muito bom que retrata muito bem a cultura do nosso país e que pode ser enxergada até hoje em muitas famílias contemporâneas.

site: http://virazoi.blogspot.com.br/
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