A louca da casa

A louca da casa Rosa Montero




Resenhas - A Louca da Casa


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jota 11/04/2013

Loucamente interessante
Surpreendente este livro de Rosa Montero. Antes de lê-lo imaginava, a partir do título, que fosse um romance sobre uma mulher desequilibrada ou esquisita - a louca da casa -, e, no entanto ele se revela uma saborosa mistura de romance, ensaio e autobiografia e, como diz a edição brasileira, "nele se confundem literatura e vida, como num baú mágico cheio de surpresas".

Eu diria, de agradáveis e interessantes surpresas. Lemos quatro vezes, em versões diferentes, a história do envolvimento de Rosa com M., o famoso ator europeu dos anos 1980, que fez sucesso em Hollywood (quem seria, ou é apenas invenção?) e com quem ela se encontra duas décadas mais tarde ora numa entrevista (ela é jornalista) ora num festival de cinema no Chile (eles fazem parte do júri de premiação) e esse é um dos pontos altos do livro.

Mas também e principalmente - desfilam por essas páginas grandes escritores espanhóis (Rosa é madrilenha) e internacionais você pode fazer uma lista de livros a ler a partir dos comentários de Rosa, se é que já não leu algum. De todas as obras citadas ela extrai algo proveitoso tanto para o leitor quanto para quem é ou pretende ser escritor. Muito interessante o puxão de orelhas que ela dá em um de seus escritores favoritos, Italo Calvino, ao comentar sobre os defeitos dos astros da literatura (o jovem Calvino era extremamente vaidoso acerca do que escrevia).

Para quem coleciona citações bem-humoradas ou para reflexão A Louca da Casa apresenta uma porção delas, da própria Rosa ou de autores que aprecia. É possível encontrar na internet alguns blogueiros dedicados a recolhê-las. Um exemplo: a literatura é um caminho de conhecimento que precisamos percorrer carregados de perguntas, não de respostas. E tem muitas outras ainda...

Todos que gostam de literatura de qualidade, que se interessam também por aquilo que está mais além do conteúdo impresso de uma obra, certamente apreciarão o livro de Rosa Montero.

Lido entre 03 e 10/04/2013.
Sandra 12/10/2016minha estante
Acabei de ler. Gostei muito. Logo de cara fiquei curiosa em saber quem era "M", hahaha. Mas, depois de tantas versões do mesmo fato, creio que tenha sido obra da "louca da casa".

Simplesmente achei o livro muito gostoso de se ler. Leve, e com várias curiosidades do universo dos escritores.

Como vc disse, para quem gosta de citações, o livro é ótimo. Logo de cara, marquei este trecho:

"...a narrativa é a arte primordial dos seres humanos. Para ser, temos de nos narrar".


jota 17/02/2023minha estante
Nossa, desculpe, Sandra, só agora vi seu comentário, depois de tantos anos. Mas, é isso mesmo. O livro toca o leitor, provoca mesmo. E tem muitos pensamentos pra gente refletir sobre.




Fernando Lima 04/04/2021

Uma autobiografia em meio à narrativa
A autora fala sobre sua vuda e suas experiências como escritora. Achei cansativo, mas posso te sido influenciado por fatores alheios ao livro, considerqndo que ainda estamos vivendo isolamento da pandemia do coronavírus.
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Dani 31/01/2021

Magnífico
Ai que livro bom, ótimo e perfeito. Fazia muito tempo que não lia algo assim... recomendo! Entrou para a lista dos meus favoritos.
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Helissa 12/04/2021

Uma loucura
Os gêneros literários, a literatura estão prontos a nos surpreender!
Aqui tem de tudo e uma bela ode à literatura.
Estou encantada com esse trabalho de Rosa Montero!
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Marília 05/04/2023

Eu achei interessante a forma como conta um episódio da vida dela de três formas diferentes sem precisar contar da mesma forma.
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Peleteiro 18/11/2024

Curioso: decidi ler A louca da casa, de Rosa Montero, por conta da reedição da Todavia, mas, comparando os primeiros capítulos com a edição anterior, gostei bem mais da tradução da edição da Ediouro e decidi lê-la. Foi assim que descobri um dos melhores livros sobre a escrita que já li, e que me deixou encantado desde o início com a ode ao olhar imaginário e delirante que Rosa faz ao mergulhar nas reflexões sobre o ato de escrever, o ofício obsessivo do romancista, e tudo mais que ela entrelaça com tanta maestria.

O desfecho é absolutamente primoroso. Suas considerações sobre John Nash, Dom Quixote e o elogio à "loucura" encerram o livro de forma brilhante, reforçando a força do texto como um todo. Outro ponto de destaque são os momentos em que a autora fala sobre feminismo, militância e literatura, trazendo uma voz firme e essencial, capaz de nos fazer repensar o papel da escrita no mundo e na sociedade. Virei fã.

Se há um ponto que considero menos marcante, seriam os capítulos em que ela narra os encontros com o ator "M.". Ainda que bem escritos, eles não alcançam a profundidade e o impacto das outras seções. Porém, isso em nada diminui o brilho do restante do livro, que é maravilhoso.

Em suma, A louca da casa é uma obra que celebra a imaginação, a escrita e a liberdade criativa, com uma sensibilidade rara. Recomendo sem reservas.
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DIRCE18 08/09/2013

O que mais me atraiu foi o ti ti ti
Há tempo,os comentários da Sandrinha e da Paulinha despertaram o meu interesse pelo livro "A Louca da Casa", mas ele era uma espécie de figurinha carimbada – muito difícil de ser encontrado. Entretanto, recentemente, fui agraciada com esse livro por uma pessoinha, daqui do Skoob (uma "mecenas de leitores"), e, depois da minha última leitura: Os Irmãos Karamázov, ler o "A Louca da Casa" foi como sentir um sopro de brisa em uma tarde de um quente Verão. Por meio de uma escrita leve e fluida Rosa Monteiro nos conta, entremeando relatos de acontecimentos de sua vida (ou não) com relatos da dificuldade que se depara o escritor, durante o processo criativo, o qual não seria possível não fosse “" Louca da Casa”.
Como “A Louca da Casa” que em mim habita é um tanto quanto medíocre e, portanto, me tornar uma escritora está totalmente fora de cogitação, o que mais me atraiu no livro foi o ti-ti- ti acerca de vários escritores consagrados e nem mesmo Tolstói saiu ileso.
Rosa Monteiro enfatiza nesse romance como a imaginação e a vida real permite os mais variados desdobramentos e que a vida imaginaria é tão real como a vida real.
Um bom livro, mas que termina quando termina a leitura.
Marta Skoober 18/09/2013minha estante
Como assim, mas que termina quando termina a leitura?
É daqueles livros que a Adélia costuma dizer que a gente termina e fecha o livro e diz: ah! então tá? É isto?


DIRCE18 19/09/2013minha estante
Nãooooooooooooo, Martita.
É um livro que não deixa ressaca literária - tipo aqueles livros que ficam reverberando dias após o término da leitura.




Robert125 03/09/2021

genial!
"A Louca da Casa" é uma obra que condensa ensaios sobre a literatura, a narrativa e o ofício do romancista, com pitadas sobre o processo que leva o indivíduo a imaginação e à loucura. Rosa Montero utiliza diversos autores para sustentar suas ideias, que segunda ela são verdades concretas pois se encontram em documentos oficiais, assim como questões que fazem parte de sua vida pessoal e que não podem ser consideradas uma realidade plena, já que toda autobiografia é ficcional e toda ficção, autobiográfica, como bem já dizia Roland Barthes.
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Claire Scorzi 07/02/2009

A preocupação de Montero com o ato de escrever e suas histórias a respeito de escritores - seus fantasmas, suas lutas, suas derrotas diante de coisas como o sucesso extremo ou o fracasso absoluto - dão prazer à leitura deste livro. Infelizmente, a tradução descuidada - ou uma escrita de fato pobre da autora - e certas digressões metidas a engraçadinhas (como narrar o mesmo episódio N vezes, sempre modificando detalhes) vão caceteando o leitor e fazendo-o suspeitar da competência da escritora.
Se não se esperar muito, dá pra ler, pois as partes falando de escritores são boas.
Tito 23/06/2010minha estante
Engraçado, uma das coisas que mais gostei no livro foi exatamente a narração do mesmo episódio várias vezes, sempre reinventando-o, transformando-o numa peça de auto-ficção...


Erika 20/04/2016minha estante
Agradeço Claire pelo seu comentário. Não teria a menor paciência para "ouvir" a mesma história com finais diferentes...


Jefferson 28/10/2016minha estante
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Karla.Marisa 29/06/2020

Uma conversa com Rosa Montero
Recebi esse livro da @taglivros em 2016 e fui ler agora (shame). Não seria um livro que eu compraria por buscar mais ficção, mas eu amei.
Não sei definir o gênero do livro, para mim foi uma conversa com a D. Rosa 🌹 Montero, parece aquela conversa com uma tia mais velha, numa tarde, tomando um café em que ela vai lembrando histórias de quando era mais nova, algumas você duvida (hehe) outras levam vocês a "filosofarem" um pouco.
Claro que por ela ser jornalista e escritora, boa parte das histórias levam a reflexões sobre a necessidade da leitura e da escrita, que são meios de te manter vivo (em primeiro lugar a leitura e depois a escrita pois não se escreve sem antes ler). Recomendo ❤️
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@camillaeseuslivros 01/05/2017

Sou uma outra leitora depois desse livro!
é um livro que tem como finalidade falar sobre o escritor, sobre literatura e o ofício do romancista e a autora faz isso de forma a humanizar este ofício com muita sensibilidade.

Rosa fala sobre imaginação, criatividade, paixão, vaidade, frustrações dela e de outros tantos escritores que utiliza para ilustrar estes temas; ela ainda conseguiu ser uma ótima leitora durante sua vida, fez muitas pesquisas e por isso consegue fazer indicações de muitos autores como Goethe, Tolstói, Ítalo Calvino, John Willians, suas trajetórias como pessoas e como escritores, posso garantir que são fantásticas descobertas!!
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no livro uma história é contada de três formas diferentes por Rosa, considerei uma faceta muito boa para ilustrar a imaginação e a criatividade de um autor e de forma alguma isso faz com que o livro perca o sentido, ao contrário, me prendeu demais, depois de ler este livro nunca mais serei a mesma, posso dizer que foi um divisor de águas na minha vida de leitora, minhas próximas leituras não serão mais as mesmas.
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pela capa e pelo título eu pensava se tratar de qualquer outra coisa menos sobre literatura, essa capa maravilhosa tem tudo a ver rs... quero ler mais dessa mulher, na verdade queria conhece-la um dia e abraça-la, me apaixonei e indico demais, será relido logo menos e outros livros serão lidos logo mais! obrigada Jú @coisasqueleio por me proporcionar esse sentimento! 🖤

@camillaeseuslivros

site: https://www.instagram.com/p/BTiImHAhpj1/
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Thiago 27/12/2020

"Talvez cada um dos acontecimentos da nossa existência pudesse ter acontecido de dez maneiras diferentes."

Essa frase é uma bela chave pra esse livrinho magnífico.
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Gabriela 03/11/2016

Este foi o livro da TAG - Experiências Literárias de outubro/16. Como ele era fininho e me deixou curiosa, resolvi passá-lo à frente da minha lista de livros a serem lidos. Não é um livro que eu compraria normalmente, mas como veio na caixa da TAG, tive que lê-lo. Ele é uma mistura de relatos de momentos da vida da autora, com sua opinião e impressões sobre o que é escrever para ela e mais curiosidades da vida de autores famosos. Como é tudo junto, acaba não sendo nem uma coisa, nem outra exatamente.

Não é uma biografia, é um livro mais com opiniões, mas estas também não seguem um argumento, então os capítulos ficam desconectados. Não tem nada que prenda o leitor e o faça querer ler mais, querer ler o próximo capítulo. E essa foi minha dificuldade, eu pensava que, por ser fininho, iria terminá-lo logo, mas custei uns 5 dias, o que não é muito comum para mim. Como os capítulos não seguem uma sequência, o livro ficou parecendo um pouco com um conjunto de posts de um blog pessoal de uma escritora. Essa foi a maneira que encontrei de descrevê-lo. Embora todos os capítulos sejam de um tema maior, que é falar sobre a escrita, a imaginação, manias e vaidades dos escritores, eles não são intimamente ligados.

O que mais gostei foram os fatos e curiosidades sobre os mais diversos escritores de quem ela fala. Nisso, ela foi bem sucedida, pois me deixou curiosa para ler e conhecer vários dos autores citados. Porém, curiosamente, ela não me deixou assim com tanta vontade de ler um livro dela mesma. Não é o livro não seja bom, mas também não é algo excelente e instigante. Ela usa de recursos interessantes, quando reconta fatos que ela diz terem acontecido na sua vida, mas sempre com finais diferentes. Deixa-nos com a pulga atrás da orelha, sem saber o que de fato aconteceu, se é que alguma coisa foi verdade. Só que isso não foi o suficiente para eu achar o livro tão maravilhoso quanto outras pessoas acharam.

Talvez, para aqueles que são escritores, aqueles que são entendedores de literatura ou aqueles que já conhecem ao menos parte da obra de Rosa Montero, este livro seja mais proveitoso. Eu fico achando que se conhecesse algo da autora, as opiniões dela se tornariam mais interessantes para mim. Então, talvez este não seja o livro mais indicado para ser o primeiro que alguém lê da Rosa Montero.

Portanto, acho que a TAG pecou na escolha do livro. Se a autora é pouco conhecida no Brasil e a maioria das pessoas, como eu, não leu nada escrito por ela, um livro que contém cenas de sua vida e suas impressões não seria a melhor forma de apresentá-la aos leitores. É provável que outro livro da autora fosse uma escolha melhor. De qualquer forma, foi uma experiência com um saldo positivo, não me fez desgostar da Rosa Montero.

site: http://bibliomaniacas.blogspot.com.br/
Edméia 04/11/2016minha estante
*Gabriela, tenho vontade de ler este livro justamente pelas citações que a autora fez sobre as obras de outros autores !!! Sei lá ! Pode animar a gente para conhecer determinadas obras e escritores !!! Gostei desta tua resenha ! Te sigo aqui e no teu blogue também ! Um abraço.




Mandy Nerújo 03/10/2020

Divertido e interessante
É sem dúvidas um livro divertidíssimo. Rosa é uma excelente contadora de histórias. É o primeiro livro que leio dela mas adorei seu jeito esquizofrênico kkkk (o modo de pensar fora da caixa. Quem leu o livro vai entender, não quero dar spoilers)

Achei necessários os pontos levantados por ela acerca dos autores (a vaidade, a ganância de viver eternamente e a mentira), mesmo para quem não quer ser escritor, é um livro interessante.

Gostei de todas as histórias que ela contou. Mas principalmente das citações e do modo de ver esses personagens da vida real, bem disruptivo e mais humano.

Recomendo o livro, foi uma ótima surpresa. O adquiri em uma troca no Skoob no intuito de aprender a arte da escrita, mas foi uma leitura que me fez aprender não só isso, mas muito além aprendi sobre mim mesma.
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Daniel Rocha 01/05/2012

Somos eternos enquanto estamos narrando
A gente pode ser Peter Pan o resto da vida, desde que produza com isso, desde que escreva, porque temos que justificar a nossa existência para a sociedade e o por quê de carregarmos essa agridoce esquizofrenia de estar sempre inventando coisas, lugares, pessoas, acontecimentos, mudando o real, seja lá o que for o real.

Para ser, temos que nos narrar, e nessa conserva sobre nós mesmos há muitíssima conversa fiada, nós nos mentimos, nos inventamos, nos enganamos. Nós inventamos nossas lembranças, que é o mesmo que dizer que inventamos a nós mesmos. Nossa identidade reside na nossa memória, no relato de nossas autobiografias. Os seres humanos são, acima de tudo, romancistas, autores de uma escrita que dura a vida toda e assumem o papel de protagonistas. Não se pode falar da invenção narrativa, sem se dar conta que a primeira mentira é o real.

E cita Stephen Vizinczey, que diz : “o autor jovem sempre fala de si mesmo, até quando fala dos outros; ao passo que o autor maduro sempre fala dos outros, até quando fala de si mesmo.”

Terminei agora A Louca da Casa, da escritora madrilena Rosa Montero, mistura de romance, ensaio e autobiografia. Fazia tempo que eu não ficava triste quando terminava um livro, com aquele gosto ruim de ter que dizer adeus. Mas pelo menos ficamos um pouco mais juntinhos, ao escrever estas palavras, e, como ela disse, somos eternos enquanto estamos narrando.
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