Deus ajude essa criança

Deus ajude essa criança Toni Morrison




Resenhas - Deus Ajude a Criança


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Janaina Edwiges 03/01/2021

"O que se faz com os filhos é importante. E eles podem não esquecer nunca"
Deus ajude essa criança é uma obra que nos coloca diante da violência na infância, que se caracteriza pelo abandono, negligência, descaço, falta de afeto, indiferença, racismo e abuso sexual. As feridas na infância deixam marcas profundas, difíceis de cicatrizar. Permitir que traumas e sofrimentos fiquem para trás é uma tarefa árdua, que, muitas vezes, demanda uma vida toda para se concretizar ou pode ser que nunca aconteça. No entanto, a trajetória da protagonista, mostra que é possível enxergar o seu próprio valor e construir o seu percurso com confiança.

A beleza deste livro está em ser um romance forte e triste, mas ao mesmo tempo com um tom inspirador, que nos permite acreditar que há possibilidade de se seguir em frente, mesmo com a nossa dor.
Line 03/01/2021minha estante
Coloquei na minha lista de 2021.


Janaina Edwiges 03/01/2021minha estante
Que bom! É uma leitura que mexe com a gente. Esse foi o segundo livro que li da Toni Morrison, o primeiro foi ?O olho mais azul?, que é simplesmente ESPETACULAR!!!


Line 03/01/2021minha estante
O olho mais azul também esta na lista desse ano, e amada também hehehe.


Janaina Edwiges 04/01/2021minha estante
Ahhhh todos os livros da Toni Morrison merecem ser lidos! Amada também está na minha lista :)




Silvana 30/04/2023

Forte
A escrita de Toni Morrison é dilacerante, com temas super difíceis e que deixam a gente com gosto amargo. Lidar com uma realidade em que adultos sufocam dores no silêncio, e tentam proteger uma criança ao qual em seu passado foi tão machucada, seja pela violência e famílias disfuncionais.
Leitura obrigatória para pensar o quanto precisamos ser mais acolhedores e alertas quanto ao tempo da infância.
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Marcela 06/09/2020

Primeiro livro que li de uma escritora negra.
Nao sei como explicar o quanto este livro me fez abrir os olhos sobre racismo, ignorância e rejeição que uma criança podera sofrer e como consequencia, desenvolver traumas na vida adulta. A frase final me deixou arrepiadissima.
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Ziza 25/02/2022

O que mais me atrai na Toni Morrison é a sua capacidade de escancarar a complexidade do ser humano, suas dores e dilemas. "Deus ajude essa criança" carrega essa forte característica, assim como seus outros romances que li ("Sula" e "O Olho Mais Azul").

Já li algumas críticas relacionadas a "Deus ajude essa criança", colocando essa obra da Toni como uma das menos interessantes. Bom, eu discordo. O livro é um dos meus preferidos. Nele, Toni se debruça para falar sobre colorismo. Sua escrita nos envolve e gera desconforto ao mostrar as dores de ser uma mulher preta retinta desde seu nascimento.

Desde que chega ao mundo, a personagem principal Bride sofre. Sua jornada começa com o abandono do pai, que se recusa a aceitá-la pela sua cor retinta. A mãe também se envergonha, se preocupa com os comentários alheios sobre a cor da filha e sente dificuldade de demostrar amor por ela.

A mãe sofre, pensa demais, se preocupa com o preconceito que a bebê vai sofrer ao longo da vida e, dentro desses pensamentos, se perde num mar de ausência que demonstra a pequena Bride. Essa dualidade entre mãe e filha é triste. Bride desde cedo vive esse rivalidade com a mãe que a ensina a chamá-la de Mel, outra mulher negra, mas não retinta, que tem dificuldade em abraçar a própria filha.

A dor da rejeição e a necessidade de aprovação permeiam a história de Bride, que vai carregar essas cicatrizes mesmo quando chega à vida adulta e se torna uma mulher bem-sucedida e independente, sem proximidade com a mãe.

O livro nos conduz a reflexão também de Mel, mostrando que ela reconhece suas falhas, enquanto mãe, mas que tentou fazer seu melhor. É possível sentir a dor da maternidade que envolve Mel e a faz tomar decisões que tanto machucaram a filha. Ser mãe também é difícil.
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Erivaldo21 13/02/2022

A violência sofrida por uma criança deixa cicatrizes.
Lula An, ou mais especificamente, Bride, como ela quer ser chamada, foi uma criança rejeitada pela mãe e abandonada pelo seu pai, devido à cor de sua pele. A falta de amor e o racismo que sofreu gerou nela muitas cicatrizes e a fez cometer um erro no passado para agradar a sua mãe. Bride cresce e se torna uma mulher forte e decidida, porém, vai tentar corrigir esse erro com a pessoa que ela prejudicou. Conhece Booker e tem um relacionamento com ele, porém, Booker possui também cicatrizes geradas pela perda e forma que o seu irmão mais velho sofreu.

Deus ajude essa criança nos expõe a essas violências contra as crianças: racismo, abandono, indiferença, abuso sexual, falta de amor, etc. marcando a vida dessas crianças e as deixando com cicatrizes. Bride é uma delas que carrega traumas do que sofreu e do que viu, é uma pessoa carente apesar de não demonstrar. E a história vai relatar essas situações de violência, o romance entre Bride e Booker, as suas tristezas. Apesar de tudo, penso que a mensagem do romance é sempre seguir e superar ou fazer o melhor das situações vividas.
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Renata (@renatac.arruda) 22/11/2018

O mais recente livro de Toni Morrison não é um de seus melhores, mas isso não significa que seja uma perda de tempo. Ela aborda a questão do trauma infantil derivado de distintas formas de violência: abuso sexual, estupro, abandono afetivo, colorismo e racismo. Todas essas violências estão, de certa forma, ligadas ao desamor e despreparo de pais que não sabem lidar com filhos reais, não idealizados. E é o que resulta dessa falta de cuidados que a autora procura abordar aqui.

O problema é que justamente o capítulo em que as verdades vêm à tona e as personagens têm a chance de se redimir é permeado de clichês, tudo acontecendo de forma tão displicente, descuidada e sem profundidade que não parece nem ter sido escrito pela mesma pessoa. O desfecho me pareceu insatisfatório e enfraqueceu tudo o que vinha sendo trabalhado na narrativa, deixando a impressão de que o romance poderia muito mais. Embora a história da protagonista seja enfraquecida por isso, todo o restante do livro - subcapítulos narrados por múltiplos personagens - é bastante sólido e dá espaço para muitas reflexões sobre maternidade, família, cuidados com crianças, impacto do racismo e consequências de ações desastrosas.

Em: https://www.instagram.com/p/Bqan2KKgtgE/

site: https://www.instagram.com/p/Bqan2KKgtgE/
@presentedoler 07/04/2019minha estante
Concordei com sua opinião! Fiquei as mesmas sensações ao terminar o livro.




Adriana Naves 16/01/2024

Preciso reler...
"...Uma vida nova. Imune ao mal ou à doença, protegida de sequestro, surras, estupro, racismo, insulto, mágoa, autodepreciação, abandono. Livre de erros. Toda bondade. Sem raiva."

Eu nunca imaginei que leria o que li nessas poucas páginas, a forma como somos conduzidos a momentos da vida destas personagens é simplesmente incrível. Tantos assuntos são abordados, com tanta realidade que não tem como não se sentir impactado. Acredito que essa seja uma leitura que vai crescendo em valor a medida que for relendo. Aqui Toni Morrison fala sobre racismo, colorismo, maternidade, violência na infância e traumas tudo abordado através de sua perspectiva sensível e sua escrita linda e forte. Vou incluir em meus planos de leituras tudo que a autora escreveu.
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Maria22510 24/11/2022

História fluida
A história de uma menina que sofre desde que nasceu com o preconceito por causa da cor de sua pele. Torna-se uma profissional bem sucedida mas dentro dela ainda mora aquela menina carente de atenção e amor.
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Thammy 11/03/2021

Impactante
Não consigo não me emocionar com a escrita e toda a narrativa construída por Toni Morrison nesse livro. Personagens com profundidade e ambientes que nos transportam com facilidade no enredo nos prendem do início ao fim da trama. Esse é um romance com uma multiplicade de personagens muito interessante e, tenho que dizer: sempre fico surpresa como Toni consegue fazer com que eles sejam atraentes e muito bem desenhados em todos os aspectos, principalmente os psicológicos. Uma leitura envolvente que mexeu bastante comigo por tratar de temas tão sensíveis e tão presentes na sociedade.
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Carlozandre 18/11/2018

TONI MORRISON narra fábula moderna sobre amor e infância
Ganhadora do Prêmio Nobel em 1988, Toni Morrison é mais do que a maior escritora negra americana: é a autora, em sua ficção, de uma espécie de memória social da história dos Estados Unidos. Seus romances mais conhecidos são épicos históricos sobre a presença negra na sociedade do país, como Amada (1987), uma história ambientada na Guerra Civil; Jazz (1992), sobre a renascença artística negra do Harlem nos anos 1920; e um romance a respeito da América Colonial do século 17; Compaixão (2012).

Nesse sentido, Deus Ajude Essa Criança, seu 11º romance e mais recente livro publicado no Brasil, é uma obra singular. Ela troca o passado por uma história contemporânea. Mas a incursão pelo presente serve para Morrison investigar algo que já abordara em livros anteriores: as estruturas do racismo e o poder da violência sobre os mais frágeis. No caso, as crianças.

O personagem central de Deus Ajude Essa Criança é Lula Anne Bridewell, jovem negra que, após deixar a casa da mãe, encurtou seu nome para Bride e reinventou-se como executiva de uma indústria de cosméticos. A mudança de identidade tem menos a ver com o glamour da profissão atual e mais com escapar da memória de sua infância. Negra com a pele muito escura, Bride, quando criança, sofria com a vergonha da mãe, Mel. Por ser mais clara, Mel não conseguia amar a filha, por vê-la como "uma regressão". Evitava sair com a menina, e, quando o fazia, nunca pegava em sua mão.

A aversão de Mel pela filha é o pecado original que movimenta boa parte da narrativa. Num gesto desesperado para que a mãe a visse com orgulho, Bride, na infância, incriminou uma professora em um escândalo de pedofilia. Vinte e cinco anos depois, ela decide procurar a mulher, que está saindo da prisão. A decisão provoca a separação de Bride de seu namorado, Booker – universitário e artista negro que também passou por uma tragédia no passado: um de seus irmãos foi morto por um pedófilo.

Apesar dos lances grotescos da trama, Morrison mostra mais uma vez um talento que é todo seu, o de narrar situações do mundo cão em uma prosa esmerada com requinte e que flui plena de espontaneidade e que nem por isso comove ou indigna menos. Ao redor de Bride e Booker, outras vozes narram episódios em primeira pessoa: Brooklyn, a jovem branca com cabelo trançado em dreadlocks que Bride vê como amiga, mas que está pronta para tomar tudo dela, se possível; Sofia, a professora transformada em presidiária; Mel, a mãe de Bride, que abre o livro com uma declaração em que tenta se autojustificar pelo mal que provocou à filha: "Não é minha culpa. Então não podem me censurar, eu nunca fiz nada e não faço ideia de como aconteceu". A declaração tem sua dose de ironia e de verdade. Ao mesmo tempo em que é sim culpa de Mel, o racismo jamais será culpa de uma única pessoa.

Apenas uma dessas vozes, ali pela metade do livro, é a de uma criança real. Todos os demais personagens são, eles próprios, adultos assombrados pelas feridas antigas de infância: abuso, abandono, tragédia, preconceito, violações e crueldades que geram outras e se reproduzem em cadeia – em seu tom fabular e em sua prosa requintada, há uma mensagem clara que Morrison quer passar aqui. A de que a agressão a uma criança nunca se encerra na infância.
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Rafael Mussolini 16/01/2021

Deus ajude essa criança
"Deus ajude essa criança" (Editora Companhia das Letras, 2018) é um romance instigante de autoria da grande escritora Toni Morrison, vencedora de um Nobel de Literatura, sendo a primeira mulher negra a receber tal prêmio. "Deus ajude essa criança" é um livro de impactos e o maior deles está na exploração do racismo na infância e como essa experiência de violência pode se manifestar na história das pessoas. O racismo é uma temática bastante presente na obra de Morrison, mas nesse livro podemos ver uma exploração maior sobre as questões da pele, do dito "colorismo". Esse tema é inserido ao acompanharmos o nascimento de Lula Ann Bridewell, uma menina que já nasce sendo repelida pelos próprios pais por ter a pele muito mais retinta do que eles julgavam "aceitável".

"Não levou mais de uma hora depois que tiraram a criança do meio das minhas pernas pra perceberem que tinha alguma coisa errada. Muito errada. Ela era tão preta que me assustou. Preto meia-noite, preto Sudão. Eu tenho a pele clara, o cabelo bom, o que chamam de pele oliva, e o pai de Lula Ann também. Não tem ninguém na minha família com uma cor daquela. Alcatrão é o que chega mais perto, só que o cabelo dela não combina com a pele. É diferente: liso mas ondulado, igual ao daquelas tribos nuas da Austrália. Dá pra pensar que ela é uma agressão, mas agressão pra quê"

Nesse trecho da obra já podemos perceber diversas nuances de como o racismo se manifesta. O racismo tem raízes tão profundas no modelo de sociedade que construímos, sendo possível a existência de uma escala de cor de pele aceitável, inserida também entre os próprios pretos como uma forma violenta de auto preservação, de defesa. Lula Ann é filha de pais negros, mas nasceu com a pele mais escura, mais retinta que a pele dos seus pais. Movido por uma desconfiança o pai acaba abandonando a família e Lula Ann passa a lidar com o desprezo da própria mãe e as demais consequências do racismo em uma sociedade que quanto menos preto você parecer, melhor.

"Quando impera o medo, obedecer é a única opção de sobrevivência. E eu era boa nisso."

Para além dessas questões de âmbito familiar, Lula Ann acaba sendo ainda na infância a peça chave da conclusão de um julgamento. Ela ajuda a condenar uma pessoa por um crime que supostamente presenciara. Esse acontecimento acaba por melhorar um pouco a relação com sua mãe, que acha uma grande coisa sua filha negra ajudando a condenar e mudar o destino de uma pessoa branca, algo muito simbólico nesse livro, mas também se torna meio que uma obsessão, um fantasma que acompanha os dias da menina e que reverbera na sua vida adulta.

Quando constrói a fase de Lula Ann adulta na história, Toni Morrison faz algo genial que é nos mostrar as estratégias da Lula mulher para driblar o racismo e enfrentar (ou reprimir) suas memórias. Ela se torna uma mulher bem sucedida, trabalha na área de cosméticos e inclusive fora a responsável pela criação de uma linha de cosméticos e maquiagem muito celebrada. Lula Ann que agora adotara o nome Bride, algo muito significativo no que diz respeito a suas memórias, usa de sua beleza como escudo, de sua ascensão econômica e social para garantir um local de sossego e descanso do preconceito, ainda que sua eficácia não seja cem por cento.

Bride passou a viver uma vida que muitas vezes parecia ser monitorada por aparelhos anti tensão. Acontece que as questões referentes à sua própria história, à sua família de origem, às violências que viveu ou presenciaram acabam batendo à porta e Bride começa um movimento que parece uma revisitação desses traumas e desses dores, como se fosse seu inconsciente, sua história pregressa a tomando de assalto.

"Deus ajude essa criança" se aproxima muitas vezes de algo que beira a fantasia para ilustrar a reforma íntima e a luta com a própria consciência que é travada pela protagonista da história. É uma narrativa que olha para a sociedade, com intuito de demonstrar o quanto ela é cruel e a inserção das crianças no texto não é aleatória. Tive a impressão de que Toni Morrison decidiu utilizar a figura da criança, que no livro são expostas a diversos tipos de violência, como uma estratégia de sensibilização, como a ideia de que se uma criança em estado de vulnerabilidade e violência extrema não for capaz de provocar reflexão e abrir os olhos de uma pessoa para as injustiças do mundo, o que mais será capaz de promover esse acordar?

site: https://rafamussolini.blogspot.com/2021/01/deus-ajude-essa-crianca-da-toni-morrison.html
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Laila Cerqueira 31/05/2020

Primeiro livro que li da autora e com certeza lerei outros. Gostei muito do jeito que a história é narrada pela perspectiva dos personagens. A história nos leva a refletir sobre objetificação do corpo da mulher negra, racismo e muitas outras coisas. Pra quem tem gatilho com abuso sexual de crianças recomendo não ler.
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Marcio 03/03/2020

Segundo livro que leio da Toni Morrison e o que posso dizer que é um livro maravilhoso. Forte, mas com verdades que precisam ser ditas e pensadas. Toda a complexidade das relações humanas, permeada pela questão racial e pela difícil realidade de estar no mundo e se sentir gente. Vale a leitura de cada página.
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